Mas não é apenas o conhecimento sobre os bichos e as plantas que precisa de proteção. As histórias, músicas, danças e desenhos também representam um grande valor que precisa ser protegido contra o esquecimento e contra o uso indevido. Na medida em que a natureza está sendo destruída e as tecnologias de exploração avançam, a proteção dos conhecimentos tradicionais e salvaguarda da cultura vêm se tornando um grande debate entre os interessados em apoiar este trabalho.
Contudo, este debate vem sendo conduzido, na sua maioria, por governos e "especialistas". Os povos da floresta - os principais interessados - continuam excluídos. Após o movimento de em defesa da mata e da permanência dos seus habitantes, nas décadas de 70 e 80, hoje a proteção dos saberes apresenta um novo desafio, ou seja, uma nova luta para os povos da floresta.
As comunidades Sibéria, Seringal Cachoeira e Xapuri-Centro deram, através do registro de referências culturais, o primeiro passo para salvaguardar seus conhecimentos e sua cultura. No seminário "Saberes dos Povos da Floresta - ameaças e possibilidades de salvaguarda", pretende-se, além de introduzir alguns conhecimentos básicos sobre a legislação, envolver os participantes no debate, para que possam assumir um papel ativo na construção de políticas de salvaguar.
- Texto extraído do folder do I Seminário Saberes dos Povos da Floresta, que está sendo encerrado neste sábado em Xapuri. O Seminário faz parte das atividades previstas no projeto "Registro de Referências Culturais de Xapuri", executado pela Fundação Elias Mansour, através de convênio com o Ministério do Meio Ambiente e IPHAN – Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em parceria com o Museu do Xapury.
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