sexta-feira, 25 de março de 2011

Cadeia da borracha ganha financiamento

Cultura da seringueira ganha linha do Banco do Brasil de R$ 30 milhões

borracha

Marcos Giesteira, do Ministério da Agricultura

O setor seringueiro conta desde o último dia 24 de março com uma opção de financiamento exclusiva do Banco do Brasil. O anúncio foi feito durante a 17ª reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Borracha Natural, em Brasília. A linha prevê R$ 30 milhões para financiamentos, com carência de oito anos, prazo para pagamento de 14 anos e juros de 6,75% ao ano.

“É um pleito antigo, pois desde as décadas de 1970 e 80 não tínhamos uma linha direcionada exclusivamente para o setor. Temos o Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora), mas ele é apenas relativamente adequado ao segmento”, afirma o presidente da Câmara, Marcelo Tournillon Ramos.

Os recursos permitirão fomentar a cadeia e reverter o quadro de déficit na balança comercial que existe no segmento. Hoje, cerca de 70% da borracha seca consumida no país é exportada. Essa situação gerou um déficit comercial de US$ 800 milhões em 2010, com previsão de US$ 1,3 bilhão neste ano. “O Brasil produz cerca de 120 mil toneladas do produto por ano e consome 360 mil toneladas”, diz Ramos.

Propflora

Criado em 2002 e voltado especificamente ao financiamento da implantação e manutenção de florestas para fins econômicos, o Propflora já beneficiou a cadeia produtiva da cultua da borracha. O chefe da Divisão de Florestas Plantadas e Culturas Permanentes do Ministério da Agricultura, Gustavo Firmo, explica que, nos últimos dois anos, foram aplicados R$ 44 milhões em crédito para investimento em seringais.
A iniciativa também tem como foco a recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva florestal legal. O limite de financiamento do Propflora aumentou de R$ 200 mil por produtor, na safra passada, para R$ 300 mil, nesta safra, com taxa de juros de 6,75% ao ano.

Saiba mais

O látex ou borracha natural é uma substância extraída da seringueira, uma árvore nativa da Amazônia. O líquido de aparência leitosa é utilizado na fabricação de muitos produtos, mas os mais conhecidos são os pneus.

Até a década de 1950, o Brasil era o principal produtor do mundo. Hoje, quase todo látex vem da Tailândia, Indonésia e Malásia, que juntas detém 95% da produção mundial (cerca de 5,7 milhões de toneladas). A produção da América Latina, incluindo o Brasil, corresponde a apenas 1,2%.

Antes, a substância era retirada das árvores na floresta nativa. Hoje, a maior parte vem de plantações de seringueiras. O estado de São Paulo sozinho é responsável por 75% da produção brasileira.

Um comentário:

Clénio Jorge disse...

Agora sim senti firmeza na politica voltada ao extrativista, faltava essa linha de crédito para impulsionar efetivamente a atividade dos seringueiros, parabéns ao Banco do Brasil por acreditar, aos governos federal e estadual pela luta constante na busca da melhoria das condições de vida dos povos da floresta.