Serenidade, mansidão, suavidade, mas com firmeza de posições. Talvez seja essa a melhor descrição para a minha impressão como jornalista a respeito do padre Francisco das Chagas Monteiro, 67 anos, pároco de São Sebastião, em Xapuri, desde o ano de 2005.
Homem de uma enorme simplicidade, padre Chagas se tornou uma grande referência em Xapuri já nos primeiros momentos de sua condução à paróquia local. Ex-seringueiro da região do Alto Purus, alfabetizado já adulto e ordenado sacerdote aos
40 anos de idade, o vigário é hoje uma das figuras mais carismáticas da cidade, com uma forte presença na
vida das comunidades mais necessitadas do município.
Talvez por sua origem, Padre Chagas seja tão envolvido com os problemas de sua comunidade. Não se envolve, no entanto, com a política paroquiana. Circula em todos os ambientes da rotina pública local, sempre como uma pessoa muito respeitável e equilibrada em suas posições. Não se envolve em polêmicas, mas já foi, involuntariamente, envolvido em algumas.
Em 2011, foi acusado de se negar a celebrar uma missa durante a programação da Semana Chico Mendes daquele ano. Na verdade, a organização do evento programou a celebração à revelia da igreja e do pároco, que apenas soube da missa na véspera de sua realização, quando já tinha um compromisso assumido no município de Sena Madureira.
Mais recentemente, padre Chagas foi acusado por membros de um grupo formado por fiéis de sua igreja de comprar uma caminhonete sem permissão da Diocese, entre outras acusações e insinuações de maior gravidade. Nada do que foi dito foi comprovado e tudo do que foi feito foi devidamente explicado pelo pároco e sua equipe, que ainda colocou toda a prestação de contas da igreja à disposição do público em geral.
Chego até aqui para dizer que os imblóglios foram resolvidos pelo religioso sem lançar mão de respostas duras e sem querer fazer de sua verdade um instrumento de revide contra os que lhe acusaram, mas com o uso daqueles pontos que citei no começo desta postagem sobre a minha impressão com o homem e com o padre Francisco das Chagas. Serenidade, mansidão, suavidade, mas com firmeza de posições. Sem dúvidas, um grande aprendizado.
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