sábado, 2 de outubro de 2010

A coerência do PV

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A arte acima é do site Ac24horas (clique aqui para ler a íntegra da reportagem da Folha de São Paulo).

A política tem realmente lances muito interessantes. Vejamos as opiniões de Elenira Mendes e Dercy Teles, ambas consideradas importantes lideranças do PV do Acre.

Afirmação da primeira:

"Não voto na Dilma porque não acredito nesse PT cheio de corrupção, de dinheiro na cueca e na meia. Não é esse o partido de Chico Mendes", disse ela, referindo-se aos escândalos nacionais que envolvem o partido. "Marina não deixou os sonhos do meu pai morrerem."

Afirmação da segunda:

“Nossa relação com ela (com Marina) está a essa distância. Ela não nos visitou e nem fomos convidados para essa visita que ela fez ao Acre. Não tem outro adjetivo para isso que não seja abandono (leia aqui).”

Para Elenira, Marina não deixou os sonhos de Chico Mendes morrerem. Para Dercy, a única das duas que verdadeiramente tem status de “liderança”, a candidata à presidência abandonou os seringueiros, cuja garantia de vida futura dentro da floresta era o grande sonho de Chico.

Outra coisa que me chama a atenção é a tranquilidade com que Elenira fala de corrupção e dinheiro na cueca depois de ter sido denunciada pelo Ministério Público em Xapuri, junto com sua mãe e seu marido, por improbidade na gestão de recursos oriundos de convênios com o governo do Estado para gerir o Instituto Chico Mendes, presidido por ela (releia aqui essa velha história).

Elenira pode ter milhões de motivos para não votar em Dilma Roussef, assim como eu também poderia relacionar muitos para fazer o mesmo. Se apegar publicamente apenas aos escândalos de dinheiro nas meias e cuecas dos aloprados soa de uma hipocrisia sem tamanho. Sem contar que sua opinião ainda deprecia Marina, sua candidata, pois deixa entender que se não houvesse corrupção no governo do PT, ela votaria em Dilma e não na candidata acreana.

Um comentário:

Léia Luiz disse...

Sou acreana e moro no Rio de Janeiro há dez anos e toda vez que me perguntavam da sou e respondo do Acre, começavam as tradicionais brincadeiras: e o acre existe, e tem gente lá, entre outras coisas. E a canditdura da Marina uma acreana traria não só mais reconhecimento para o Estado como também mostraria que somos um povo inteligente, mas não foi isso que aconteceu, mas uma vez o povo acreano se mostrou despreparado para as mudanças que o Estado precisa, como na época de Chico Mendes.
Marina o povo acreano ainda não sabe, mais precisa da sua força e inteligência para mudar de vez a cara do Acre e do Brasil!