Alguma coisa está fora de lugar na escola Divina Providência, que já foi uma das maiores referências educacionais da Amazônia, quando administrada pelas freiras, as Irmãs Servas de Maria Reparadoras. Minha crítica possui caráter construtivo e se refere, neste caso específico, ao calendário de treinos para a formação das equipes que disputarão os próximos jogos escolares.
Empolgadas com a possibilidade de representar a escola na competição, algumas crianças estão sendo submetidas a um calendário que as obriga a treinar no horário de meio-dia, sendo que aquelas que estudam no período matutino saem das aulas às 11h15. Em anos anteriores, presenciei alunos levando o material esportivo para a escola pela impossibilidade de ir em casa e retornar para os treinos dentro do horário.
Pergunto-me e direciono a mesma indagação aos gestores da escola se é saudável para uma criança na faixa etária dos 11-12 anos ter um intervalo de apenas 45 minutos para que saia da escola, banhe-se e almoce para em seguida se vestir e novamente retornar à escola para praticar atividades físicas. A mim parece haver nesse caso uma bruta falta de bom senso por parte da gestão escolar.
Além disso, como a quantidade de professores de Educação Física (eles são apenas 2, segundo a escola) não é suficiente para atender às várias modalidades e categorias existentes, em determinados horários as crianças treinam sozinhas ou, no máximo, são monitoradas por um aluno mais velho designado pelo professor de Educação Física.
Nesta quarta-feira, 9, meu filho mais novo, de 11 anos, depois de enfrentar essa maratona de sair e retornar à escola no intervalo de um meio tempo de uma partida de futebol, foi agredidos a pontapés por um desses tais alunos mais velhos indicados para "treinar" as crianças menores. No momento da agressão, apenas alunos se encontravam na quadra de esportes da escola. Não havia nenhum responsável no local.
Recorri à escola e ouvi do professor João Ribeiro, meu colega dos tempos da faculdade de Geografia e hoje coordenador pedagógico da instituição, que infelizmente não existe a possibilidade de todos os treinos contarem com a presença de uma pessoa que se responsabilize pelos alunos. Afinal de contas que espécie de treinos são esses em que não existe a figura do treinador/orientador?
Minha opinião como pai de aluno é de que a escola deva abolir imediatamente as atividades para as quais não possui condições de manter um profissional habilitado. Prosseguindo com essas atividades da maneira como estão, a instituição estará assumindo um enorme risco de responder pelos incidentes que venham ocorrer durante os “treinos”.
Sugiro isto como maneira de se evitar que um problema mais grave termine por manchar o renome que a instituição ainda possui, apesar dos pesares, que não são poucos. Longe de querer polemizar ou demonizar a gestão escolar, faço esta crítica com o sincero intuito de contribuir. Como pai, como profissional da imprensa local e como cidadão.
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