quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Dercy deixa o PV e vai para o PSOL

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Dercy Teles de Carvalho Cunha, confirmou a sua ida para o PSOL – Partido Socialismo e Liberdade.

A filiação da sindicalista à nova sigla ocorrerá no dia 26 de agosto, em Rio Branco, em ato que terá a presença do senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, e do presidente nacional do PSOL, Afrânio Boppré.

Na mesma data o partido realizará curso de formação política aos seus cerca de 700 filiados no Acre com o objetivo de apresentar as propostas, ideologias e metas da sigla.

A dirigente do emblemático Sindicato de Xapuri deixa o PV em razão de divergências com as lideranças do partido. “Já encaminhei meu pedido de desfiliação e tudo estará pronto para o evento do próximo dia 26'”, afirmou.

Aos 56 anos de idade, Dercy é um marco histórico no sindicalismo brasileiro, ela foi a primeira mulher a presidir um sindicato de trabalhadores rurais no Brasil, no início da década de 1980. Grande conhecedora da causa dos trabalhadores e dona de pontos de vista francos e diretos sobre a política brasileira para o homem do campo, Dercy já fez afirmações polêmicas que ganharam repercussão na imprensa.

Em 2009, Dercy afirmou que o extrativismo fomentado pelo governo do Acre seria uma atividade falida, explicando a razão de muitos seringueiros criarem gado na Reserva Extrativista Chico Mendes. "Hoje, viver do extrativismo é estar condenado à miséria absoluta".

Em 2010, disse que Marina Silva havia abandonado os seringueiros (leia aqui), depois de uma visita da então candidata à presidência da república ao Acre. “Ela não nos visitou e nem fomos convidados para essa visita que ela fez ao Acre. Não tem outro adjetivo para isso que não seja abandono", afirmou.

Já em 2011, em entrevista aos jornais O Globo e O Estadão, Dercy responsabilizou o governo federal pelo recrudescimento da violência no campo e pelas mortes ocorridas nos estados do Pará e Rondônia pelo fato de não ter feito avançar a reforma agrária no País.

“O principal responsável é o governo, que não define a questão agrária, não resolve. A reforma agrária não avançou, e as mortes estão intimamente ligadas ao problema fundiário”.

Assim é a Dercy.

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