Rui Santos
Dados do ICJBrasil (Índice de Confiança na Justiça), elaborados pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (DIREITO GV), indicam que 77% da população com renda inferior a 2 salários mínimos não confia na atuação da população. Essa descrença atinge 59% da população com renda acima de 10 salários mínimos. Já entre a população com nível de renda entre 2 e 10 salários mínimos, o grau de desconfiança varia entre 65%e 63%.
Em termos gerais, o grau de satisfação da polícia é muito baixo. Segundo o levantamento, apenas 36% da população declarou estar satisfeito ou muito satisfeito, contra 63% que declararam insatisfeitos ou muito insatisfeitos.
A pesquisa ouviu 1.550 pessoas de 6 estados do pais (Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco) e Distrito Federal, entre capital e interior no primeiro trimestre de 2012. No interior, a confiança na polícia é um pouco maior: 40% da população afirma confiar na polícia, contra 35% dos que residem na capital.
Assim como acontece no Judiciário, o grau de insatisfação com a polícia e consequente desconfiança na instituição, afetam a sua legitimidade e o seu funcionamento.
O ICJBrasil também procurou saber quais são os motivos que levam a população a acionar a polícia. A principal motivação envolve os casos de perturbação ou barulho (24% das respostas), seguido de perto por roubos e furtos (23%), denúncias de briga e agressão (19%), acidentes de trânsito e danos materiais (empatados, com 7% cada). Os casos envolvendo violência doméstica, pessoas com atitudes suspeitas, tráfico de drogas e socorro a pessoas com problemas de saúde (3% cada), aparecem em seguida.
Instituições
O ICJBrasil também avaliou a confiança da população nas demais instituições do Estado. As Forças Armadas lideram, disparado, o ranking das instituições que a população mais confia, com 73% das respostas, seguida pela igreja católica (56%), Ministério Público (55%), grandes empresas (45%) e imprensa escrita (44%). Depois da imprensa escrita aparecem o Judiciário, com 42% e o Governo Nacional, com 40%. Completam o quadro emissoras de TV, com 33% de confiança, vizinhos, 30%, Congresso Nacional (22%) e Partidos Políticos (5%).
Confiança na Justiça
O ICJBrasil do primeiro trimestre de 2012 marcou 5,2 pontos, uma queda em relação ao ICJBrasil registrado no trimestre anterior, que foi 5,3 pontos. Isso significa que, em uma escala de 0 a 10, a população dá nota 5,2 para o Judiciário. Esse índice é calculado a partir de outros dois subíndices, o de percepção e de comportamento. O subíndice de percepção foi de 3,8 pontos, mantendo-se inalterado em relação ao quarto trimestre de 2011. O de comportamento teve uma leve queda, de 8,7 para 8,6.
Em relação aos Estados, a população do Distrito Federal foi a que declarou mais confiar no Judiciário, com 5,5 pontos no ICJ, seguida por Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, com 5,4. São Paulo, Bahia, Pernambuco e Minas Gerais tiveram um ICJ de 5,2 pontos.
Em relação à percepção, o Rio Grande do Sul apresentou o maios subíndice, com 4 pontos, enquanto o menor foi registrado em São Paulo (3,7). O maior subíndice de comportamento foi aferido no Distrito Federal (9,1 pontos) e o menor em Pernambuco e Minas Gerais (8,4).
Rui Santos é Assessor de Imprensa Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário