Greve fracassa e professores voltam às aulas
Os professores da rede municipal de ensino de Xapuri resolveram voltar às aulas nesta segunda-feira, depois de mais de 30 dias de paralisação. Apesar do retorno às atividades, a categoria não conseguiu nenhum sucesso na luta pelos reajustes que não são concedidos há quase 4 anos. O único reajuste aconteceu no primeiro ano de mandato do prefeito Vanderley Viana, em 2005.
A presidente do Núcleo do Sinteac - Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre - em Xapuri, Édna Barbosa de Farias, disse hoje que os funcionários da educação resolveram voltar ao trabalho em nome dos cerca de 700 alunos da única escola municipal da zona urbana, a escola de ensino fundamental Rita Maia, que estavam com o ano letivo ameaçado.
Era grande a preocupação de pais e responsáveis de alunos com a falta de aulas. Muitos já procuravam por vagas para seus filhos nas escolas estaduais para que os mesmos não perdessem o ano. Preocupação que parece não existir da parte do prefeito, que não aceita sequer conversar com os professores.
"Foram várias tentativas de negociação sempre sem a presença do prefeito. O secretário de educação e outros assessores sempre se dizem desautorizados a tomar qualquer decisão", afirma a presidente do núcleo local do Sinteac. Os professores reivindicam um reajuste de 7% e afirmam que as perdas salariais da categoria já somam 19,12% no período.
Essa foi a segunda paralisação do ano de professores da prefeitura em Xapuri. Na primeira, realizada no mês de março, os professores vestiram luto e saíram às ruas em protesto contra a situação da educação no município. O máximo que conseguiram foi fazer o prefeito dar risadas e chamá-los de preguiçosos na televisão.
Na última paralisação, os professores passaram a reclamar também contra as péssimas condições de funcionamento das escolas, principalmente a escola Rita Maia. A professora Marilza Socorro denunciou a falta de material didático na escola e a péssima qualidade da merenda escolar e da água consumida pelos alunos.
Édna Barbosa garante que apesar do retorno ao trabalho a categoria vai continuar realizando manifestações e protestando, através de atos públicos, contra a situação que ela classifica como "ato de desrespeito e afronta ao segmento dos profissionais da educação".
O secretário de educação do município, Francisco Marçal Chale, já foi procurado inúmeras vezes, mas sempre se recusa a falar publicamente sobre o impasse.
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