Há 16 anos o pesquisador e geógrafo, Claudemir Mesquita, estuda o Rio Acre. Especialista em planejamento e uso de bacias hidrográficas, ele afirma que um dos maiores mananciais de água doce do estado não terá vida durante muito tempo.
O rio que nasce no Peru no encontro do rio das pedras e eva apresenta atualmente o maior déficit de água dos últimos 10 anos. Até novembro deste ano a situação deve se agravar. As maiores e mais movimentadas praias, do bairro da base e do amapá, sumiram em virtude da areia retirada pelas dragas que operaram no leito, levando tudo para a construção civil.
A erosão reduziu a calha. Com aproximadamente 830 km de extensão, o rio ficou mais estreito, as cidades e comunidades as margens vão sofrer com a freqüência das inundações. O poder público ainda não conseguiu tratar o todo esgoto in natura da cidade que é despejado dentro. Suas margens continuam sendo desmatadas. A poluição e contaminação por água tóxica vêm matando todas as espécies.
Três milhões e meio são retirados do Rio todo ano, dinheiro que nunca voltou em investimentos de recuperação das nascentes, tratamento do esgoto, reflorestamento da mata ciliar, remoção das famílias que moram no entorno e principalmente em atividades de conscientização dos moradores.
São milhões de reais resultantes da pesca feita pelos ribeirinhos, dragas que removem areia para construir a cidade, postos que usam a água para lavagem de carros, além do abastecimento dos moradores feito pelo DEAS e SAERB.
“Não estamos dando a atenção necessária para preservação, por isso o rio vai morrer em pouco tempo. A vida humana também vai desaparecer.” Concluiu o geógrafo.
Redação Notícias da Hora
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