Estamos quase chegando ao final do primeiro mês do ano de 2008, um ano decisivo, do ponto de vista político-eleitoral, para todos os municípios brasileiros, mas para Xapuri de uma forma bastante especial.
Xapuri, berço da Revolução Acreana e de tantas figuras ilustres e importantes no cenário nacional, com destaque nos diversos campos da atuação humana, nunca viveu um momento tão avesso à história de glórias que possui e aos valores intelectuais e humanos que formou ao longo dos seus mais de 100 anos.
De cidade onde o Acre brasileiro deu os primeiros passos, próspera durante os últimos anos do ciclo da borracha, Xapuri passou a condição de umas das mais atrasadas entre as antigas cidades acreanas, entregue ao marasmo político e à estagnação econômica desde meados da segunda metade do século XX.
A seqüência de governos ditados pelo regime militar minou a vocação antes progressista do município e produziu crias que mais tarde chegariam ao poder para dar seqüência ao modelo arcaico e ultrapassado de administrar, eivado pela tendência natural ao autoritarismo, prepotência e amoralidade.
Nos dias atuais, até as cidades isoladas do vale do Juruá prosperam mais que Xapuri. E não me venham com a “vitrola furada” do prefeito de que o governo do estado virou as costas para cá. Essa cantilena não se sustenta, por mais que devamos admitir que mais poderia estar sendo feito pelo governo em prol da cidade, no âmbito da administração municipal.
A população de Xapuri é hoje desafiada diariamente a enfrentar as conseqüências da decisão tomada há mais de três anos, quando elegeu a atual administração. Lixo nas ruas, cães vadios em quantidade absurda, acidentando pessoas e ameaçando a saúde pública, caos administrativo, ineficiência no atendimento à população, entre outras dezenas de queixas menos ou mais graves.
O grande desafio, agora, para o povo que vive em Xapuri é enxergar além de onde a vista alcança. Não se pode mais cair em armadilhas fajutas e enganações baratas que começam a surgir. Logo, logo o lobo estará travestido em cordeiro para mais uma vez ludibriar a todos e prorrogar por mais quatro anos o tormento que a cidade vive na atualidade.
Após três anos de total inércia e desordem generalizada, começa-se a falar em revitalização da cidade, como se alguns quilômetros de asfalto jogado por cima das ruas esburacadas, às pressas, sem planejamento algum, fossem suficientes para apagar da lembrança das pessoas os absurdos que vêm ocorrendo nos últimos anos.
O momento atual não é de se colocar à mesa as diferenças ideológicas tão comuns e tão necessárias, mas sim de se pactuar uma atitude para com o futuro da nossa cidade. Independentemente dos candidatos e partidos que se oferecerão à disputa, o povo há que encontrar uma forma de separar o joio do trigo e avistar aquilo que realmente é confiável para se apostar as fichas. E isso se faz participando.
Certamente, não surgirá uma fórmula mágica para resolver os problemas do dia para a noite, mas pelo menos que se ofereçam à população opções consistentes e com o mínimo de ética, capacidade técnica, compromisso e responsabilidade para exercer algo que se assemelhe com uma administração de verdade.
Xapuri espera e merece tempos melhores.
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