Terezinha Moreira (Assessoria Seaprof)
Entre os varadouros que cortam as estradas de seringas vem surgindo um futuro promissor aos seringueiros do Acre. Os seringais de cultivo estão se erguendo no meio da floresta amazônica. Associados a outras culturas, áreas que antes eram tidas como ineficazes para a agricultura familiar estão sendo reaproveitadas, reestabelecendo o bioma da região.
Os seringueiros são testemunhas desta verdadeira revolução verde promovida pela sustentabilidade ambiental. Com apoio do Governo do Estado muitos estão enxergando a atividade como uma forma de ganhar dinheiro melhorando o meio ambiente.
O Programa Floresta Plantada incentiva produtores com apoio através da mecanização de áreas degradadas, doação de mudas de seringueiras, acesso ao crédito e assistência técnica. Um exemplo da viabilidade econômica de seringais de cultivo é do produtor Benedito de Araújo, 47 anos, que tira o sustento da família quase exclusivamente do seringal de cinco hectares.
Benedito herdou do pai a colônia Estrela do Norte, localizada na Estrada Velha, quilômetro 16, município de Brasileia. O seringal é remanescente de programa de governo da década de 1980. Hoje, 20 anos depois, é do seringal que tira o dinheiro que custeia a faculdade de três filhos. Segundo conta a esposa, Silvia Carla da Silva, dois filhos fazem faculdades ligadas à gestão ambiental e um na área de saúde.
“Eles estão quase se formando. É um sonho que vamos realizar. Nós não temos estudo, sempre vivemos na colônia, mas com nossos filhos é diferente”, comemora a orgulhosa Silvia Carla. Ela e o marido cuidam da colônia e plantam quase tudo que consomem, tem também algum gado leiteiro, mas a renda para pagar aluguel, faculdade e alimentação dos filhos vem quase que exclusivamente das seringueiras.
No Acre, de acordo com pesquisas e avaliações, a produção dos seringais cultivados terá uma média de mil quilos de borracha por hectare ao ano. No caso de Benedito de Araújo que produz o Cernambi Virgem Prensado (CVP), cujo valor de mercado é R$ 3,82 o quilo, o seringal rende R$ 1,3 mil mensais durante nove meses.
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