Nenhum colega tem conhecimento do fato, mas completei neste 1º de julho um quarto de século de dedicação profissional a este pequeno, mas tão importante veículo de comunicação. Não queria chegar a esta data especial com a emissora fora do ar, porém, por exigência da Aeronáutica, nossos transmissores estão em processo de mudança de endereço e foram desligados para que os serviços fossem realizados.
Apesar de necessário, esse momento de mudança impossibilita estar em contato o nosso público de todos os dias, mas não me impede de mais uma vez externar através deste blog que a Rádio Educadora de Xapuri é uma das coisas mais importantes de minha vida. Lá cheguei no ano de 1988, aos 16 anos, e me orgulho de jamais haver saído. Posso dizer que minha história profissional e também de vida se confunde com a história da própria “Rádio 6 de Agosto”, nome que homenageia a Revolução Acreana.
Na velha “6 de Agosto” encontrei pessoas que influenciaram de forma decisiva à minha formação moral e ética, que tento aplicar tanto na vida profissional quanto pessoal. Lá encontrei personalidades que fazem parte da história da emissora, como Nader Sarkis, Messias Cavalcante e Walter Nicácio, este último um dos grandes patrimônios da emissora, falecido há alguns anos.
É verdade que quando cheguei à emissora ela já havia passado pelo seu “período de ouro”, quando grandes nomes por aqui passaram e fizeram grande sucesso, saindo, posteriormente, para trabalhar em outros lugares. Dois exemplos são os radialistas Ailton Farias, que trabalhou nas rádios Caiari e Eldorado, além de outras, em Porto Velho, Rondônia, e Raimundo Nonato da Cruz, que aqui era o R. N. Cruz e que depois, em Rio Branco, no Rádio e na TV, se tornou o Nonato Cruz que hoje apresenta o programa Manhã Difusora, na Rádio Difusora Acreana.
Minha relação com o rádio se iniciou, no entanto, bem antes que começasse a trabalhar na pequena emissora como sonoplasta. O radialista Ailton Farias, meu cunhado, me levava, ainda garoto, para o estúdio, durante os programas, e para as transmissões de futebol no estádio Góes e Castro. Nosso futebol, a propósito, dava gosto de ver naquela época. Foi ali que comecei a pegar gosto pelo bom futebol e pelo rádio, através das narrações esportivas do próprio Aílton Farias e também de Andrias Sarkis, outro narrador fantástico.
Na Rádio 6 Agosto, tive quatro grande incentivadores: Sebastião Rodrigues, hoje comerciante, no período em que trabalhei como sonoplasta. Sem ele, acho que não teria aprendido a mexer com aqueles botões de uma obsoleta mesa de som e velhas vitrolas. Pouco tempo depois fui incentivado pelo diretor da emissora, Messias Cavalcante, a fazer um teste de locução. Foi o momento mais difícil desses vinte anos. Messias, falecido há cerca de 8 anos, foi um grande companheiro de profissão e amigo. Como locutor fez sucesso em Xapuri com o inesquecível programa “Correio Musical”.
Outro grande amigo, Nader Sarkis, comigo na foto que ilustra a o post, foi meu espelho no rádio e uma espécie de ídolo ao alcance das mãos. Foi um dos melhores locutores de rádio que já pude ouvir, dono de uma belíssima voz e de uma maneira muito especial de fazer comunicação radiofônica.
A quarta pessoa com quem tive uma ligação muito forte nesta trajetória na Rádio 6 de Agosto é Walter Nicácio Pereira, uma figura extraordinária que deixou sua marca impressa na história da emissora. Walter tinha uma personalidade marcante e uma grande identificação com o ouvinte da zona rural. Costumo dizer que ele não era locutor e sim animador de rádio. Fazia sucesso em qualquer evento em que houvesse um microfone ligado. Como já disse, é um dos grandes patrimônios da emissora e baluarte da sociedade xapuriense.
Recordo-me também, com imenso carinho, do primeiro locutor com quem trabalhei, na função de sonoplasta, o grande Francisco Silva de Oliveira, ou simplesmente Chico Silva, uma das figuras mais fantásticas com quem tive o prazer de conviver. Chico lia muito pouco, mas tinha grande facilidade de comunicação e parecia conhecer cada um dos moradores dos seringais do município de Xapuri. “Cruz de maçaranduba” e “Se não ajuda, não atrapalha”, são dois bordões inesquecíveis do grande Chico Silva.
Termino dizendo que o grande propósito deste texto é o de registrar essa data importante para mim, destacando os grandes amigos, colegas e companheiros que fizeram - e os que ainda fazem - parte desta minha humilde trajetória nesta gloriosa emissora de rádio. Impossível lembrar de todos, por isso peço desculpas a quem não está aqui sendo citado. Espero que aqueles que na atualidade fazem parte da equipe da emissora me vejam completar mais 25 anos nesta caminhada.
Um grande abraço a todos.
2 comentários:
Raimari, falar para o público é um dom e sei que você o tem. Sua história é simples e cheia de emoção, saudade e vontade de trazer coisa boas para o povo da nossa Xapuri. Peço a Deus que conceda a você muita saúde, fé e coragem para seguir adiante nessa historia de amor e dedicação. Abraços, Adelaide Furtado da Costa.
Ola caro amigo , quando a radio vai voltar ao ar na frequencia de ondas tropicais de 3355 kHz ? aqui no estado de mato grosso tem muitos ouvintes do interior com saudade dessa radio eu tabem por favor aqui e no estado do para e amazonas so chega pelas ondas tropicais ...
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