O acusado, Marcelo Amaral, atraiu duas meninas até o banheiro e as obrigou a vestir biquíni vermelho
Dulcinéia Azevedo , de O Estado de S.Paulo
ACRE - As menores B.N.R., 7., e T.O.G., 9, foram vítimas de atentado violento ao pudor dentro do banheiro da Catedral Nossa Senhora de Nazaré, no centro da cidade, quando ocorria a celebração da missa deste domingo, 23. O acusado é Marcelo Sampaio de Amaral, 27, liderança jovem bastante conhecida pela comunidade católica. Na tentativa de abafar o caso, o padre Asfury Figueiredo, encerrou a missa às pressas e bloqueou por mais de duas horas a entrada da polícia.
Os policiais só conseguiram entrar em decorrência da revolta dos familiares e de membros da própria igreja que fizeram pressão até o padre ceder. '' Nunca esperei isso do padre Asfury. Ele tinha a obrigação de entregar o acusado à polícia, até porque não é a igreja católica que brada para todos os cantos que defende os direitos humanos, que cuida das criancinhas através da pastoral da criança'', disse em tom de indignação Maria José de Oliveira, mãe da menina de 9 anos.
Segundo ela, as meninas estavam na sala de ensino infantil, para onde as crianças são levadas no momento da pregação. Foi lá que encontraram Marcelo. Se dizendo professor da noite, ele atraiu as duas até o banheiro e fez com que vestissem um biquíni de cor vermelha, sob o pretexto de que seriam premiadas caso fizessem tudo direitinho.
''Ele disse que eu iria ganhar um presente, ai em vestir. Só que ele começou a me tocar, ai eu sangrei'', declarou a menor de 7 anos aos pais, durante o registro da ocorrência na Delegacia Especializada de Proteção à Mulher, onde está sendo apurado o caso.
A denúncia chegou à Central de Informações da Polícia Militar do Acre de forma anônima, por volta de oito e meia da noite. No mesmo momento, o atendente passou a ocorrência via rádio para os policiais plantonistas que estivessem mais próximo do local. Um PM que estava à paisana dentro da igreja iniciou a averiguação e localizou o acusado ainda com as crianças, chamando reforço em seguida. O pai de uma das crianças trabalha como vigia da igreja onde a filha foi molestada.
Na delegacia, um tio do acusado, disse em conversa informal que ele sofre de perturbação mental, mas que os familiares nunca imaginaram que fosse capaz de algo desse tipo. Até a manhã desta segunda-feira, 24, o bispo da Diocese de Rio Branco, Dom Joaquim Pertinez, não havia se pronunciado oficialmente sobre o caso. O expediente no palácio do Bispo está suspenso até a próxima quarta-feira.
Texto original no Estadão.
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