terça-feira, 13 de abril de 2010

Latrocínio no seringal Cachoeira

Polícia desvenda crime cometido há dois anos. Seringueiro foi morto e enterrado na mata. Crânio da vítima não foi encontrado

Buraco

A Polícia Civil de Xapuri acaba de elucidar um assassinato que, junto com o cadáver da vítima, estava oculto há mais de 2 anos sob as matas de uma região do seringal Cachoeira, numa colocação de nome Floresta, próximo à fronteira do Acre com a Bolívia.

O latrocínio – roubo seguido de morte - friamente planejado, que tinha tudo para se tornar um crime perfeito e permanecer na impunidade, veio à tona em razão de um detalhe muito simples: não existem crimes perfeitos, como apregoa o velho dito popular.

O delegado Thiago Fernandes de Souza, da delegacia de Xapuri, conduziu as investigações com habilidade e concluiu-as com uma rapidez impressionante. Dois autores confessos do crime, Antonio Rodrigues Ferreira, vulgo "Toin", e Sebastião Raimundo Mesquita Jardim, vulgo "Teté", estão presos. Um terceiro suspeito será liberado por ter ficado comprovada a sua não participação no assassinato.

Leandro da Silva Galvão, o “Bedeu”, com 23 anos na época, era seringueiro e acabara de receber uma quantia de R$ 1.200,00 de sua sogra, de nome Raimunda, para quem trabalhava. Também acabara de se separar da esposa, Samanta, que na época tinha cerca de 14 anos de idade, com quem de acordo com o pai de Bedeu, José Maria Galvão, 50, o seringueiro não vivia bem. 

A versão contada pelos acusados ao delegado diz que o dinheiro recebido pela vítima seria destinado ao pagamento deles, que trabalhavam como serradores na propriedade de Raimunda, a sogra de Bedeu. A mulher teria solicitado a eles que esperassem mais um pouco pelo pagamento para que ela pudesse fazer um “acerto” com o genro que estaria saíndo de sua propriedade em razão da separação e ali estaria deixando alguns poucos bens.

Concordando com a proposta e informados de que Bedeu sairia da colocação pela manhã portando a citada quantia, premeditaram o assassinato seguido de roubo e marcaram a execução para o dia seguinte quando a vítima passasse por determinado local na mata onde trabalhavam. O seringueiro, que fazia o caminho numa bicicleta foi inicialmente baleado por “Toin”, com uma uma arma calibre 22, e depois morto a pauladas por “Teté”.

O corpo de Leandro foi enterrado em um buraco pré-existente com a ajuda de uma terceira pessoa que também participou da partilha do dinheiro roubado. A bicicleta da vítima, que foi escondida na mata, viria a ser a pista que levou à descoberta dos assassinos. Foi encontrada, há cerca de 15 dias, por técnicos que abriam piques na mata para um plano de manejo florestal realizado na região.

Reconhecida como sendo de Bedeu, a bicicleta levantou suspeitas de que, em vez de estar trabalhando em outra localidade, como pensavem os familiares, o seringueiro poderia estar morto e enterrado por ali mesmo. A desconfiança se tranformou em realidade quando a polícia foi informada do caso. Com base em interrogatórios de várias pessoas, o delegado chegou rapidamente ao criminosos, que confessaram o crime.

Antonio Rodrigues Ferreira, o "Toin", e Sebastião Raimundo Mesquita Jardim, o "Teté", serão indiciados pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte), previsto no art. 157, §3º, do CP, com pena prevista de 20 a 30 anos de reclusão, sendo este um dos crimes considerados mais graves pela Lei Penal Brasileira, inclusive classificado como crime hediondo, em concurso material com o crime de ocultação de cadáver, previsto no art. 211 do Código Penal, que prevê uma pena de reclusão de 1 a 3 anos.

Um fato curioso, e que segundo o delegado as investigações não encontraram ligação com o crime, é que Sebastião Raimundo, o “Teté”, um dos autores do latrocínio, vinha, nos últimos tempos, vivendo maritalmente com a ex-esposa de Bedeu, Samanta, que está no oitavo mês de gestação. Outro detalhe dá um tom macabro ao crime: a cabeça de Bedeu não foi encontrada.

Um comentário:

Unknown disse...

isso e orrivel esses, tem que ta nacadeia!!!!!concorda??