quinta-feira, 10 de julho de 2008

Artigo de luxo

Carne bovina de Xapuri é a mais cara do Alto do Acre



A seqüência de reajustes ocorridos nos últimos dois meses tornou a carne bovina de Xapuri a mais cara da região do Alto Acre. Nesta semana, as tabelas de quatro açougues da cidade marcam um preço médio de carnes como alcatra e chã de dentro de oito reais e cinqüenta centavos, enquanto em Epitaciolândia, a menos de 80 quilômetros de distância, a mesma carne é encontrada ao preço de seis reais e cinqüenta centavos. Carnes como filé e picanha chegam a quatorze reais e cinqüenta centavos em Xapuri, enquanto em Brasiléia e Assis Brasil esse preço não passa dos onze reais.

O aumento exagerado no preço da carne está afetando diretamente não apenas o consumidor comum, mas também a parcela da economia local que depende essencialmente do produto, como lanchonetes e pequenos restaurantes. Pedro Rocha do Nascimento, dono de um pequeno lanche, diz que está sendo obrigado a diminuir o tamanho dos salgados para não aumentar os preços. “Eu comprava carne de R$ 3,00 e agora estou pagando R$ 6,00 pelo quilograma”, afirma ele.

A grande maioria dos donos de açougues responsabiliza o frigorífico, que monopoliza o comércio da carne em Xapuri, pelos constantes aumentos no preço do produto, que são imediatamente repassados ao consumidor. A carne em Xapuri sofreu, no abatedouro, cinco aumentos do ano passado até agora. Para se ter uma idéia da alta, no primeiro semestre de 2007 o quilograma da carne no único frigorífico da cidade custava dois reais e setenta centavos. Hoje, esse preço é de quatro reais e setenta centavos. Uma diferença de dois reais ou quase setenta e cinco por cento. Nos municípios vizinhos a carne está chegando aos açougues ao preço de R$ 4,00 o quilograma.

O proprietário do frigorífico Frigoverde, Mirco Soares, explica, mas não convence. Ele alega que os aumentos no preço da carne são resultado da falta de oferta de bois para abate. Segundo ele, os criadores da região estão preferindo vender o gado para frigoríficos da capital, que oferecem um preço mais vantajoso. De 60 abates diários, o frigorífico de Xapuri, de acordo com Mirco Soares, está realizando apenas 30, uma queda de cinqüenta por cento.

A verdade é que se houvesse concorrência no abate, a carne estaria custando bem menos nos açougues da cidade, apesar do real aumento dos preços. Como não há, pior para o povão que tem de se desdobrar para continuar tendo à mesa, se não a picanha e o filé, pelo menos carne com osso e pescoço.

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