sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Rio Branco é o norte para a Copa do Mundo

João Francisco Salomão

Até o dia 20 de março próximo, a Fifa escolherá as 12 cidades brasileiras que serão sedes da Copa do Mundo de 2014, conforme anunciou seu presidente, Joseph Blatter, na visita a nosso País. Ele também confirmou que um dos municípios contemplados será a Amazônia. Nesta região, posso afirmar, com toda a segurança, que Rio Branco é a melhor opção entre as candidatas locais. Como não sou adepto do achômetro e tampouco me arrisco a fazer previsões como aqueles que dizem estar a capital do Acre fora de cogitação, atenho-me apenas a fatos concretos e objetivos.

A seu favor, Rio Branco tem melhores condições geográficas e socioeconômicas, sobressaindo-se na comparação com as demais. A constatação – muito mais do que uma defesa apaixonada e sem bases consistentes – está nas propostas de melhorias a serem implementadas em Rio Branco, por meio de parcerias entre o setor privado e os governos estadual e municipal. Apresentadas em setembro de 2008 aos representantes da Fifa, as medidas causaram excelente impressão, sendo aplaudidas de pé.

Na verdade, a cidade está-se preparando para ter condições de competir com grande vantagem há muito tempo, desde o início de 2007. Contamos, desde já, com elevado grau de melhorias em infraestrutura, que deverão ser ainda mais incrementadas. Além da construção de uma vila olímpica para receber as delegações estrangeiras, de acordo com as exigências da Fifa, a rede hoteleira prevê a ampliação de sua capacidade. Os projetos incluem, ainda, o aperfeiçoamento das redes viárias, de ciclovias e meios de transporte, além de reforços adicionais nos mecanismos de segurança, setor que já apresenta índices muito positivos.

O grande palco do campeonato, o Estádio Arena da Floresta é, talvez, o melhor exemplo das qualificações que tem o Acre para sediar os jogos do Mundial. Ao lado do Maracanã e do Morumbi, respectivamente, os estádios carioca e paulistano que receberão os jogos, o Arena ocupa um posto de destaque entre os cinco mais modernos do Brasil. Para se ter uma ideia, 100% dos lugares disponíveis para o público pagante são confortáveis cadeiras – uma iniciativa pioneira no País no sentido de abolir o concreto duro e desconfortável das arquibancadas, e também para atender aos critérios da federação mundial.

O estádio conta com catracas eletrônicas em todos os setores, elevadores e toda a estrutura necessária para o trabalho da imprensa e a recepção dos convidados de honra. Finalizadas as melhorias em curso, que contemplam os detalhes finais para enquadrá-lo totalmente aos padrões da Fifa, o Arena da Floresta terá capacidade para 40 mil torcedores. Ele integra a Cidade do Esporte, que prevê um ginásio para 10 mil pessoas, destinado à prática desportiva e realização de shows, feiras e convenções.

Cabe dizer ainda que, na época em que o Arena da Floresta passava pelas reformas de melhoria, o jornal Lance publicou ranking dos melhores estádios nacionais. O “Vivaldão”, em Manaus, ficou aquém dos critérios de avaliação do jornal, enquanto o paraense “Mangueirão” chegou ao 8º posto, com observações sobre a necessidade de “vários ajustes”. Outro aspecto fundamental é a localização. Rio Branco está, praticamente, no coração da América Latina. Em um raio de mil quilômetros, que compreende países como Bolívia, Peru, Colômbia, Equador e parte do Chile, existem 30 milhões de habitantes. Este público terá a oportunidade de promover um intenso intercâmbio cultural, além de aquecer a economia local, colaborando para o crescimento do PIB e atraindo novos investimentos. Também são imensos os diferenciais de Rio Branco no âmbito da sustentabilidade – e o Acre, vale lembrar, é o berço da luta pela causa ambientalista.

Esse aspecto está contemplado na apresentação feita ao comitê da Fifa. O desenvolvimento do projeto “Gol Verde” contemplou também a intenção para mostrar que o esporte está alinhado às questões ambientais. O projeto mostra a integração da modernidade de Rio Branco com a Floresta Amazônica, transformando-se em um modelo de desenvolvimento sustentável. O município, que tem cerca de 350 mil habitantes, possui uma sociedade singular, engajada na preservação de valores e costumes da florestania – os princípios de respeito ao meio ambiente.

Certamente, se a Fifa decidir-se por nossa Capital, esta característica tem tudo para amplificar o apelo internacional por medidas sólidas de preservação do planeta, agregando valor ao campeonato. Em síntese, Rio Branco e todo o Estado do Acre têm propostas consistentes e melhores condições de sediar os jogos da Copa de 2014. E se depender do entusiasmo e de nossa torcida, este gol já está marcado.

◙ João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac).

Leia também: Ministro do Esporte reafirma que Acre continua na disputa para sediar jogos da Copa

Um comentário:

Rubens disse...

E o estádio Álvaro Abraão (Cascavél), está prontinho para os treinamentos. Já pensou? Holanda e América.