terça-feira, 25 de novembro de 2008

Resende explica fábrica de pisos na Aleac

Depois do fracasso do consórcio liderado pela empresa paranaense Marinepar, o governo do Acre reformula o quadro societário da Fábrica de Pisos de Xapuri e anuncia para maio de 2009 o início do funcionamento da indústria



A reportagem a seguir é de Edmilson Ferreira, da Agência de Notícias do Acre:

Complexo Industrial Florestal de Xapuri inicia beneficiamento em maio de 2009

Passada a fase de reformulação na composição societária, o Complexo Florestal Industrial de Xapuri inicia fase de beneficiamento em maio do próximo ano. O empreendimento, localizado na BR 317 perto do acesso à cidade de Xapuri, está sendo gerenciado pela parceria público-privado-comunitária liderada pelo consórcio composto pelas empresas Triunfo, Ouro Verde e Albuquerque Engenharia.

Manejadores comunitários com propriedade de até 600 hectares também sócios e já estão realizando trabalho de campo, fazendo a seleção das primeiras unidades usadas no beneficiamento. Eles participarão em 15% no lucro líquido do empreendimento. A previsão de faturamento é de US$ 12 milhões ao ano, considerando três turnos de produção a partir do segundo ano.

As informações foram repassadas aos deputados estaduais presentes à sessão desta terça-feira da Assembléia Legislativa pelo secretário de Florestas, Carlos Resende, atendendo requerimento de convocação do deputado estadual Luiz Calixto. Respondendo às perguntas de maneira clara e objetiva, Resende mostrou a relevância do empreendimento para o desenvolvimento comunitário e para a consolidação da economia de base florestal no Acre. “Apresentação foi clara e os deputados a entenderam”, avaliou Resende, que convidou os deputados a conhecerem o complexo e os novos sócios.

Reformulação da sociedade obedece à legislação

O processo de reformulação na sociedade, que compõe o Complexo Agroindustrial de Xapuri, lembrou o secretário, foi transparente e obedeceu à legislação. A unidade ampliou seu portfólio de produtos, que eram somente pisos e decks, passando a produzir também molduras, esquadrias e casas pré-fabricadas. A produção mensal será 1.300 metros cúbicos de madeira serrada com consumo de madeira em tora de 40.000 a 50.000 metros cúbicos por ano. Pelo menos 200 empregos diretos serão gerados a partir da implantação de torno e faqueadeiras.

Segundo a exposição de Resende, a localização da unidade é estratégica porque a BR-317 é potencial corredor de escoamento da produção agro-florestal no eixo da rodovia do Pacífico. Como novas oportunidades, o secretário frisou o aumento do percentual de madeira comercializada proveniente de planos de manejo privados que em 2202 compunham 4,4% do total produzido e registrou um salto em 2006, perfazendo 84% da produção.

Para Resende, a ampliação do capital humano na atividade florestal é fundamental no processo. Atualmente, o complexo mantém 490 famílias cadastradas com plano de manejo comunitário num raio de 200 quilômetros da fábrica. E a meta, anunciou Resende, é seguir o fortalecimento da produção comunitária, assegurando com que 70% da matéria-prima desse grupo têm compra garantida.

O complexo recebeu investimentos de R$ 32,15 milhões em recursos do BNDES e do Governo do Estado. Possui 330 metros quadrados de área construída. Haverá excedente na geração de energia elétrica, o que poderá ser aproveitado pela rede convencional para a cidade de Xapuri. Além disso, a unidade poderá promover a venda de crédito de carbono, o que se traduz em política de valorização do ativo florestal também.

Consolidado, o complexo traz a possibilidade de fomentar o plantio de florestas para abastecimento da termoelétrica, gerando emprego e renda. Além de abastecer o mercado interno, há vinte países potenciais para comercialização dos vários produtos que serão fabricados na indústria, a qual contará com um núcleo de ensino e extensão possibilitando ingressar novos profissionais no mercado de trabalho.

A unidade irá implantar sistema via satélite de monitoramento de árvores de manejo através do Modeflora, inventário criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que reduz custos no processo de identificação e corte de árvores.

Atualmente existem cerca de 980.000 hectares de florestas manejadas no Acre, sendo que 60.000 hectares 16.400 metros cúbicos de madeira. Estão divididos em 17 planos de manejo comunitários, atendendo a 301 famílias. Na região do Alto Acre, há 205 famílias com 20,5 mil hectares de planos de manejo produzindo.

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