sexta-feira, 19 de junho de 2009

Casos de dengue caem 50,2%

Novo balanço preliminar do Ministério da Saúde aponta redução também nos números de casos graves

Um novo balanço dos casos de dengue no Brasil, divulgado hoje (19) pelo Ministério da Saúde, aponta queda de 50,2% nas notificações este ano em relação aos primeiros meses do ano passado. De acordo com as informações enviadas pelas secretarias estaduais de saúde até o dia 22 de maio, 332.083 pessoas contraíram dengue nos primeiros meses deste ano, enquanto que em 2008 o número de infectados ultrapassou 660 mil, no mesmo período (veja tabela).

Outro destaque do novo boletim foi o bom resultado obtido em relação aos casos de Febre Hemorrágica de Dengue (FHD). Este ano, 874 pessoas tiveram FHD, dado menor do que os 3.247 registrados em 2008, o que corresponde a uma queda de 73%. Em relação aos casos com complicações (DCC), a diminuição foi ainda maior. A nova avaliação do MS mostra que 1.386 pessoas tiveram dengue com complicações, contra 15.460 em 2008, ou 91% de redução.

Com relação à mortalidade, foram registrados 77 óbitos por FHD e 46 por DCC, perfazendo uma taxa de letalidade de 5,4%.

Embora o dado nacional seja positivo, o Ministério da Saúde alerta para o fato de que as ações de controle e prevenção são permanentes e devem envolver governo federal, estados e municípios, além da população, entidades de classe, organizações não governamentais e iniciativa privada.

MOBILIZAÇÃO - A mobilização para evitar um agravamento do quadro de dengue em 2009 foi intensificada pelo Ministério da Saúde em outubro do ano passado, meses antes do início do período de maior transmissão da doença, que vai de janeiro a maio. É neste intervalo que ocorrem aproximadamente 70% das notificações.

Na ocasião, foi anunciado o aumento de recursos para estados e municípios, que elevou para R$ 1,08 bilhão a verba para o combate à doença e a compra e distribuição aos estados de 270 nebulizadores costais motorizados, 200 veículos Kombi, 100 motocicletas, 40 veículos pick-up e 30 pulverizadores costais motorizados.

Em parceria com o Ministério da Defesa, 2.300 militares foram colocados à disposição para o combate à dengue e atendimento a pacientes. Já a parceria com o Ministério da Educação permitiu levar informação a estudantes e professores, como o filmete “Vila Saúde”, que está sendo veiculado para alunos do ensino básico.

O ministro José Gomes Temporão manteve intensa agenda com os gestores nos estados e municípios — especialmente para alertar contra uma eventual desmobilização e interrupção das ações de controle no período de transição de prefeitos e equipes após as eleições municipais. O Ministério da Saúde também lançou uma nova campanha de mídia sobre a prevenção da doença e anunciou os resultados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) com o objetivo de lançar o alerta nacional de reforço de ações em áreas críticas, entre outras ações.

Resumo das principais ações realizadas no Acre por se enquadar na condição de Estado em situação de alerta:

- Repasse adicional de 814.402,31 no recurso de Teto Financeiro do TFVS;
- Aprimoramento dos isolamentos virais, através da distribuição de kits NS1 para triagem das amostras do município de Rio Branco;
- Assessoria técnica do Grupo Executivo da Dengue nas áreas de vigilância epidemiológica, controle de vetores e assistência nas seguintes datas: 10 a 13/02 e 18 a 19/02;
- Repasse adicional de 350 litros de inseticidas em complementação aos 920 litros já enviados;
-Assessoria da CGPNCD na área de controle de vetores no período de 16 a27 de março.

Leia mais no Portal Saúde.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Joel speaking english

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Hora surreal


Na arte, o mais famoso pintor surrealista, Salvador Dali, distorcia os relógios assim como tudo o mais. Na política tupiniquim, senadores distorcem o tempo real da população da região extremo-ocidental brasileira. Vou sugerir uma charge ao Braga sobre o assunto.

Leio no blog do Altino que o senador Tião Viana leu os pensamentos de minha colega de Rádio Educadora de Xapuri, Fernanda Gomes, há um ano acordando uma hora mais cedo para chegar ao trabalho.

- Por que eles não diminuem uma hora do horário de Brasília, ora bolas.

O senador acreano apresentou emenda para que o projeto que unifica a hora legal em todo o território brasileiro tenha como referência a hora da Amazônia (quatro horas a menos em relação ao meridiano de Greenwich) e não a hora de Brasília (três a menos com relação ao mesmo meridiano), conforme consta na proposta do Projeto de Lei iniciado no Senado (PLS 486/08), de autoria do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM).

O Brasil poderá deixar de ter três horários oficiais. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou na terça-feira a proposta que unifica a hora legal. Segundo Arthur Virgílio, a medida irá eliminar diferenças de fuso horário verificadas no Amazonas, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima, cujos relógios marcam uma hora a menos que o horário de Brasília, além de ilhas como Fernando de Noronha, onde marcam uma hora a mais. Caso a mudança seja aprovada, oficialmente o sol passará a nascer no Acre às 8 horas.

Leia mais no Blog da Amazônia.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cai a exigência do diploma a jornalistas

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (17) derrubar a exigência do diploma para exercício da profissão de jornalista.



Em plenário, por oito votos a um, os ministros atenderam a um recurso protocolado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal (MPF), que pediam a extinção da obrigatoriedade do diploma. O recurso contestava uma decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), que determinou a obrigatoriedade do diploma. Para o MPF, o decreto-lei 972/69, que estabelecia as regras para exercício da profissão, é incompatível com a Constituição Federal de 1988.

Relator do processo, o presidente do STF, Gilmar Mendes, concordou com o argumento de que a exigência do diploma não está autorizada pela Constituição. Para ele, o fato de um jornalista ser graduado não significa mais qualidade aos profissionais da área. “A formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros.”

O único recurso possível contra a decisão do Supremo (embargo de declaração) não mudaria o resultado do julgamento –apenas teria a função de esclarecer eventuais dúvidas relativas sobre o assunto. Por conta disso, o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo, já disse que a entidade não vai recorrer.

Leia mais sobre o assunto no G1.

"A Grande Meretriz"

Sou católico, mas a imagem que ilustra o cabeçalho do blog não foi escolhida por essa razão, senão por ser a igreja de São Sebastião um de nossos poucos cartões-postais e a própria festa do santo padroeiro de Xapuri uma das principais manifestações da cultura e religiosidade locais. Não comprovo mas desconfio que por essa razão endereçaram a mim uma mensagem em arquivo de powerpoint, intitulada "A Grande Meretriz" que ridiculariza a Igreja Católica, adjetivando-a de prostituta e vinculando a imagem do Papa à condição de mensageiro de satanás.

Confesso que, apesar de não ser daqueles que andam com a Bíblia debaixo do braço, meus brios foram ofendidos pela audácia de alguns que, do "alto" de suas ignorâncias, se põem a envergar as vestes da sabedoria suprema para condenar sumariamente ao fogo do inferno aqueles que não comungam de suas estapafúrdias ideias e barulhentos rituais. Digo isso com todo respeito aos evangélicos, em sua maioria pessoas sensatas e respeitadoras das boas normas de convívio em sociedade. Me dirijo apenas àqueles a quem a carapuça possa vestir.

Mensagens dessa natureza, de teor altamente preconceituoso e eivadas de uma intolerância só vista nas cabeças de fanáticos religiosos do oriente médio, são comuns na internet, onde circula todo o tipo de informação, desde receita de bolo a fórmulas para a fabricação de bombas sujas. O que não é normal é que pessoas instruídas, muitas vezes ocupantes de cargos públicos, o que enseja que as mesmas sejam conhecedoras e respeitadoras das leis do país, se deem ao trabalho de retransmiti-las na rede.

Ora, sem querer iniciar aqui uma discussão religiosa e muito menos de se propor a esse tipo de debate, mas se a Igreja Católica é a meretriz anunciada pelos nazi-fascistas do protestantismo, o que serão as igrejas chamadas evangélicas se não as filhas daquela? Não acredito em perfeição abaixo dos céus, muito menos em pessoas que se investem de autoridade divina para pregar o preconceito e a discriminação. Também não creio em quem se esconde sob o manto de uma religião sem oferecer o testemunho de temente a Deus.

A "santa" inquisição é, sem dúvidas, a grande nódoa que mancha a trajetória da igreja fundada por Pedro, mas os absurdos perpetrados pelas instituições religiosas não ficaram por aí. O holocauso, que vitimou milhões de judeus durante a II Guerra Mundial, teve o apoio de Martinho Lutero, cujas ideias influenciaram a Reforma Protestante. Os próprios pastores evangélicos alemães apoiaram o Nazismo. Vejam o que diz a história:

“Dentre os 17.000 pastores evangélicos da Alemanha, nem 1% se negaram a apoiar o regime nazista”. (Fonte: History of Christianity, de Paul Johnson).

Tudo começou quando Lutero escreveu um diabólico panfleto chamado: “CONTRA OS JUDEUS E SUAS MENTIRAS”, obra esta, reproduzida na 'História do Anti-semitismo’, de Leon Poliakov. Dizia o raivoso Lutero contra os judeus:

“(…) Finalmente, no meu tempo, foram expulsos de Ratisbona, Magdeburgo e de muitos outros lugares… Um judeu, um coração judaico, são tão duros como a madeira, a pedra, o ferro, como o próprio diabo. Em suma, são filhos do demônio, condenados às chamas do Inferno. Os judeus são pequenos demônios destinados ao inferno.” (‘Luther’s Works,’ Pelikan, Vol. XX, pp. 2230).

"Queime suas sinagogas. Negue a eles o que disse anteriormente. Force-os a trabalhar e trate-os com toda sorte de severidade … são inúteis, devemos tratá-los como cachorros loucos, para não sermos parceiros em suas blasfêmias e vícios, e para que não recebamos a ira de Deus sobre nós. Eu estou fazendo a minha parte.” (‘About the Jews and Their Lies,’ citado em O’Hare, in ‘The Facts About Luther, TAN Books, 1987, p. 290).

Utilizo as citações acima somente para lembrar que o erro faz parte da trajetória do ser humano na terra. Protestantes ou católicos, todos estão sob a mesma condição de pequenez e desconhecimento dos grandes mistérios do mundo. Essa é a grande verdade. De bom alvitre é cada um professar sua fé de acordo com suas normas e tradições e não esquecer que, religiosos ou não, estamos todos obrigados a respeitar as leis terrenas criadas com a intenção de tornar a convivência neste mundo um tanto menos complicada.

Políticas públicas para o Alto Acre



Aliar as diversas políticas públicas desenvolvidas no Território da Cidadania do Alto Acre e Capixaba, visando uma integração maior entre as ações dos governos federal, estadual e municipais. Esse é o objetivo do Seminário de Integração das Políticas Públicas do Território da Cidadania do Alto Acre e Capixaba, que será realizado nesta quinta e sexta-feira (18 e 19), no município de Epitaciolândia.

O evento ocorre no auditório da escola Joana Ribeiro Amed e está sendo organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Território da Cidadania do Alto Acre e Capixaba e pela Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário no Acre (DFDA/AC) em parceria com o Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Alto Acre e Capixaba.

Segundo a delegada federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Acre, a economista Tatiana Balzon, a proposta do Seminário é discutir junto com os municípios, governos estadual e federal, e sociedade civil, uma matriz de ações consolidada para 2009/2010.

“Apoiaremos a organização e o fortalecimento institucional dos atores sociais locais na gestão participativa do desenvolvimento sustentável do território e promoveremos a implementação e integração de políticas públicas”, ressalta.

Participarão do evento 46 instituições da sociedade civil e das três esferas de governo, entre as quais a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Estado do Acre (Deracre) e o Instituto de Terra do Acre (Interacre).

Também foram convidados representantes das secretarias de Estado de Educação, de Saúde e de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, da Cooperação Técnica Alemã (GTZ) e das prefeituras de Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Capixaba.

◙ Com informações da Assessoria de Comunicação Social do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Cooper e bom senso



As fotos e os comentários publicados aqui sobre o "Arrancadão" realizado na pista do Aeroporto de Xapuri no último final de semana, e que contou com o apoio da prefeitura, geraram uma discussão muito salutar para a convivência democrática que acredito piamente existir nesse momento da história entre os homens que ocupam a "torre de controle", como diria meu amigo Eduardo de Souza, odontólogo e english teacher, com a comunidade local, que não reagiu bem, assim como eu, à realização do evento em um local que havia sido fechado à população, que utilizava o espaço para a prática de caminhadas.

Foram muitos os comentários e telefonemas que recebi sobre o assunto, mas que preferi não publicar para não alimentar uma polêmica desnecessária e que poderia trazer para Xapuri um prejuízo maior, uma vez que a pista de pouso em questão já se enquadra em algumas situações que a colocam sob a ameaça de desativação pela proximidade com residências, em virtude da ocupação desordenada que ocorreu nas suas proximidades, entre outras. Nenhuma informação oficial, mas deduzi isso após conversar com fiscais da Anac - Agência Nacional de Aviação Civil - durante vistoria realizada aqui no ano passado.

Pois bem. Na tarde desta terça-feira, recebi telefonema do prefeito Bira Vasconcelos, que tinha em mente a mesma preocupação que eu quanto aos prejuízos que essa discussão poderia acarretar. O aeroporto de Xapuri, apesar de a cidade não receber voos regulares, tem uma importância muito grande para o município, pois é, principalmente, a alternativa para casos de emergência em que pessoas necessitem ser transportadas rapidamente para Rio Branco, além de funcionar, de acordo com os mesmos fiscais da Anac, como pista de pouso auxiliar do aeroporto de Rio Branco para aeronaves de pequeno porte.

Bira Vasconcelos fez alguns esclarecimentos que ainda não tinham vindo à luz e solicitou gentilmente que os mesmos fossem registrados aqui neste espaço, o que passo a fazer com grande satisfação. De acordo com o prefeito, o objetivo da prefeitura em apoiar o evento foi exatamente chamar a atenção das autoridades estaduais responsáveis pelo espaço da necessidade de o mesmo ser utilizado para atividades que envolvessem a população, entre elas a prática de caminhadas, o que começará a acontecer já a partir desta quarta-feira com o acompanhamento de profissonais em educação física disponibilizados pela prefeitura para orientar o público.

O prefeito afirmou também que as marcas de pneus deixadas na pista, prejudicando em alguns pontos a sinalização da mesma, não foram provocadas pelos pilotos do Acre Autoclube, entidade responsável pela organização do evento, mas sim por pessoas alheias ao evento que entraram na pista antes do início da competição para dar "cavalos-de-pau", sendo essas pessoas, em seguida, retiradas do local pela Polícia Militar. Bira deixou claro que outros eventos deverão acontecer aproveitando o espaço oferecido pela área do aeroporto, mas jamais aqueles que ameacem a integridade da pista de pouso.

De minha parte, admito que não fui ao evento e que não vi quem realmente causou aquilo que chamei de dano e que ilustrei com imagens. Confesso também que esses danos atingiram mais a estética da pista do que propriamente a sua estrutura, mas vou continuar sendo contra a realização de eventos dessa natureza por achar que com a reincidência os danos de maior extensão serão certos. Mais uma vez citando o grande Edu souza, nada contra arrancadas, arrancadinhas ou arrancadões, mas uma boa caminhada de fim de tarde é bem mais leve, saudável e de bom senso.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mais arrancadão





São visíveis os danos causados à pista de pouso do Aeroporto de Xapuri pelo "Arrancadão" realizado no último final de semana com apoio da prefeitura. A sinalização foi intensamente prejudicada e o pavimento, que não é composto de material asfáltico de primeira qualidade, sentiu os efeitos das arrancadas e manobras feitas pelos veículos turbinados. As imagens, feitas com a câmera de um telefone celular, deixam claro que a estrutura da pista de pouso não suporta a realização de eventos dessa natureza.
Desde quando passou pela recuperação que o deixou com uma leve aparência de aeroporto de verdade, o local foi radicalmente fechado ao público, que ali fazia inofensivas e saudáveis caminhadas, para, de súbito, ser aberto a um evento igualmente fechado como esse tal "arrancadão", que em nada contempla a necessidade de acesso a lazer nesta terra de meu Deus. Fica registrada aqui, mais uma vez minha crítica, que espero ser construtivamente últil, com a garantia do espaço para quem quiser se manifestar.

Do outro lado do rio



Do outro lado do rio Acre, em Xapuri, está o bairro Sibéria, comunidade das mais organizadas e lutadoras por melhores condições de vida. Foi lá onde nasceu a Saboaria Xapuri, iniciativa comunitária premiada por mais de uma vez, mas que a despeito disso ainda não conseguiu deslanchar como alternativa de geração de emprego e renda por pura falta de apoio governamental.
Na última semana, a associação de moradores do bairro Sibéria realizou pelo sexto ano seguido a festa do aniversário de fundação da organização, evento que já faz parte do calendário cultural de Xapuri. De acordo com João Jorge Cosmo da Silva, eterno presidente da associação, esta foi uma das melhores festas já realizadas. "Não houve nenhuma ocorrência policial", comemorou ele.
O nome do bairro vem do seringal Sibéria, de onde seringueiros e seringalistas, ao viajar para a cidade, guardavam neaquele local seus animais e suas mercadorias, enquanto resolviam seus negócios em Xapuri. Construíram, então, por volta da primeira década do Século XX, naquela margem do rio Acre, uma arrearia, espaço feito de madeira roliça e coberto com palhas.
As terras pertenciam ao Sr. Armando Braga, que residia em Belém-PA, que vinha vistoriá-las uma vez por ano. Essas eram doadas aos seringueiros que, por motivos diferentes, ali chegavam à procura de moradia. Era através do Sr. Raimundo Soares Cavalcante – na época gerente do Seringal Bosque – que as terras eram transferidas aos seringueiros. Para saber mais sobre as origens do bairro Sibéria visite o site História Multimídia de Xapuri, de onde coletei essas informações.

Caçando passarinhos

Luciano Pires

“Vou caçar passarinho!”. Quando eu era criança lá em Bauru, quarenta anos atrás, todo garoto andava com seu estilingue ou sonhava com uma espingardinha de chumbo pra matar passarinhos. Não é um absurdo?

Nossa consciência sobre a proteção ao meio ambiente é cada vez mais forte e isso é bom, muito bom. Quem agride o meio ambiente está cada vez mais isolado e exposto à identificação e punição. O cerco vai apertando. E isso também é bom, muito bom. Essa consciência vem do amadurecimento da sociedade, alimentado pela pregação dos ambientalistas que começou lá com o “salvem as baleias” e hoje está presente em todos os momentos de nossas vidas. É verdade que falta muito, mas a nova geração que vem aí é muito mais responsável que a anterior.

Duvida? Experimente dizer a uma criança que você vai matar um passarinho...

Muito bem. Pregar para as crianças, abraçar árvores, fazer filmes, dar a entrevistas, escrever artigos, tudo isso é muito bom e necessário. Mas quem é que realmente tem o poder – e a responsabilidade - de sair da pregação para realizar ações concretas para mudar a realidade?

Veja um exemplo simplório: há muitos anos as equipes da Fórmula Um distribuem seus “press releases” compostos de seis folhas A4, para cerca de 300 jornalistas a cada final de semana. Recentemente os assessores de imprensa da equipe McLaren concluíram que num mundo onde os arquivos eletrônicos são lidos por todos, não há sentido em usar folhas de papel. E decidiram distribuir seus releases eletronicamente. Que legal, né? Todos gostaram da idéia, menos um jornalista, o veterano Dan Knutson, que insistiu em receber a versão impressa.

Como ninguém gosta de atritos com jornalistas, a McLaren passou a entregar-lhe o material impresso com o seguinte título: “Versão análoga para Dan Knutson”. No final do release está impresso: “Nós derrubamos uma árvore para poder entregar esta versão impressa para o jornalista mencionado anteriormente”.

Os executivos da McLaren fizeram mais que a pregação, usando seu poder para realizar uma ação efetiva, simples e direta. Economizaram cerca de 20 mil folhas de papel por ano e deixaram Mr. Knutson sujo na área...

Uma ação efetiva, transformando a pregação em resultados.

Antes que venham as pedradas: uma coisa não elimina a outra. A pregação é necessária. Mas me parece que temos pregadores demais. Todos querem salvar as baleias, mas não conseguem praticar pequenas ações táticas como a da McLaren.

Sabe o que é? É que essas pequenas ações não rendem mídia. Não são violentas. Não tem sangue. Não assustam as pessoas com a possibilidade de um dia serem cozidas pelo sol. Não têm o charme de um “abraço à represa”.

A pregação é muito mais legal que a ação.

Pois reflita sobre o seu poder de implementar ações simples, calcadas em atitudes, usando o conhecimento que está ao alcance de todos para provocar pequenas mudanças. São elas que – juntas – podem mudar a realidade.

Luciano Pires é jornalista.

domingo, 14 de junho de 2009

Impasse no Sindicato de Xapuri

Justiça deve decidir impasse político nas eleições do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Xapuri


Dercy: denúncias de irregularidades e complô para tirá-la do Sindicato

Polêmico e conturbado desde o nascedouro, o processo eleitoral para escolha próxima diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, realizado no último dia 30 de maio, vem rendendo muita confusão e deve terminar em breve sobre a mesa de um juiz. É que o candidato perdedor, Assiz Monteiro, pediu a anulação da eleição alegando a ocorrência de diversas irregularidades cometidas pela atual presidente do Sindicato e candidata à reeleição, Dercy Teles de Carvalho Cunha.

Assiz Monteiro acusa a atual diretoria do Sindicato de promover uma farra de filiações nos dias que antecederam a eleição, associando pessoas que não possuem nenhuma ligação com a categoria dos trabalhadores rurais, entre elas fazendeiros, taxistas, professores radicados na zona urbana e até uma vereadora, Maria Luceni, do PV, partido ao qual Dercy Cunha é filiada. A comissão responsável pela eleição acatou o pedido e considerou sem efeito o resultado do certame eleitoral.

“Fazendeiros e moradores urbanos foram sindicalizados de última hora pela atual gestão, garantindo um número enorme de eleitores sem nenhum vínculo com a atividade de trabalhador rural, que é a essência da existência do nosso sindicato”, denuncia, em nota divulgada na imprensa, Assiz Monteiro, que é um antigo militante petista e parceiro de Chico Mendes na época em que os seringueiros de Xapuri se organizaram contra os fazendeiros que devastavam a floresta.

“Só o fato de fazendeiros votarem nesta eleição já é um absurdo sem tamanho. O STRX nasceu exatamente para se contrapor ao acelerado processo expulsão do trabalhador rural de seu ambiente natural na década de 1980, capitaneado pelos pecuaristas de Xapuri. Se hoje existe uma convivência pacífica, ela não significa que estas categorias de trabalhadores sejam as mesmas, os interesses continuam sendo conflitantes e é preciso que as identidades sejam preservadas”, concluiu.

Dercy Cunha, que venceu a eleição por apenas 6 votos de diferença, garantiu que vai recorrer à justiça para assegurar o resultado vitorioso na assembléia e acusou Assiz Monteiro de engendrar uma manobra política para tornar ilegítima a sua eleição. Dias antes da assembléia, uma ação cautelar impetrada junto à Justiça do Trabalho por Assiz Monteiro já havia quebrado a rotina de somente ser permitido o voto dos associados que estivessem em dias com suas contribuições sindicais.

No dia da eleição, por força da decisão judicial, associados adimplentes e inadimplentes votaram, mas em urnas separadas e somente os primeiros receberam crachás de identificação. Dercy venceu em ambas as urnas e denunciou a utilização, pela chapa derrotada, de um aparato financiado pelo governo do Estado e prefeitura de Xapuri. Sobre as denúncias de irregularidades, principalmente sobre o fato de fazendeiros constarem na relação de votantes, ela afirma que a coisa é antiga.

“Com relação aos fazendeiros a quem Assiz se refere, ressaltamos que os mesmos só estão sendo questionados agora, porque deixaram de fazer parte da sigla partidária do candidato. Todos esses fazendeiros filiaram-se ao sindicato quando o mesmo era gerido pelo grupo ao qual o candidato derrotado pertence, que administrou a organização por 17 anos - não somente o sindicato, mas as entidades de Xapuri, inclusive a prefeitura, sendo que todas ficaram falidas”.

Intimamente ligado com o PT desde a fundação do partido no Acre, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, criado em 1977, se afastou da agremiação a partir da desfiliação de Dercy Cunha, que trocou o Partido dos Trabalhadores pelo PV, junto com outros antigos militantes petistas. Iniciou-se aí uma disputa política acirrada sem precedentes na história do Sindicato, que culminou com essa grande polêmica na atual eleição, que ainda parece estar longe de ter um ponto final.

“Sindicato Cartorial”

Quartel General de Chico Mendes nas lutas contra a devastação da floresta e expulsão dos seringueiros de suas terras, o Sindicato de Xapuri tornou-se símbolo da resistência dos trabalhadores rurais na região. Criado com a finalidade de fortalecer a luta dos trabalhadores, sua importância extrapolou, no passar dos anos, a condição de simples organização sindical e se tornou objeto de interesses políticos partidários, tendo servido, nos últimos 20 anos, mais ao segundo objetivo que ao primeiro.

Na eleição do último dia 30 de maio, o que se viu foi uma grande movimentação de políticos locais diretamente ligados às últimas eleições e certamente participantes da próxima, como foi o caso dos ex-candidatos à prefeitura de Xapuri, Márcio Miranda, do PSDB, e Manoel Moraes, do PSB, representado por sua mulher Maria Moraes. Outros ex-candidatos, como Márcio Bittar (PPS) – ao governo do Acre em 2006 - e Ermício Sena (PT) – a deputado estadual na mesma eleição – também estiveram em Xapuri manifestando a esta ou aquela chapa.

Outra característica que marca o Sindicato de Xapuri na atualidade é a condição de entidade que muitas vezes é procurada apenas para expedir certidões e outros documentos para fins de benefício pessoal. A grande maioria dos associados não participa da vida sindical da instituição. De acordo com atual diretoria do STRX, a entidade possui mais de 3 mil associados inscritos. Destes, apenas cerca de 400 pagam regularmente suas contribuições. Mesmo com a decisão da justiça que deu direito de votos a associados inadimplentes, apenas 656 compareceram à eleição do último dia 30 de maio.

Acima, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri nos "anos de chumbo".

sábado, 13 de junho de 2009

Maurício Bittencourt



O professor Maurício Homem de Bittencourt, mestre em Comunicação pela Universidade de São Paulo, onde também obteve a gradução, e professor da Universidade Federal do Acre é o coordenador do projeto pesquisa e extensão "Narrativas da Floresta", sobre Comunicação e Meio Ambiente, vinculado à Ufac e financiado pelo governo do Acre.

O objetivo do projeto, que já tem algumas entrevistas em vídeo publicadas no blog "Narrativas da Floresta - Idéias para a Comunicação Social na Amazônia", é, segundo Maurício, contribuir para um processo comunicativo equilibrado sobre a sociedade local e colaborar para que os meios de comunicação do Acre consigam propor um debate igualmente equilibrado sobre meio ambiente e preservação da Amazônia.

Neste final de semana, Maurício Bittencourt esteve em Xapuri realizando entrevistas para a continuidade do projeto. Seringueiros, professores, profissionais da comunicação e contadores de histórias são os comunicadores da floresta focados pela câmera e pelos questionamentos do professor. Como a imprensa brasileira aborda a questão ambiental na Amazônia é a pergunta que norteia o estudo.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Arrancadão e som automotivo

Pois é. Os portões da pista de pouso de Xapuri, fechados para os adeptos das caminhadas de final de tarde, serão abertos neste final de semana para o evento que dá nome a esta nota. Nada contra as arrancadas, muito menos contra os barulhentos veículos, mas é ruim de entender que tenham proibido a população de utilizar o único espaço adequado para a prática de atividade física da cidade, uma vez que ali pousam aeronaves "uma vez na vida", para depois disponibilizar o local para veículos.

A alternativa que restou aos pontuais praticantes das saudáveis caminhadas foi disputar espaço com os carros que trafegam pela Estrada da Borracha, se expondo a um relativo risco de atropelamentos. Se alguém comprovar que a pista de pouso não é lugar adequado para a prática de atividades físicas, muito menos será para outra, nada simpática, que envolve, além das máquinas, uma grande aglomeração de pessoas e um prejuízo quase certo ao asfalto do aeródromo.

Com a palavra os responsáveis pelo espaço e pela proibição de uso pela gente simples do povo.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A verdade sobre as eleições do STR de Xapuri

Segundo mensagem enviada por Francisco de Assiz Monteiro, candidato derrotado nas eleições do último dia 30 de maio, que contesta o resultado alegando a ocorrência de irregularidades no processo eleitoral:

"Caro Raimari,

Através deste, me dirijo a você para repor a verdade deturpada pela candidata da Chapa II, na eleição que aconteceu no dia 30 de maio de 2009 no STR de Xapuri. Como é do seu conhecimento, este sindicato é o mais importante da luta dos trabalhadores rurais do Acre, não só para aqueles que tombaram, mas também para aqueles que ainda estão vivos na luta, como os companheiros Raimundão, Osmar Facundo, Raimundo Monteiro, Sabá Marinho, Chico Ramalho, Simplício e tantos outros companheiros fundadores deste Sindicato junto com o companheiro Chico Mendes.

Com toda a história do nosso STR, jamais poderíamos concordar com o modo como foi conduzido o processo eleitoral, que se mostrou viciado desde o início. Em primeiro lugar, a candidata da Chapa 2, Dercy Teles, passa uma versão dos fatos como se fosse vítima do processo, o que não é verdade. A verdade é que, já na abertura das urnas, ela, sua advogada e seus assessores exigiram que os companheiros associados fossem segregados em filas de adimplentes e não adimplentes para votarem em urnas separadas, contrariando o que determinou a justiça do trabalho, na Liminar que permitiu a todos os sócios votarem, sem serem discriminados, sob pena de pagamento de multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por cada sócio constrangido, o que já está sendo estudado por muitos companheiros denunciar à justiça tal procedimento. Ainda, como pode ser comprovado pelo nosso primeiro Requerimento em anexo, já denunciávamos pela manhã daquele dia que a atual Diretoria só entregava crachás para aqueles adimplentes, criando notório constrangimento aos companheiros que se deslocaram de suas colocações e pequenas propriedades para votarem. Sem contar que nossa chapa e a Comissão Eleitoral não possuíam uma listagem oficial com o número de aptos a votar, inviabilizando o cálculo de quorum para instalação da Assembléia.

Em segundo lugar, durante toda a manhã e parte da tarde daquele dia, recebemos inúmeras denúncias de que pessoas sem nenhum vinculo com STRX estavam votando e, por este motivo, independente do resultado eleitoral, às 16:45h, entregamos para o Presidente da Comissão Eleitoral nosso segundo Requerimento, denunciando algumas pessoas que do nosso ponto de vista, não se caracterizavam como produtor rural, portanto, viciando ainda mais o processo eleitoral. Hoje, sabemos que o número de filiados de última hora e sem nenhuma relação com o STRX é muito maior, o que pode ensejar uma representação, inclusive por formação de quadrilha contra aqueles que andaram filiando nos bairros de Xapuri, como já temos informações.

Em terceiro lugar, o que alguns noticiaram, como sendo aquele pleito uma disputa entre uma suposta posição independente da Chapa 2, contra a posição da Chapa 1, que seria ligada ao Partido dos Trabalhadores e ao governo, nem de longe reflete o que se passou no pleito e nos dias que o antecederam. Sobre isto, é preciso deixar claro que os candidatos tinham seus partidos, eu sou filiado ao PT e Dercy é filiada ao PV. Ambos tivemos apoio de nossos correligionários locais. A diferença é que eu sou filiado a um partido que acaba de ganhar a eleição municipal de Xapuri, derrotando Marcio Miranda, Manoel do Ibama e João Jorge. Todos estes adversários do PT estiveram bem presentes na eleição apoiando a Chapa 2, fosse através do fazendeiro Marcio Miranda, votando na eleição do sindicato de trabalhadores rurais, através do Professor e Presidente da Associação de Moradores do Bairro Sibéria João Jorge votando e fazendo boca de urna, através da Senhora Maria, esposa do Manoel do Ibama, fazendo boca de urna. Sem contar que no dia anterior ao pleito, muitas pessoas que nunca aparecerem nas nossas lutas, foram para Xapuri dar apóio à Chapa II, como é o caso de dois candidatos derrotados nas últimas eleições em Rio Branco.

Em quarto, sobre os acontecimentos descritos, apontamos dois problemas sérios. O apoio de fazendeiros e pessoas da cidade, dependendo do ponto de vista de quem julga, é legítimo. O problema é que fazendeiros e moradores urbanos foram sindicalizados de última hora pela atual gestão, garantindo um número enorme de eleitores sem nenhum vínculo com a atividade de trabalhador rural, no sentido de pequeno produtor, que é a essência da existência do nosso sindicato. Só o fato de fazendeiros votarem nesta eleição, já é um absurdo sem tamanho. O STRX nasceu exatamente para se contrapor ao acelerado processo expulsão do trabalhador rural de seu ambiente natural na década de 1980, capitaneado pelos pecuaristas de Xapuri. Se hoje existe uma convivência pacífica, ela não significa que estas categorias de trabalhadores sejam as mesmas, os interesses continuam sendo conflitantes e é preciso que as identidades sejam preservadas.

Trabalhadores urbanos votando nas eleições sindicais rurais, inclusive sendo filiados de última hora, descaracteriza a categoria de trabalhadores rurais e indica uma lógica perversa do vale tudo, sem regras estatutárias, sem acordo prévio entre candidatos e, o que é pior, demonstra o quanto a atual direção do STRX perdeu o foco de sua atuação, importando mais ganhar a qualquer preço, do que defender a categoria dos problemas enfrentados, apontando perspectivas de desenvolvimento e sendo um canal de diálogo com os governos para implementar políticas públicas para a categoria.

Raimari, tudo isto que foi relatado acima, faz parte de um procedimento jurídico que impetramos na Justiça do Trabalho. Será a Justiça quem decidirá o que fazer, assim como a FETACRE, que é quem estatutariamente intervêm nestes casos. Da nossa parte, fizemos e continuaremos fazendo o que manda a nossa consciência de trabalhador.

Abraços,

Francisco de Assiz Monteiro".

Disputa no Sindicato de Xapuri prossegue

Briga política relacionada à disputa pela direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri tem continuidade mesmo depois de realizada a eleição, que no dia 30 de maio passado deu vitória à sindicalista Dercy Teles Carvalho Cunha. A chapa 2, encabeçada pelo petista Francisco de Assiz Monteiro, requereu à comissão responsável pelo processo de eleição a anulação do resultado do pleito sob a alegação de que houvera irregularidades.

Segue mensagem divulgada por Dercy nesta semana, denunciando supostas manobras políticas do grupo adversário para anular as eleições:

"Mais uma vez dirijo-me ao seu blog para denunciar as manobras adotadas pela Chapa 01, denominada "Unidos na Luta", derrotada nas eleições do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri no último dia 30, embora contasse com total apoio do governo do Acre e da prefeitura de Xapuri.

No dia do pleito, estiveram presentes em Xapuri cinco secretários de estado e foi dispensado à chapa derrotada todo apoio institucional concernente ao transporte dos trabalhadores, sendo usados carros do município e do estado, e até mesmo do governo federal, como foi o caso do carro do Ibama, que também estava a serviço dos mesmos.

Apesar disso, foram derrotados porque a maioria dos trabalhadores soube separar o joio do trigo, em que pese as calúnias e difamações que foram feitas a nosso respeito. Perderam, mas não se deram por satisfeitos. Apesar da eleição ter ocorrido no dia 30, somente no dia 4, cinco dias depois, o cidadão que presidiu a comissão eleitoral apareceu com uma ata na qual consta que não foi homologada a posse dos eleitos.

Ao ser questionado, apresentou um requerimento impetrado pelo candidato da chapa 01, alegando irregularidades no processo eleitoral. Segundo consta na ata, esse requerimento deu entrada após a divulgação do resultado da eleição. Porém, o presidente da comissão deu por recebido às 16h45 do dia 30. Mas os demais membros da comissão não tomaram conhecimento do mesmo. O candidato da chapa 01 já pedia no requerimento que não fosse homologada e nem empossada a chapa vencedora.

Vejamos as contradições: na hora que o presidente da comissão deu recebido ao requerimento, ninguém sabia quem eram os eleitos, pois sequer tinha encerrado a votação. Então está claro que tudo foi forjado porque, no decorrer da apuração, além dos fiscais, havia dois advogados. Eu também estava na mesa e não vi a entrega desse requerimento.

No requerimento o candidato da chapa 01 relacionou os motivos da irregularidades:

1º - Que votaram vários fazendeiros, inclusíve citando total de cabeças de gado e hectare de terra que cada um possui;

2º - Que outros são taxistas , professor, auxiliar de enfermagem ou apenas moram na cidade e não tem vinculo com zona rural.

Vale ressaltar que a maioria dessas pessoas, mesmo não morando na zona rural, todas elas são proprietárias de área rural, estando na mesma condição do referido canditato, e da maioria dos componentes de sua chapa, que detém uma propriedade rural mas mora na cidade.

Com relação aos fazendeiros que o candidato se referiu, ressaltamos que os mesmos só estão sendo questionados agora, porque deixaram de fazer parte da sigla partidaria do candidato. Todos esses fazendeiros filiaram-se ao sindicato quando o mesmo era gerido pelo grupo a qual o candidato derrotado pertence, que administrou a organização por 17 anos - não só o sindicato, mas as entidades de Xapuri, inclusive a prefeitura, sendo que todas ficaram falidas.

Outro fator que revela a falta de honestidade na condução do processo eleitoral, tanto do candidato já mencionado quanto do cidadão que presidiu a comissão, é o fato deles só terem mencionado os nomes de pessoas que são suas adversárias partidárias. Porque essas pessoas não foram as únicas que moram na cidade que votaram. É muito mais: porque vereador da situação, ocupantes de cargos comissionados, tanto do gaverno do Acre como da prefeitura de Xapuri, não foram citados. Por que?

Por tudo isso, nós da chapa eleita democraticamente no último dia 30, denunciamos e repudiamos a farsa que aqueles que tratam as pessoas de companheiros tramaram contra a diretoria eleita e os trabalhadores que o elegeram por vontade própria, por entenderem que nós os representamos durante os três anos de nosso primeiro mandato, com muito respeito, responsabilidade e honestidade.

Concorremos numa condição humilde e pacífica, contando apenas com a confiança que adquirimos ao longo dos três anos que conduzimos a entidade. Ganhamos a eleição porque construímos mérito ao longo de nossa vida. Não temos nada a temer, porque não devemos até hoje nada que nos envergonhe perante a sociedade xapuriense.

Mas confessamos a nossa indignação com aqueles que posam de defensores dos trabalhadores, mas quando vêem seu poder de controle ameaçado, se utilizam dos métodos mais inescrupulosos e injustos para conseguir seus objetivos pessoais, que é o de retomar o controle do sindicato a qualquer custo e de continuar usando os trabalhadores como massa de manobra.

Nós, da diretoria eleita, exigimos exigimos respeito e estamos decididos a lutar até as últimas conseqüências em defesa dos direitos dos trabalhadores, sobretudo o direito de escolher seus representantes sem interferências externas, respeitanto o que preceitua nosso estatuto.

Agradeço-lhe antecipadamente,

Dercy Teles de Carvalho Cunha"

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Fuso horário único, a polêmica amazônica

Montezuma Cruz

Está de volta no Senado Federal a polêmica criação de um fuso horário único no País, que proporciona algumas vantagens, mas leva um caminhão de problemas à Amazônia. A hora legal brasileira é fixada com três horas de atraso em relação ao Meridiano de Greenwich, que passa sobre a localidade do mesmo nome, nos arredores de Londres (Reino Unido). Por convenção, este meridiano divide o globo terrestre em ocidente e oriente, permitindo a medição da longitude e a criação dos fusos horários no mundo.

Em entrevista, hoje, o autor da proposta, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), descartou um possível plebiscito para debater o assunto, algo sugerido por políticos acreanos, insatisfeitos com o senador Tião Viana (PT-AC), que apresentou o primeiro projeto para diminuir o fuso daquele estado em relação ao horário de Brasília.

"Se for por aí, daqui a pouco vão querer plebiscito para o que eu corte o cabelo, ou não", brincou Virgílio. Ele acredita que a unificação de horários beneficiará diretamente às populações que atualmente têm horários diferentes da hora legal (horário de Brasília). Uma das vantagens, conforme o senador, é "a maior integração econômica, especialmente bancária".

Depois de ter mantido durante décadas quatro horários diferentes, dependendo da região, o Brasil conta desde abril do ano passado com três faixas: o horário de Brasília (maioria dos estados), o horário dos estados localizados mais a Oeste (Amazonas, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima), e o horário do arquipélago de Fernando de Noronha.

O projeto (PLS 486/08) tem parecer favorável do relator, senador Gim Argello (PTB-DF). Se for aprovado, ainda irá ao exame da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Leia também: Quero meu fuso de volta.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Nas mãos do presidente

Marina Silva

A aprovação da Medida Provisória (MP) 458/08, semana passada, no Plenário do Senado, foi o terceiro momento mais triste da minha vida. O primeiro foi quando, ainda adolescente, perdi minha mãe, duas de minhas irmãs e meu tio, num curto espaço de tempo. O segundo foi quando assassinaram Chico Mendes. Agora, meu luto é pela Amazônia.

A MP 458, que está nas mãos do presidente Lula, vai regularizar a posse de 67 milhões de hectares de terra na Amazônia, um patrimônio nacional superior a 70 bilhões de reais, considerando apenas a terra nua. O problema é que, a título de legalizar a situação dos pequenos agricultores, dos posseiros de boa-fé, cujos direitos estão salvaguardados pela Constituição, os maiores beneficiados serão os grileiros, aqueles que cometeram o crime de apropriação de terras públicas e estão por trás da exploração fundiária irregular, da violência e do desmatamento ilegal.

Enviei carta aberta ao presidente pedindo veto a três artigos da MP, o 2º, o 7º e o 13º. Ainda que não conserte todo o mal que ela causa, a supressão desses dispositivos pode amenizar alguns de seus efeitos.

O primeiro veto que proponho é para impedir a regularização das terras ocupadas por prepostos (laranjas), o que está previsto nos incisos II e IV do artigo 2º e no 7º, uma vez que eles possibilitam a legalização de terras griladas, permitindo a transferência de terras da União para pessoas jurídicas, para quem já possui outras propriedades rurais e para a ocupação indireta. Essa forma de ocupação e exploração não deve ser beneficiada, pois desconsidera os critérios de relevante interesse público e da função social da terra.

Já o artigo 13 deve ser vetado para impedir a exclusão de vistoria prévia, procedimento fundamental para identificar a natureza da ocupação e, principalmente, a existência de situações de conflito na área a ser regularizada. Isso, em muitos casos, pode significar a usurpação de direitos de pequenos posseiros isolados, com dificuldade de acesso à informação, de mobilidade e de reivindicação de seus direitos.

Outro pedido que consta da carta aberta enviada ao presidente Lula é de que todo o processo de regularização fundiária seja caracterizado pela transparência e assegure a efetiva participação da sociedade civil, notadamente os representantes dos segmentos ambiental, acadêmico e agrário.

Se o presidente nada fizer, não serão os ambientalistas a sair perdendo, mas o Brasil. O que está em jogo é a vida de milhões de pessoas e a conservação da floresta - uma vez que a grilagem já demonstrou ser o primeiro passo para a devastação ambiental. E não só eu que o diz. Para o Procurador Federal no Estado do Pará, Dr. Felício Pontes, "a MP 458/08 vai legitimar a grilagem de terras na Amazônia e vai jogar por terra 15 anos de intenso trabalho do Ministério Público Federal no estado do Pará, no combate à grilagem de terras."

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, 1.377 pessoas estão ameaçadas de morte na Amazônia, entre as quais juízes, procuradores e lideranças que dedicaram a vida à causa da justiça, da lei e da proteção ao patrimônio do povo brasileiro. De 1999 a 2008 ocorreram 5.384 conflitos de terra na região, com 253 assassinatos e 256 tentativas de assassinato.

A MP 458 não foi o único grande retrocesso na legislação ambiental brasileira. Tivemos ainda a edição do Decreto 6848/08, que estipulou um teto para a compensação ambiental, ou seja, independente do prejuízo causado ao meio ambiente, o responsável pelos danos não irá desembolsar mais do 0,5% do valor total da obra; a modificação, após cinco meses de sua edição, do Decreto 6514/08, que exigia o cumprimento da legislação florestal; e a revogação da legislação que protegia as cavernas brasileiras. Para piorar, corremos o risco de ver alterada toda a legislação ambiental do País, por meio de uma proposta apresentada pela bancada ruralista na semana passada, que claramente quer expandir para o Brasil a legislação antiambiental aprovada recentemente em Santa Catarina.

Está com o presidente a decisão de impedir um dos maiores retrocessos na história da luta pela preservação das florestas e pela justiça ambiental no Brasil. No Dia Mundial do Meio Ambiente, 31 organizações da sociedade civil reforçaram, em nota pública, "repúdio à tentativa de desmonte do arcabouço legal e administrativo de proteção ao meio ambiente arduamente construído pela sociedade brasileira". Esta manifestação corresponde às análises que os formadores de opinião e a mídia vêm externando e ao sentimento da população captado por pesquisas de opinião. Cabe agora ao presidente Lula avaliar e agir, enquanto é tempo.

◙ Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre, ex-ministra do Meio Ambiente e colunista da Terra Magazine.

Fonte: Blog do Altino.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Big Brother educa

Luciano Pires

Numa discussão sobre o Big Brother Brasil – que a cada edição bate recordes de audiência – provoquei várias caretas ao dizer que considero o programa uma oportunidade fantástica de aprendizado. Quase apanhei. Mas expliquei que tudo depende de como o espectador encara o programa. Se você procura mais que simples entretenimento, consegue assistir o BBB de olho no impacto e influência de cada participante sobre os demais. Ah, eles são vazios? São. Mas são gente como a gente. Você tem ali uma inestimável aula de antropologia, de sociologia, de política, com exemplos claros de como funciona a vida em sociedade. Verá os conflitos, as intrigas, a dissimulação, as mentiras, a manipulação, a generosidade, o medo – todos aqueles pequenos truques, pecados e atitudes com os quais convivemos no dia-a-dia. Está tudo ali, exposto pra quem quiser ver. E aprender. Assistindo o Big Brother Brasil como uma vitrine de comportamento você aplicará seu tempo em aprendizado.

Mas se você escolher assistir o BBB como mero entretenimento, ou pra ver as bundas das moças ou os muques dos moços, quem fica com quem, quem fica bêbado ou uma baixaria qualquer, terá aplicado seu tempo apenas em fofoca.

O Big Brother Brasil só é um sucesso estrondoso de audiência por explicitar claramente nossas fraquezas e atender àquele irresistível impulso que todos temos para o “voyeurismo”: o espiar os outros sem ser notado. Quem escolhe se vai aprender com isso é você.

Bem, antes que venham as pedradas, deixa eu dizer onde começou esta reflexão: li num artigo recente que somente dez por cento da população tem disposição para aprendizado. São as pessoas que vão atrás, que gostam, que sentem prazer em aprender. Os outros noventa por cento nunca vão se importar em ampliar seus conhecimentos e habilidades até que sejam obrigados a isso, por pressão do trabalho por exemplo. Só dez por cento, já pensou? E justamente hoje, quando vivemos naufragados em informação. Nesse cenário é preciso refletir sobre um processo fundamental: o da educação continuada.

Aprender continuamente, estudar continuamente, é a única forma de enriquecer nossa capacidade de análise, de compreensão do mundo e de tomada de decisão. De lutar para não ser eterna vítima de quem sabe como manipular as pessoas. Mas esse “estudar” não deve ser entendido apenas como frequentar uma sala de aula com professor ou mergulhar num livro de matemática. Você pode estudar lendo um romance ou uma história em quadrinhos. Assistindo um filme de aventura. Ouvindo rock. Observando as pessoas que passam pela rua. Ou seus colegas aí ao lado.  É a predisposição para aprender que confere aos acontecimentos um sentido pedagógico, sacou? A capacidade pedagógica não está no acontecimento em si, mas na escolha que você faz diante dele. Assim, é possível assistir ao programa do Gugu ou da Luciana Gimenez (nunca inteiros, é verdade), por exemplo. São fantásticas oportunidades de estudar como – através de um rótulo de “entretenimento” – a televisão aliena as pessoas.

“Entretenimento” é desculpa para tudo. Exime quem produz o lixo – no jornal, na revista, no livro, no rádio, na televisão, no teatro, no cinema, na música e na internet –, de qualquer responsabilidade com algo além de “matar o tempo” das pessoas. Um pecado...

No entanto, o dono de seu tempo é você. Você escolhe o que fazer com ele. Você escolhe para quem vai dar atenção. Você escolhe seu olhar.

O Big Brother Brasil é um projeto milionário muito bem sucedido. Por mais que você esperneie, vai continuar no ar, batendo recordes até a fórmula se esgotar. “Matará o tempo” de 90% das pessoas que o assistem.

Mas os 10% dispostos a aprender farão dele uma aula.

Jornalista

domingo, 7 de junho de 2009

Injeção de ânimo

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O governador Binho Marques repassou, no último sábado, R$ 5,5 milhões em convênios ao município de Xapuri para investimentos em educação, saúde, recuperação e manutenção de máquinas e equipamentos e infraestrutura urbana e rural. Os convênios fazem parte do Pacto Pelo Desenvolvimento Social dos Municípios (Pró-Município) e foram firmados neste final de semana com todos os municípios do Alto Acre totalizando um montante de mais de R$ 16 milhões em investimentos nos municípios da região.

Em Xapuri, a solenidade de assinatura dos convênios foi realizada no salão paroquial da igreja de São Sebastião, com a presença de mais de 200 pessoas, que aguardavam ansiosas o anúncio de investimentos para o município. Participaram do ato de assinatura dos convênios, o vice-governador César Messias, o ex-governador e presidente do Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Acre, Jorge Viana, deputados como Delorgem Campos e Perpétua Almeida e a senadora  e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, entre secretários de Estado, gestores e lideranças do Vale do Acre.

Entre os investimentos que serão feitos em Xapuri, além do fortalecimento das ações de educação e saúde, estão a recuperação das ruas Dr. Batista de Morais e João Antônio de Carvalho (Rua do Ibama), recuperação de ramais, recuperação da olaria municipal e recapeamento asfáltico das principais ruas da cidade e recuperação da ponte que dá acesso ao bairro Bolívia. Veja a seguir a descriminação dos convênios e termos de cooperação e seus respectivos valores.

Educação:

Fortalecer e ampliar as ações de promoção da educação relacionadas ao acesso e elevação dos indicadores de qualidade do ensino. Valor a ser investido: R$ 2.983.788,10.

Saúde:

Fortalecer e ampliar as ações de promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabibilitação. Valor a ser investido: R$ 460.000,00.

Infraestrutura:

Execução de drenagem com tubo de concreto diâmetro de 1.200 milímetros e pavimentação em tijolos de  7.040 m² na rua  Dr. Batista de Moraes. Valor a ser investido: R$ 340.000,00.

Reforma do Lar dos Vicentinos - R$ 92.000,00.

Estruturação da Cerâmica Municipal - R$ 252.932,16.

Recuperação da ponte que dá acesso ao bairro Bolívia - R$ 195.000,00.

Termo de cooperação para recuperação de pavimento e execução de drenagem na rua do Ibama, com extensão de 600 metros - R$ 115.000,00.

Disponibilização de equipamentos e combustível para melhoria de vias urbanas - R$ 71.980,00.

Fornecimento de 40 toneladas de massa asfáltica, 500 litros de asfalto diluído CM 30 e 250 litros de emulsão asfáltica, 500 litros de asfalto diluído – CM 30 e  250 litros de emulsão asfáltica para operação tapa-buracos em 400 metros nas vias centrais da cidade - R$ 13.675,00.

Termo de cooperação pra execução do Programa de Recuperação e Conservação de Ramais - R$ 845.720,00.

Convênio para apoio na recuperação e manutenção de máquinas e equipamentos - R$ 110.000,00.

Total: R$ 5.560.095,26.

Fiscalização aponta irregularidade em convênios

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Um engenheiro do Ministério da Integração Nacional esteve em Xapuri neste final de semana para fiscalizar a execução do convênio de número 478586, publicado em 2002 e executado em 2005, durante a administração do ex-prefeito Vanderley Viana.

No valor de R$ 266.306,00, o convênio é destinado a pavimentação de ruas, drenagem e construção de calçadas. O resultado da fiscalização não surpreende e evidencia a forma irresponsável como os recursos públicos foram investidos.

As ruas Deocleciano Lago e Cícero Ferraz, Petronio Rodrigues, Luiz Ramos e 20 de janeiro, que deveriam ter sido beneficiadas com os recursos não receberam quase nenhuma melhoria. Em apenas alguns poucos trechos foi possível se perceber algum resquício de obras.

Outro convênio firmado entre a prefeitura de Xapuri e o Ministério da Integração Nacional para pavimentação de ruas (57432) teve sua vigência expirada no último dia 31 de maio. A precariedade das ruas de Xapuri é uma das piores heranças deixadas pela última administração.

De acordo com Daniel, o engenheiro que estevem na cidade fiscalizando a execução do convênio, um inquérito foi aberto na delegacia de Policia federal em Epitaciolândia para apurar as irregularidades. Em breve, outros convênios estarão sendo alvos de fiscalização.

sábado, 6 de junho de 2009

Binho e Bira assinam convênios neste sábado

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Sempre cuidadoso com as informações que divulga ao público, o prefeito Bira Vasconcelos guarda segredo quanto aos convênios que a sua prefeitura firmará com o governo do Estado neste sábado (6), quando o governador Binho Marques estará em Xapuri para oficializar algumas parcerias com o município.

Além de Xapuri, a prefeitura de Capixaba, do prefeito Joais Santos, também firmará convênios neste sábado com o governo, segundo informou a assessoria de Bira Vasconcelos. Binho Marques será recepcionado no salão paroquial da igreja de São Sebastião, a partir das 17 horas.

A notícia da segunda vinda do governador Binho Marques a Xapuri neste ano enche muita gente de otimismo, principalmente o próprio prefeito petista, que não tem tido vida fácil nesse primeiro semestre de administração. A expectativa é de que sejam anunciadas algumas ações importantes para se somar às que o prefeito já lançou na semana passada.

A propósito, na última semana, a administração de Bira Vasconcelos deu  sinais de que sobrevive à onda de intenso pessimismo e de críticas que se fez abater sobre a cidade em razão de uma grande expectativa, criada após a vitória nas últimas eleições, que não foi plenamente correspondida até o momento. Um balanço dos cinco primeiros meses da administração Todos por Xapuri foi feito e o que se viu foi puro otimismo quanto ao futuro de Xapuri.

Naquela ocasião, Bira Vasconcelos anunciou um pacote de 14 ações emergenciais que já estão em prática desde a semana passada, principalmente com relação à infraestrutura da cidade, que receberá serviços de recapeamento asfáltico e de recuperação do sistema de iluminação pública, dois dos mais sérios problemas da atualidade na área urbana do município.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Marina diz que MP beneficia assassinos

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A senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, reforçou nesta sexta-feira, em Rio Branco, capital do Acre, os apelos contidos na carta aberta enviada ao presidente Lula em defesa do veto de três artigos da Medida Provisória 458/09, aprovada na quarta-feira no plenário do Senado.

- A aprovação dessa Medida Provisória está entre os três momentos mais tristes de minha vida. A maioria que vai se beneficiar dela são grileiros violentos, que mataram, que esbulharam o patrimônio público. O que vai acontecer com quem vive na Amazônia já aconteceu comigo, quando eu tinha 12 anos e a posse do seringal Bagaço foi vendida com nossa família dentro - afirmou.

Leia mais no Blog da Amazônia , por Altino Machado.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Terras do Acre

Programa Expedições, comandado pela jornalista Paula Saldanha, mostrará as potencialidades econômicas e os aspectos sociais do Estado

O Acre será destaque nesta segunda-feira, 08 de junho , em rede nacional no programa Expedições exibido, pela Tv Brasil. Durante 30 minutos, a jornalista que comanda o programa, Paula Saldanha, trará as belezas naturais do Estado e suas potencialidades econômicas, além de aspectos sociais.

Com o título “Terras do Acre” o documentário vai mostrar que o atual governo do Acre vem fazendo uma política com solidariedade, promovendo o desenvolvimento sustentável. Outro destaque do documentário será a entrevista que a senadora Marina Silva concedeu à apresentadora. Expedições será exibido às 19 horas, com reprise no dia 13 de junho, às 14 horas.

Expedições é um programa de documentários, que abordam aspectos culturais, sociais e ambientais do Brasil. Nestes 24 anos de existência , o Expedições vem registrando , de uma forma persistente, uma área diferente do país desde o Oiapoque ao Chuí, da Ponta do Seixas, na Paraíba até o extremo oeste no Acre, o programa tem documentado as peculiaridades de cada região do país e suas transformações ao longo dos anos.

As informações são da Agência de Notícias do Acre.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Marina presidente



Uma campanha em rede, apartidária e não-institucional para que Marina Silva seja Presidente do Brasil. Conheça.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Marcos e Renata dão notícias



Olá Raimari,
Você se lembra nós, um casal de paulistanos que esteve em Xapuri no final de dezembro de 2008? Amigos do Altino, de Rio Branco...
Pois é, me desculpe a demora (de 5 meses) pra escrever. Gostaria de te agradecer pela hospitalidade e pelas histórias de Xapuri...
Como vão as coisas?
Espero que voltemos em breve ao Acre e com certeza iremos te visitar.
Te envio uma foto do seringal cachoeira com o Nilson pra você lembrar de nós.

Grande abraço,
Marcos Gorgatti.
◙ Como poderia esquecer de duas figuras tão simpáticas como os artistas plásticos Renata e Marcos, que vieram de São Paulo, capital, para passar dois dias na pousada ecológica do seringal Cachoeira, em Xapuri, no finalzinho do ano passado. Na pousada, não conseguiram hospedagem, pois a mesma, infelizmente, estava fechada; mas foram excelentemente recepcionados pela exuberância da natureza do lugar e por dois dos seus guardiões, Sebastião e Nílson Mendes. Clique aqui para relembrar como foi a aventura do casal paulistano (e minha também) no seringal Cachoeira, no dia 28 de dezembro de 2008.

Andar para frente

Marina Silva

Pode não parecer, mas estamos em plena Semana Nacional do Meio Ambiente. Criada por um decreto em 1981, ela acontece sempre no início deste mês e se soma às comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, no dia 5 de junho. A data foi instituída em 1972, pela Conferência de Estocolmo, na Suécia, que reuniu 115 países das Nações Unidas em torno das questões ambientais. Foi a partir daí que o movimento ambiental ganhou força no mundo.

Naquela época, o Brasil buscava o desenvolvimento a qualquer custo. Vivíamos em plena ditadura militar e a Amazônia era apenas uma terra a ser ocupada, um inimigo a ser domado. Ainda hoje a floresta guarda as feridas dos megaprojetos fracassados.

Com a democratização do país e a pressão dos movimentos sociais, dos ambientalistas, do mundo acadêmico e da própria população, lentamente uma série de leis e medidas foram sendo tomadas para evitar danos graves e muitas vezes irreparáveis ao meio ambiente.

Desde a Constituição de 1988, especificamente o artigo 225 - que afirma que todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida, cabendo a todos e ao Poder Público o dever de preservá-lo e defendê-lo para as presentes e futuras gerações -, o Brasil foi aprimorando seu arcabouço jurídico, a ponto de a sua legislação ambiental passar a ser considerada uma da mais avançadas do mundo.

Nos últimos anos, o panorama ambiental brasileiro passou por dois movimentos fortes. O primeiro, uma inflexão no rumo das premissas do Desenvolvimento Sustentável, envolveu uma série de mudanças metodológicas, legislativas e políticas.

Os resultados foram bons e animadores: redução de 59% da taxa de desmatamento na Amazônia em três anos e criação de 24 milhões de hectares de novas unidades de conservação. Além disso, foram alcançadas conquistas inéditas, a exemplo da resolução do Conselho Monetário Nacional, que vinculou o crédito agropecuário à comprovação da regularidade ambiental e fundiária.

Infelizmente, o segundo movimento, ora em curso, é totalmente contraditório com essa inflexão positiva. Em plena Semana Nacional do Meio Ambiente corremos o risco de ver o Senado Federal aprovar a Medida Provisória (MP) 458/09, que terá como efeito perverso a institucionalização da grilagem de terras na Amazônia. A proposta abre, literalmente, a porta para regularizar, titular e privatizar 67 milhões de hectares de terras públicas na Amazônia, um total equivalente aos estados de Minas Gerais e de Santa Catarina.

São sucessivos ataques que, partidos de setores do empresariado e do próprio governo, tentam desconstituir a legislação ambiental brasileira e a Política Nacional de Meio Ambiente.

Outro exemplo é a MP 452/08, que pode cair nesta semana, pelo impasse criado no Senado. Ela inclui o fim do licenciamento ambiental em obras de recuperação de estradas, o que é um golpe contra a floresta amazônica. A MP 450/08, que voltou à Câmara dos Deputados, guarda um grande potencial de problemas e agressões ambientais. Em seu artigo 17, cria uma nova categoria de usinas hidráulicas, entre 30MW e 50MW, que terão rito sumário de autorização e sem as características de pequenas centrais hidrelétricas, ou seja, sem limites para o tamanho do lago.

A sociedade brasileira demonstra amplo apoio às causas ambientais. Mas, no Congresso e mesmo no governo, volta a aparecer com força a idéia de que a legislação que protege o que nos restou das florestas e da nossa biodiversidade é a maior inimiga do desenvolvimento e da agricultura no Brasil. É a velha e ultrapassada concepção que contrapõe as atividades econômicas à proteção do meio ambiente. Em nome de um crescimento econômico imediatista e precário, sacrificam-se nossos maiores ativos, que são justamente os recursos ambientais. Nada mais antieconômico.

Por isso, esta Semana do Meio Ambiente é marcada pela preocupação e por um desafio inequívoco: o de defender nossas conquistas porque o mundo mudou, o Brasil mudou e não podemos retroceder em nossos passos. Não podemos retornar ao século XX, o século XXI nos exige andar para frente. E à frente está o cerne desse desafio, que é fazer a síntese entre justiça social, economia sustentável e uma relação respeitosa com o meio ambiente.

◙ Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre, ex-ministra do Meio Ambiente e colunista da Terra Magazine.

Fonte: Blog do Altino Machado.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

100% saúde



A professora Raimundinha Barros, formada em Educação Física pela Universidade Federal do Acre, coordena um trabalho voluntário que se tornou referência em melhoria de qualidade de vida para mulheres de todas as idades em Xapuri. O Grupo de Atividade Física 100% Saúde foi iniciado em 2001 com apenas 12 participantes. Hoje são 128 mulheres inscritas, que encontraram uma alternativa paa viver com mais saúde participando da atividade.

No grupo da professora Raimundinha, pode-se encontrar neta, mãe e avó participando ativamente dos exercícios. O apoio vem somente da Ufac, que disponibiliza o espaço utilizado para as atividades, e de professores da área, que colaboram com a prestação do serviço à comunidade. Raimundinha Barros afirma que a população responde positivamente ao desenvolvimento de atividades como essas. Ela tem interesse de divulgar o trabalho como forma de incentivar outros profissionais da área a desenvolver projetos semelhantes.

O professor de educação física Carlos Alberto Teixeira Ferreira, com mestrado em Cuba, é o idealizador do projeto e principal apoiador da disposição de Raimundinha. Tudo começou qundo ele ministrava aulas no curso de Educação Física em Xapuri, no início da década, e já se foram oito anos de funcionamento do grupo. "O mundo vive hoje, na área de saúde, uma crise muito grande com relação a doenças decorrentes de obesidade. Essa atividade é pura prevenção", garante ele.

Durante as sessões de ginástica, muitas senhoras de Xapuri deixam de lado a timidez e se empenham na atividade. Umas das participantes grupo, dona Graça Daniel, 58 anos, diz que a sua vida mudou completamente depois que passou a frequentar as atividades.

- Problemas de insônia foram embora e me sinto muito melhor desde então, afirma.

Por falta de espaço físico, o grupo não pode oferecer mais vagas para pessoas que tenham interesse em participar das atividade, problema que Raimundinha Barros espera resolver em um futuro breve. É hora de as autoridades darem uma olhada no trabalho que está sendo desenvolvido de forma voluntária e dedicarem algum tipo de apoio para que essa iniciativa possa não somente prosseguir, mas também melhorar ainda o bom nível que já apresenta.

Morte nas ruas de Xapuri

Uma batida entre uma moto e a porta de uma funerária, em Xapuri, tirou a vida de Gabrimário Galdino Braga, na noite deste domingo. Gabrimário era garupeiro da motocicleta pilotada por Amilclei Alves da Silva, que segundo a Polícia Militar estava alcoolizado. Ele encontra-se hospilizado não corre risco de morte, segundo as informações do hospital Epaminondas Jácome.

Amilclei e Gabrimário haviam acabado de sair do bar do Damião, na entrada da cidade. Outros dois acidentes envolvendo motocicletas também foram registrados pela polícia neste domingo. Há cerca de dois meses que a PM de Xapuri utiliza bafômetro. Mesmo assim, continua grande a quantidade de pessoas que insistem em combinar álcool e direção.

Zezinho já cumpre pena em Rio Branco



Uma informação que deixei de dar aqui no blog foi sobre o julgamento de José Góes da Silva, 18, o "Zezinho", filho do fazendeiro Darly Alves da Silva, 72, que em novembro do ano passado matou a madrasta Francisca Wanderley Martins Silva, 38, com um tiro de espingarda, quando vítima dormia em uma rede na área da sede da fazenda Paraná de propriedade de Darly Alves, no município de Xapuri.

O julgamento aconteceu no início do mês de maio e o corpo de jurados condenou Zezinho por unanimidade. A sentença, após as reduções da pena previstas no código penal, ficou em 20 anos de reclusão em regime fechado. Punição exemplar para um criminoso frio, que disse ter matado simplesmente por achar que a vítima não gostava de seu pai. Leia mais sobre o caso clicando aqui.

Recorde do blog



As informações sobre a disputa no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, que teve como vencedora a sindicalista Dercy Teles de Carvalho, fizeram com que este modesto blog atingisse a sua maior marca de visitas únicas em um dia desde a sua criação, no ano de 2007.

Neste domingo, o contador registrou o número de 494 acessos únicos (veja aqui), o que não é pouca coisa, principamente em se tratando de um domingo, dia de poucos acessos. Para se ter uma ideia da importância da marca, o blog do jornalista Altino Machado (veja aqui), o mais lido do Acre, registrou hoje 695 acessos únicos.

Acessos ou visitas únicas, significam que o endereço de IP (Internet Protocol) de um computador só é registrado uma única vez pelo contador do Sitemeter, mesmo que esse mesmo computador acesse uma determinada página da internet diversas vezes num período de 24 horas.