Leonildo Rosas
Ser um intelectual e arrotar sabedoria adquirida nos mergulhos aos livros nunca foi minha ambição. Confesso ser um leitor esforçado e contumaz. Apesar de gostar da leitura, prefiro aprender com a sabedoria das pessoas comuns, aquelas que ensinam muito tendo frequentado apenas a escola da vida.
Por não gozar a intelectualidade inerente a quem adquiriu conhecimento nos clássicos da literatura, eu, como milhares de cidadãos e cidadãs pelo mundo afora, não li "Os Lusíadas", clássico escrito por Luiz de Camões.
Sempre ouvi falar muito do escritor e da sua obra sem que o interesse pela complexa leitura fosse despertado. Fui instado a procurar algo mais há cerca de um mês, quando a presidenta Dilma Rousseff anunciou a inclusão de mais 2,5 milhões de pessoas em programas sociais responsáveis pelo fim da miséria no Brasil.
Naquela solenidade, num discurso histórico, o governador de Sergipe, Marcelo Deda, comparou os críticos do governo federal ao Velho do Restelo. Instigado pela fala do petista, fui procurar mais informações.
Fiquei sabendo que Velho do Restelo é uma personagem criada por Camões, no canto IV de "Os Lusíadas". É uma figura que carrega o símbolo do pessimismo, do conservadorismo e dos reacionários, que não acreditavam na possibilidade de a epopeia dos descobrimentos portugueses ser bem sucedida.
Conhecendo o discurso e os propósitos do Velho do Restelo, não há como deixar de compará-lo ao grupo de políticos que faz oposição aqui no Estado.
O Acre, infelizmente, está repleto de Velhos do Restelo. A personagem pode ser vista numa turma que pouco - ou nada - faz, mas que se especializou em vender o pessimismo para a população.
Tal qual a personagem de Camões, os Velhos do Restelo do Acre não conseguem enxergar os avanços obtidos pelo nosso Estado ao longo dos últimos quatorze anos.
Insistem em esquecer que saímos das páginas policiais da imprensa nacional para ocuparmos espaço como uma unidade federativa capaz de se inventar na política com foco no desenvolvimento sustentável.
Os porta-vozes da melancolia e do pessimismo são incapazes de enxergar a magnitude de projetos como o Ruas do Povo, que garantiu acesso pleno e cidadania para milhares de pessoas, e dos incentivos aos pequenos negócios, uma iniciativa que possibilita a geração de emprego e renda a famílias de baixa capacidade financeira.
São incapazes de reafirmar que os governos da Frente Popular conseguiram dar um rumo para um Estado que durante anos viveu carente de comandantes dotados de disposição de levá-lo para o descobrimento de suas potencialidades.
Os velhos do Restelo do Acre ignoram que o governador Tião Viana foca o seu governo na pauta do desenvolvimento econômico e social de um Estado que avançou muito, mas ainda precisa avançar em setores-chaves para que consiga obter a independência necessária e desejada.
É por acreditar e ter a consciência de que podemos avançar que Tião Viana conduz projetos e programas da estatura da Cidade do Povo, que erguerá mais de 10 mil casas, além de toda a infraestrutura necessária para as famílias morarem com a dignidade plena.
Mas os velhos do Restelo trataram de tentar descontruir a Cidade do Povo. Usaram suas armas com o intuito de desqualificar algo que é encarado pelo governo federal como um modelo a ser seguido pelo Brasil. Perderam o debate porque a sociedade preferiu fazer-se surda para quem é órfão de projetos e iniciativas voltadas para o bem.
Fazem isso da mesma forma com que tentam desqualificar o trabalho na BR-364. Como atacados de amnésia política, esquecem que as obras não foram concluídas e que há dois invernos rigorosos a estrada está aberta, garantindo a integração plena do Estado.
Essa turma que diariamente abre a Caixa de Pandora não tem limite para tentar frear quem quer trabalhar. Tanto que recentemente o senador Sérgio Petecão (PSD) chegou a pedir que os recursos para a BR-364 não fossem mais liberados, numa total falta de sintonia com o anseio do conjunto da população acreana.
Capitaneado por Tião Viana, o Governo do Povo do Acre sabe aonde quer chegar. Tem foco e compromisso com os mais variados segmentos da sociedade, em particular com os mais humildes.
É um governo que elegeu como eixos prioritários setores capazes de gerar renda, emprego e oportunidades para que as desigualdades sociais deixem de existir.
E não serão os velhos do Restelo, os que preferem olhar apenas a praia em vez de desafiar as possibilidades de desbravar o oceano, que irão impedir o caminho de quem acredita na possibilidade de conquistar e avançar rumo a um Estado forte e com oportunidades para todos.
Finalizo lembrando que o Velho do Restelo de Camões surgiu na primeira expedição portuguesa, quando Vasco da Gama saiu para descobrir o caminho para a Índia. Se as suas palavras de pessimismo tivessem sido ouvidas, o Brasil não teria sido descoberto pelos navegadores portugueses.
Leonildo Rosas é secretário de Estado de Comunicação do Acre.
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