segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Saída política



Josias de Souza - Colunista da Folha Online

O senador José Sarney (PMDB-AP) ajustou o timbre do discurso em relação à disputa pela presidência do Senado.

Passou a defender uma solução negociada para a refrega que opõe o seu PMDB e o PT de Tião Viana (AC).

O senador abriu uma janela para a composição em torno de Tião. Desde que a tribo dos peemedebês receba uma compensação política.

Sarney informou a alguns de seus pares que, na queda-de-braço com o PT, seu cotovelo e seu úmero não irão à mesa.

Deve-se a suavização oratória a um encontro que Sarney manteve com Lula na última quinta-feira (6).

No encontro, o presidente reiterou seu apoio às pretensões de Tião Viana. Fez um apelo ao bom senso.

Sarney deve se reunir nas próximas horas com Tião Viana. Será procurado também pelos líderes da oposição.

Empenhados em evitar que o PT comande o Senado, José Agripino Maia (DEM) e Arthur Virgílio (AM) se dispõem a apoiar Sarney.

Ouviram de Renan Calheiros (PMDB-AL) que Sarney estaria no jogo. Porém, receiam estar flertando com uma candidatura virtual. Querem ouvir o dono da voz.

Confirmando-se a opção de Sarney pela composição com o petismo, Renan, Agripino e Virgílio vão atrás de um outro peemedebista que se disponha a arrostar o desafio.

Fica no ar uma pergunta: qual seria a compensação capaz de satisfazer Sarney?

Suspeita-se que o senador se daria por atendido se Lula lhe entregasse o escalpo do ministro petista Tarso Genro (Justiça).

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