quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Vassouras da discórdia

Uma informação passou em branco na semana passada. Funcionários da Fábrica de Vassouras Ecológicas promoveram uma pequena manifestação contra o atraso de seus pagamentos desde o início da produção há mais de dois meses.

Dos 30 empregados iniciais, apenas 18 ainda resistem ao malogro da iniciativa que pelos rumores silenciosos que emanam daquelas bandas, parece estar fadada a um fracasso breve, o que é deveras lamentável para dezenas de pessoas que acreditavam ter encontrado uma verdadeira oportunidade de emprego.

Na fábrica ninguém se arrisca a falar sobre o que está acontecendo. Para eles, mesmo sem receber, o importante é manter-se empregado. "É melhor ter para receber do que estar devendo", afirma um deles, como se possível fosse trabalhar sem receber e não estar pendurado na bodega da esquina.

De acordo com informações fornecidas pelo funcionário Alan Gama - ele é responsável pela parte conhecida como embonecagem das vassouras - do encontro mantido pelos funcionários com o prefeito Vanderley Viana saiu a promessa de solução para o atraso dos pagamentos até o final desta semana.

Na tarde desta quarta-feira, a repórter Fernanda Gomes esteve na fábrica conhecendo melhor o funcionamento e o processo de fabricação das "ecológicas". A vassoura é produzida a partir de garrafas de refrigerantes consumidos no município. A matéria-prima é comprada dos catadores ao preço de 10 centavos a unidade.

A transformação das vassouras passa por mais de 15 etapas até chegar ao produto final. Duas garrafas pet são suficientes para se fazer uma vassoura. Na fábrica, uma unidade é vendida ao preço de 6 reais.

Se não foi suficiente para gerar a renda necessária para pagar os salários dos funcionários, a produção pelo menos contribuiu com a diminuição da poluição. Milhares de embalagens vazias foram retiradas das ruas.

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