segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Cabra de Xapuri

Claudio Porfiro

Ai do vento se ali não fizer a curva.
Vire brasa o céu se ali não cair a chuva.
Toquem as trombetas porque um povo se agiganta.
Desembainhem as espadas porque a luta será tanta,
Que o inimigo há de clamar por misericórdia.
Eu sou Zé e Zé não é um só nem é tanto,
É breu, cajá e paxiúba,
Canjica doce, feijão gurgutuba,
Paçoca e mugunzá.
Sou um, sou dois, sou cem,
Sou metade do mundo e ninguém,
Nem queira me perguntar.
Sou cabra de Xapuri,
Machado, maxixe, maduro e doce,
No pipoco da bala o
Ou no arranco da foice,
Dependurado nos sonhos meus...
E tudo poderá novamente acontecer,
Como aconteceu outrora,
Quando ainda era aurora
E nós os tivemos que chacinar.
E conquistamos todos os louros, sim,
Buscados pela via do destemor,
Da alma cega e do muito amor...
É preciso ter coragem, certamente,
E hoje ou amanhã, se for o caso, e por assim dizer,
Com a mesma energia, sem recuar, sem cair, sem temer,
Ainda poderemos voltar a lutar bravamente,
Mas amando a terra tão docemente
Como nos versos do Chico Mangabeira.

E POR ASSIM DIZER, UM BRINDE ÀS NOSSAS BOAS QUALIDADES... FELIZ ANO NOVO, MEU POVO! O ACRE É MESMO ASSIM... FELIZ!

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