domingo, 22 de fevereiro de 2015

Segurança na travessia do Rio Acre

Responsabilidade de todos

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Depois de receber críticas e ser tachado de hipócrita por chamar a atenção para a desobediência à norma relativa ao uso de coletes salva-vidas na travessia feita pelas catraias entre o centro de Xapuri e o bairro Sibéria, resolvi conversar sobre o assunto com alguns moradores da comunidade localizada na outra margem do rio Acre. 

Não foi necessário ouvir uma dezena de pessoas para que ficasse sustentado aquilo que não é de hoje venho denunciando neste blog: impera no serviço oferecido à população a regra da imprudência, do descaso e até mesmo da irresponsabilidade. O uso obrigatório do item de segurança tem, em vários momentos, negligenciado por usuários e condutores.

É necessário deixar claro que sempre há exceções, mas os relatos denunciam inclusive que alguns condutores de catraias se recusam a entregar os coletes salva-vidas aos passageiros quando está chovendo sob a inacreditável justificativa de que os mesmos ficarão molhados. É exatamente isso o que afirma o leitor João Pereira, morador do bairro Sibéria, em comentário feito na postagem A imprudência persiste:

“Todos os dias eu tenho que fazer essa travessia para ir trabalhar, e sempre quando chove os responsáveis das catraias não deixam as pessoas usarem coletes pois ele falam que vai molhar. Eu sei bem dos perigos que corremos todos os dias nessas travessias!”

Questionado a respeito da reclamação dos usuários do serviço, o condutor da catraia batizada Atlantis, João Cambão, não negou nem confirmou a denúncia de João Pereira, mas disse que já ocorreu de quase ser espancado por um passageiro por ter exigido dele o uso do colete salva-vidas. Observem na imagem que ilustra o post, que a catraia conduzida por Cambão na manhã deste domingo, 22, fazia a travessia dentro das normas exigidas.

Vou ressaltar que essa simples medida de segurança  - o uso do colete salva-vidas – deve ser rigorosamente obedecida por passageiros e condutores de catraias. Sugiro até que diante da negativa do barqueiro em oferecer o colete, o passageiro chame a polícia para que tenha garantido o seu direito de atravessar o rio com um pouco mais de segurança.

Quero ainda aproveitar o post para enfatizar que a cobrança pelo respeito às medidas mínimas de segurança na travessia das catraias não pode ser misturada com a justa reivindicação por uma ponte ligando os dois lados do rio. São duas questões completamente diferentes, apesar de uma se fazer tão necessária quanto a outra.

É fato incontestável que onde houver a possibilidade, por ínfima que seja, da perda de vidas humanas, devem haver medidas preventivas exacerbadas, permanentes e eficazes.  O velho clichê que diz ser melhor pecar por excesso que por omissão nunca foi tão correto e jamais necessitou ser tão levado a efeito. E essa responsabilidade pertence a todos nós.

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