O Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou hoje, 15 de maio, o tombamento da Casa de Chico Mendes, em Xapuri, onde o líder sindical e ambientalista foi assassinado há 20 anos.
A reunião do Conselho ocorreu no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte, administrado pela conselheira do Iphan, Angela Gutierrez.
A presidente do Instituto Chico Mendes e filha do seringalista que lutou pela preservação sustentável da Amazônia, Elenira Mendes, compareceu à reunião. Ela conta sobre a importância do tombamento da casa, onde funciona um centro de memória do seringueiro.
"Nós sempre tivemos o cuidado de preservar a casa. Desde que meu pai foi assassinado, nós não moramos mais lá, para manter tudo como era: os móveis estão no mesmo lugar a casa vizinha se mantém exatamente como era. Mas, com o tempo, fica difícil evitar que a rua seja asfaltada e que a região mantenha as suas característica, sem instrumentos legais para assegurar essa proteção".
Mesa onde Chico Mendes jogou dominó pouco antes de receber o tiro fatal
Queijo de Minas
Na mesma reunião do Conselho Consultivo do Iphan, o registro do modo artesanal de fazer queijo-de-minas como patrimônio imaterial brasileiro foi aprovado por aclamação. Este é o 13º bem imaterial do Brasil, junto ao ofício das baianas do acarajé e o modo de fazer viola-de-cocho.
"O queijo, este produto de origem milenar que os exploradores do ouro trouxeram para Minas, é hoje uma das maiores expressões da chamada mineiridade", argumenta a conselheira do Iphan, Angela Gutierrez, em seu parecer.
"Seja como alimento ou como manifestação cultural, está presente no cotidiano e no imaginário de todos os mineiros. Esse saber, do modo de produção queijeira, passado de pai para filho, de geração a geração, este conhecimento garantiu ao longo dos séculos a sustentabilidade das famílias, assim como representa também ajuda imprescindível à economia familiar", complementa ela.
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