Posseiros voltaram a se mobilizar na região do seringal Boa Vista, no município de Xapuri, onde há uma disputa por terras entre trabalhadores rurais e os responsáveis pela área localizada à margem esquerda do rio Acre.
Cerca de 30 famílias ocupam uma faixa de terra de aproximadamente 80 hectares, de onde um antigo gerente da empresa que seria a legítima proprietária das terras pretende retirá-los oferecendo em troca uma outra área, de igual tamanho, mas em outro local.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Derci Telles de Carvalho, uma empresa chamada Plancap seria a legítima proprietária da área em questão. As terras foram abandonadas há cerca de 15 anos.
O fazendeiro Antônio Izídio de Souza, que por mais de 15 anos administrou o lugar, defende para si o direito sobre as terras pelo fato de, segundo ele, não ter sido pago pelos serviços para o qual foi contratado pela empresa Plancap. Ele tenta, através da justiça, remover os posseiros das proximidades da antiga sede da fazenda Boa Vista, para alojá-los em uma área mais ao fundo das terras.
Por meio de uma audiência de conciliação realizada na semana passada, ficou acordado entre as partes que os posseiros deixariam o local para ocupar a nova área oferecida por Antônio Izídio em um prazo máximo de 60 dias. Ocorre, porém, que após a celebração do acordo os posseiros voltaram atrás e decidiram permanecer no mesmo local.
De acordo com o posseiro Marcos Avelar, que se apresenta como representante dos demais agricultores, o acordo foi assinado "sob pressão". Segundo ele, por medo de perder tudo, os posseiros assinaram um acordo que não lhes traz benefício algum.
Marcos Avelar afirma que as terras oferecidas não possuem condições de cultivo por estarem afastadas das vias de acesso e não possuírem água. Antônio Izídio nega dizendo que a área é a melhor da região para o plantio de lavouras de subsistência.
Os posseiros ameaçam resistir à qualquer ação para retirá-los do local. Alguns representantes dos trabalhadores já entraram em contato com o governador Binho Marques e pediram a intervenção do governo na questão. O presidente do Instituto de Terras do Acre - Iteracre -, Felismar Mesquita, deve visitar a área na terça-feira da próxima semana para fazer um levantamento da situação.
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