sábado, 17 de maio de 2008

Marina fala

Demissão amadurecia desde 2007



A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PT-AC), concedeu entrevista, na tarde deste sábado, ao programa Mundo Sustentável, da Rádio CBN. Ela reconheceu o impacto internacional provocado nos últimos dias por seu pedido de demissão da pasta federal após, segundo ela, "5 anos, 4 meses e 14 dias de intenso trabalho" em torno da agenda ambiental.

O jornalista André Trigueiro, comentarista de meio ambiente da emissora, perguntou à ex-ministra porque ela escolheu aquela terça-feira, 13 de maio (data próxima a eventos importantes como a III Conferência Nacional de Meio Ambiente, o lançamento do Programa Amazônia Sustentável (PAS) e a visita da chanceler alemã Angela Merkel ao Brasil) para deixar o ministério. Marina disse que o pedido de demissão já estava maduro. A senadora revelou que em 2007, dias após a transição do primeiro para o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já havia sinalizado a intenção de deixar o cargo de ministra, escrevendo uma carta que não chegou a ser entregue à Lula.

- Cheguei a escrever uma carta sinalizando minha saída, mas não a entreguei porque era um período de transição. Se ele a acolhesse, eu estaria saindo em um processo normal de transição e de troca de ministros. Não haveria impacto nenhum, embora não tivesse esta intenção. Foi meu primeiro aviso, mas na época nós conversamos, colocamos a agenda em dia e começamos a trabalhar - afirmou Marina, descrevendo que o presidente teria se comprometido, na ocasião, com os programas ambientais "e cumprido a maioria deles".

A senadora e ex-ministra, que estará no Acre na próxima sexta-feira, conversou também, neste sábado, por telefone, com o jornalista Altino Machado. Perguntada sobre o que aprendeu em cinco anos de ministério, Marina respondeu:

- Aprendi, e não foi agora, com muitas pessoas ao longo da vida, como Chico Mendes e dom Moacir Grechi, que a gente tem que olhar de baixo para cima. De baixo para cima a gente consegue enxergar o que está acima de nós. A Amazônia está acima de nós.

Leia a postagem sobre a conversa no blog do jornalista.

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