A candidata a vereadora derrotada nas últimas eleições Eluanda Moreira Carlos (PSB) me acionou no Juizado Especial Cível de Xapuri por uso indevido de imagem. Acompanha-a na demanda o comerciário Robson Batista Mendes, que no último dia 7 de outubro, domingo das eleições municipais deste ano, foi filmado recebendo algo, de maneira disfarçada, das mãos da fracassada postulante a uma cadeira na Câmara Municipal.
Inicialmente, o vídeo foi publicado no You Tube por um tal Carlos Neche, cujo nome deveria ser falso. Altino Machado, o principal blogueiro do Acre foi o primeiro a reproduzir o vídeo que supostamente mostrava um flagrante de compra de votos. Depois que as imagens “bombaram” no Facebook, resolvi reproduzir também sem fazer qualquer referência a nomes ou emitir qualquer opinião sobre o teor do vídeo.
Ao analisar as imagens, confesso que achei o comportamento da candidata realmente muito suspeito, mas me omiti de fazer-lhe acusações por achar que sua mísera votação apontava para o contrário. Ela obteve apenas 45 votos, o que poderia significar, caso fosse confirmado o crime eleitoral, que além de ruim de urna Eluanda seria também uma péssima negociante.
Em seguida, recebi um mal educado telefonema de Robson que exigia em tom autoritário que eu retirasse a postagem do blog como se fosse eu o responsável pela enorme repercussão causada pelo “mole” que ele e a candidata deram em pleno centro de Xapuri. Expliquei ao garoto que não era assim que se desovava um grilo e deixei claro que caso ele quisesse ver o vídeo excluído da rede que entrasse em contato com o Google.
Atentei-me, no entanto, para postar logo abaixo do vídeo as explicações que de maneira afobada o rapaz me forneceu negando veementemente que tivesse recebido dinheiro das mãos de Eluanda. Como não consegui contatar a candidata, visitei sua página no Facebook e de lá reproduzi suas explicações sobre o episódio. Ela também negava que houvesse entregado dinheiro ao rapaz, mas apenas uma propaganda impressa conhecida como “santinho”.
Parafraseando o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, me causa espécie que o advogado dos reclamantes, Marcos Maia Pereira, tenha solicitado em sua petição que eu informe onde consegui o vídeo. Ora, o título da postagem é “Direto do You Tube”, mas não foi suficiente para que esclarecesse onde consegui o vídeo que foi replicado por centenas de usuários de várias redes sociais? Devo estar precisando ser mais claro quando escrevo.
Bem, considero que não fiz mais que proporcionar à dupla envolvida no episódio a possibilidade de se defender da acusação que o vídeo trazia, coisa que eles dificilmente conseguiriam através das redes sociais. Não consigo encaixar em minha cachola dura de quarentão como posso ter me beneficiado do uso da imagem dos reclamantes se meu blog sequer se configura como “meio de divulgação rendosa (sic)”, no dizer do advogado.
Mas, como os leitores desse antipático blog são sabedores, o blogueiro que vos escreve é feio assim de responder ações na justiça em razão do que aqui publica, a maioria delas sem pé nem cabeça como acredito ser essa também. Caso esteja errado, minha posição será a de responder com honradez e dignidade por meus atos, como sempre fiz, sem nenhuma hipocrisia e sem procurar me esconder sob qualquer subterfúgio.
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