segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Passaredo

Luiz Angelo Vilela Tannus

Cuidado bicudo, cuidado arara, cuidado azulão!
O homem que pega, que fere e escraviza chegou.
Cuidado canário, cuidado sanhaço, voa gavião;
O homem que prende, que mata e que vende te olhou.

Cuidado na mata, senão ele mata.
Cuidado no chão, senão ele pisa.
Cuidado na água, senão ele fisga.
Cuidado no ar, senão ele mira
E atira...

Cuidado no rio, no mar, no canal,
Cuidado na terra, no campo, na fonte;
Aos carrapateiros que limpam curral,
Cuidado na cerca, no gado e no monte.

Cuidado dobrado, tenham no arrozal.
Cuidado também ao pousar na roseira.
Cuidado graúna, cuidado pardal,
E o pica-pau, que tem asa ligeira.

Cuidado araponga, inhambu e tiziu,
Cuidado pombinha, mantenha-se alerta,
A sanha do homem é pior que o fuzil,
Te olha, te mira, te atira, te acerta.

Cuidado perdiz, cuidado andorinha,
Cuidado ararinha, cuidado falcão;
Cuidado tesoura, cuidado rolinha,
Cuidado com o tiro, a pedrada, o alçapão.

Cuidado gaivota, cuidado marreco.
Avise ao jacu, ao tucano e à mulata.
Cuidado que o homem te dá um peteleco,
Te prende, te humilha, te fere e te mata...

2 comentários:

Anônimo disse...

Pô essa poesia é d+

Achei genial, velho....

Anônimo disse...

poema ecologicamente correto, bem rimado e gostoso de ler.
parabens pela publicação e parabéns para o autor.

antonio naves nepomuceno
Mariana/mg