terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Só na televisão

É plenamente normal que notas como a que postei abaixo sob o título de Bancos causem descontentamento a pessoas ligadas às instituições bancárias, principalmente funcionários com patentes mais elevadas, que se sentem responsabilizados pelas eventuais falhas que geram críticas e reclamações do público. O que não é comum é que servidores públicos se revoltem contra o livre direito de opinião e expressão dos indivíduos pagadores de tributos.

Luis Celso Lula dos Santos, funcionário do Basa em Xapuri, contesta (leia aqui) de maneira irônica e deselegante a nota por mim publicada reproduzindo uma regra que impus à minha caixa de comentários neste sempre polêmico blog: “Ofensas morais e idiotices afins serão mandadas à lixeira”. Segue na íntegra o comentário dele:

“Raimari, reproduzo um comentário seu: "O Natal em Xapuri ficou marcado mais uma vez pelo descontentamento gerado por essas situações estúpidas que nunca são resolvidas. Resta saber se para a virada do ano, que ocorre no próximo final de semana, a falta de respeito e de vergonha na cara será mantida." Também uma regra do "Faça um comentário": "Ofensas morais e idiotices afins serão mandadas à lixeira."

Então vamos: sexta-feira à tarde, dia 23, abastecemos dois caixas automáticos do Banco da Amazônia com a importância de R$ 70.000,00. Quando abri a Agência hoje pela manhã ainda estavam funcionando. Sem mais as notas de R$ 100,00 e de R$ 50,00 mas funcionando. Problemas que aconteceram - e ligaram para o meu telefone - foi em relação a senhas, fatos que em finais de semanas ou feriados não conseguimos resolver.

Abraços, Luis Celso.

Para Luis Celso, o fato de alguém expressar indignação com a má prestação de serviço público tem o mesmo significado de ofensa moral e idiotice. Logo se vê que apesar de contador, o bancário está no setor errado. Ofensa moral e idiotice é o que os bancos têm feito com a população do município no curso dos anos sem que ninguém tome providências.

No caso em questão, quero no entanto esclarecer que, apesar de me referir às agências locais, minha opinião não se aplica aos funcionários dos bancos, a quem não se pode culpar pelos problemas que na grande maioria das vezes são resultantes de fatores que extrapolam suas capacidades de resolução.

Qualquer um leigo sabe que existe no sistema de gerenciamento dos bancos um conjunto de rígidas normas, muitas delas impostas pelo Banco Central, que termina por prejudicar o bom atendimento aos clientes, como ocorre nos casos de falta de dinheiro suficiente para suportar grandes volumes de saques ou saques de grande valor.

Falando de maneira não técnica, as agências bancárias não possuem autonomia para manter em seus cofres reserva de dinheiro acima dos limites determinados. A norma advém de preocupação com a segurança humana e financeira, uma vez que do contrário as agências ficariam sob risco de assaltos e outros sinistros.

Sem colocar em debate as normas que regem o funcionamento das instituições bancárias, não se pode admitir que em datas importantes e especiais para as pessoas, como são as festas de fim de ano, os clientes dos bancos fiquem à mercê dos rigores e humores de barrigudos engravatados que estarão digerindo peru e panetone enquanto a puleia passa o Natal sem um tostão furado no bolso, uma vez que o dinheiro não foi cuspido por aqueles monstrengos frios e inconvenientes.

Repito, sem medo, que os fatos que têm se repetido anualmente com relação ao Banco do Brasil em Xapuri e que já ocorreram em algumas oportunidades com relação ao Banco da Amazônia são desrespeitosos e desavergonhados. No caso do Banco do Brasil, os caixas se esgotaram ainda no sábado pela manhã e foram reabastecidos apenas na segunda-feira, 26. Durante todo o final de semana, clientes fizeram vigília na praça de São Sebastião à espera de uma solução que não veio.

Quanto ao Basa, afirmei na nota que os caixas eletrônicos não estavam funcionando no sábado (24) pela manhã com base em informações de clientes que saiam da área de atendimento eletrônico naquela data, por volta das 10 horas, sem ter conseguido fazer os saques desejados.

Adentrei ao local em que estão instalados os chamados “cash’s”, onde duas pessoas molhadas de suor - pois os aparelhos de ar-condicionados não estavam ligados - afirmavam que as máquinas não respondiam aos comandos. Dei uma espiada de onde estava e vi que as telas estavam escuras.

De acordo com a tesoureira da agência do Basa em Xapuri, Walcicleyde Monteiro, os caixas eletrônicos não estiveram desligados em nenhum momento do final de semana do Natal. Sobre minhas informações, a bancária afirmou que um problema pode ter ocorrido, mas que este foi momentâneo. Outro fato, segundo ela, é que de certo ângulo as telas realmente parecem escuras.

Quanto ao esgotamento do dinheiro, a tesoureira apresentou o registro automático comprovando que isso só ocorreu às 2 horas da madrugada da segunda-feira (26) para as notas de R$ 100,00 e R$ 50,00. A partir deste horário, segundo os registros, alguns clientes não conseguiram efetuar os saques pretendidos, apesar de ainda haverem notas de R$ 20,00 e R$ 10,00.

Reafirmo que meu comentário foi um misto de desabafo e indignação contra as falhas recorrentes, mas considero que não cabe culpa aos servidores das instituições bancárias. Pelo contrário, considero visível o esforço feito pela maioria deles para bem atender ao público local.

O descaso e o desrespeito que têm ocorrido seguidamente, não somente aqui mas em diversos lugares do país, são frutos de um sistema cujo objetivo primordial está longe de ser o bom atendimento ao cidadão. Banco se preocupa com resultado, com lucro. Gente satisfeita e feliz com os bancos, só na televisão.

3 comentários:

Sued disse...

Eu sempre comento aqui com meus conterraneos, que a tecnologia muitas vezes tambem atrasa,no tempo em residí em Xapurí, tinha como Gerente do BASA Seu BEDEU,no BANACRE o Competenssímo ALDO e no BB BARBOSINHA, NA LOTÉRICA SEU ARY, COM AQUELA FITA GIGANTE DE APOSTAS TUDO MANUAL E OS JOGOS ERAM TUDO REGISTRADOS COM A MAIS ALTA COMPETÊNCIA,e hoje Xapuri passa por esses apagões de Sistemas,é aquela velha história, era-mos felizes e não sabía-mos,quem é do meu tempo vai recordar com saudades daquela maravilhosa êpoca,Abraços.

Luis Celso Lula dos Santos disse...

Raimari, Companheiro desculpe-me contradizê-lo mas em momento algum eu fui irônico e deselegante em minha resposta a seu comentário a respeito do feriado de Natal e os bancos em Xapuri. Mas é um direito seu acreditar nisso.
Aprendi com o Armando Nogueira que um jornalista não pode tão somente acreditar naquilo em que vê momentaneamente e muitíssimo menos no que ouve de terceiros. Para o melhor dos jornalistas recomenda-se sempre uma reportagem investigativa.
Para a Walcicleidy quando ela lhe provou o que aqui escrevi anteriormente você prometeu retratar-se segundo as palavras dela. Mas preferiu atacar-me. Porém de forma errada. Está interpretando ao seu modo puramente pessoal o meu texto e mais uma vez não procurou escutar a outra parte, que nesse casa agora sou eu.
Caso me perguntasse, como outras pessoas que me telefonaram, saberia que eu concordaria plenamente com qualquer indignação. Sendo possível resolver algum problema até sairia da minha casa, como já fiz em várias ocasiões,para atender a algum cliente em relação a bloqueio de cartões. Mas senhas indevidas fogem a minha alçada, como expliquei para alguns clientes.
Mas fica bem claro que em outros natais ou feriados longos não ocorreram quaiquer problemas com os caixas do auto-atendimento do Banco da Amazônia.
Sim, também o sistema de ar-condicionado do local já está funcionando plenamente. As irregularidades do sistema de energia elétrica da nossa Cidade danificou os dois aparelhos. Dependemos para os devidos reparos de técnicos da Empresa Coldar, de Rio Branco,como várias instituições daqui de Xapuri e também de Brasiléia. Fato plenamente conhecido.
De qualquer forma Raimari não contestei a sua nota, apenas apresentei os esclarecimentos devidos em relação ao assunto e, não lhe conhecendo,transcrevi trechos que indicariam os meus devidos cuidados com as regras por você estabelecidas. E posteriormente visitando a Agência lhe foi comprovado os erros do seu texto em relação ao Banco da Amazônia.
Agora, para uma análise pessoal é preciso um contato real entre as duas partes. Por isso até esta data não me referi em debates escritos a outra parte como "irônica", "que está no setor errado", ou expressões correlatas, porque palavras são palavras e cada um as interpretam os seu ponto de vista.
Acredito no que disse o Poeta: "A vida não é só isso que se vê, é um pouco mais."
Abraços,
Luis Celso

Luis Celso Lula dos Santos disse...

Em tempo: Eu, como qualquer empregado do Banco da Amazônia, não sou funcionário público. Sou empregado de uma empresa de sociedade anônima (S.A.)onde o acionista majoritário é o Governo Federal e somos regidos pela CLT. No sistema financeiro funcionários públicos são tão somente os do Banco Central do Brasil, já que os empregados da Caixa Econômica, participantes do sistema, são considerados "economiários" e não bancários. Mas funcionários públicos, já que a Caixa não é uma S.A. como nós do Banco da Amazônia, Banco do Brasil e correlatos.

Para efeito ilustrativo:
Muitas pessoas praticam mas desconhecem em suas filosofias de vida a relação entre prejulgar e preconceito. Notem que prejulgar significa julgar antecipadamente; avaliar com antecipação e formar ou emitir juízo sobre (alguma coisa) sem exame prévio; conjeturar, presumir, supor.
Vejam que preconceito é conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida. Também julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste; prejuízo.
De qualquer forma as duas hipóteses levam os indivíduos a suspeitas, intolerâncias, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões, etc..

Abraços,
Luis Celso