terça-feira, 29 de maio de 2012

Água Brasil

Banco do Brasil, ANA, WWF-Brasil, prefeitura de Xapuri e governo do Acre assinarão protocolo de intenções para ações conjuntas na microbacia do igarapé Santa Rosa.

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O programa Água Brasil, concebido pelo Banco do Brasil e desenvolvido em parceria com Fundação Banco do Brasil, Agência Nacional de Águas e a organização ambientalista WWF-Brasil, realiza na próxima quarta-feira (30), juntamente com o governo do Estado e a prefeitura de Xapuri, o evento de assinatura do Acordo para Ações Conjuntas na microbacia do Igarapé Santa Rosa.

O evento será realizado no Centro de Educação Permanente de Xapuri (CEDUP), a partir das 8h30 da manhã. Nesta terça-feira (29), porém, as instituições envolvidas realizam uma visita de campo ao igarapé Santa Rosa, com saída de frente do gabinete do prefeito Ubiracy Vasconcelos, também às 8h30 da manhã, conforme programação divulgada pela WWF-Brasil.

O programa Água Brasil selecionou 14 bacias e microbacias para implementar projetos socioambientais de conservação de águas. As bacias selecionadas fazem parte de nove grandes unidades hidrográficas, entre as quais está a unidade do Alto Purus, no Acre. O projeto piloto busca incentivar as populações a cuidar de rios e mananciais, desenvolver projetos de agricultura sustentável e monitorar as áreas de conservação por um período de cinco anos.

Na prática, a equipe reúne os produtores das regiões das bacias para explicar sobre a importância da preservação e os remunera, caso eles aceitem fazer melhorias que ajudem a manter a qualidade da água local. Outra ação é financiar agricultores que queiram implantar negócios mais limpos ambientalmente, como a agricultura que não faz uso de agrotóxicos. O grupo ainda monitora as ações com visitas periódicas dos organizadores envolvidos no programa.

No meio urbano, a iniciativa visa disseminar e melhorar a coleta seletiva e a reciclagem de resíduos sólidos, diminuindo os impactos sobre a natureza e gerando trabalho e renda para catadores de materiais e pequenos e médios empreendedores. Além disso, a iniciativa também estimula a mudança de valores e comportamentos, incentivando o consumo consciente.

No meio rural, os parceiros desenvolvem ações em 14 microbacias hidrográficas, disseminando o uso de boas práticas agrícolas e de proteção das nascentes de água, visando a produção rural mais saudável para agricultores e consumidores. A iniciativa desenvolve, ainda, ações visando aprofundar critérios ambientais nas operações bancárias. São desenvolvidos estudos para mitigação de riscos e incentivo ao financiamento de negócios sustentáveis.

Ainda nesta terça-feira, a partir das 16h, o grupo envolvido com o evento desenvolverá uma oficina com proprietários, parceiros e Conselho Gestor da Microbacia do Igarapé Santa Rosa, no Polo Moveleiro de Xapuri, momento no qual ocorrerá a apresentação do Plano de Ação e formação do Grupo de Trabalho.

Na quarta-feira, além da assinatura do Protocolo de Intenções pelo WWF Brasil, Prefeitura de Xapuri, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Banco do Brasil, será apresentado o relatório das ações conjuntas realizadas no igarapé Santa Rosa e os próximos passos a serem tomados. Na oportunidade, será feita a leitura da Monção em Defesa do Rio Acre e apresentado o vídeo-documentário sobre o Igarapé Santa Rosa produzido pelos alunos de Gestão Ambiental do IFAC campus Xapuri.

O igarapé Santa Rosa corta parte da cidade de Xapuri desaguando no rio Acre bem ao lado do histórico prédio da Casa Branca, tida como a antiga Intendência Boliviana dos tempos da Revolução Acreana. O curso d’água tem sido duramente afetado nas últimas décadas pela pecuária praticada nas redondezas da cidade. Sua revitalização tem sido tema de várias manifestações populares no município, assim como de muitos trabalhos acadêmicos desenvolvidos nos últimos anos.

Um comentário:

Clénio Jorge disse...

Trabalhar na bacia do igarapé Santa Rosa não é tarefa das mais dificeis, ele é um igarapé relativamente pequeno, algo em torno de 2.800 metros de curso d'agua, sua nascente apresenta boa cobertura vegetal, e ao longo de seu leito em área rural é pouco impactado. No pequeno corte que atravessa a área urbana,no bairro Braga Sobrinho, ai sim ele sofre com ação antrópica pois infelizmente algumas poucas casas ainda se utilizam do igarapé para depositar seus dejetos. Resolve-se o problema com a desobstrução de alguns metros, algo em torno de 350metros, realizando campanha de conscientização, construindo fossas filtro nessas residências e fazendo o recuo de cercas para a reconstituição da cobertura vegetal com especies nativas ou frutiferas. Ainda proceder a retirada urgente de posto de lavagem de carros que também polui fortemente, além de uma marcenaria que contribui para o assoriamento, jogando serragem no leito do igarapé.