Por Cristina Marrero*
Poesia de novo? vocês dirão e eu direi: Poesia toda hora, todos os dias dias. Poesia sempre! Porque ela, a poesia, tem lugar cativo na nossa imaginação, ela preenche todos os cantos do nosso coração. Ela está até… na varanda! Poesia na varanda? quem diria… Sonia Junqueira encontrou a poesia lá, numa varanda, numa noite de luar, numa gatinha amarela, na chuva, no choro.
Este livro é delicioso para crianças e adultos, as palavras nos remetem às coisas simples e que podem nos proporcionar tanta alegria. Porque no fundo, todos nós sabemos que é na simplicidade da vida que encontramos as maiores alegrias. Algumas poesias parecem engatadas com músicas da nossa infância, eu lembrei de um certo alecrim dourado logo na primeira página. E a música “Atirei o pau no gato” parece estar escondidinha entre os versos da segunda página, ou será mera coincidência o fato da gatinha amarela e macia chamar-se Chiquinha? Ah, mas ninguém vai duvidar que “a poesia na forma de uma canção que falava de uma rua com pedrinhas de brilhantes” não é a mesma rua que faz parte de uma das cantigas mais doces da infância.
Sonia Junqueira nasceu em Três Corações, Minas Gerais, para mim uma cidade com esse nome já é meio caminho para a poesia… Foi professora de Português e hoje se dedica à Literatura Infantil e Juvenil como autora e editora. Desde pequena gostava de brincar na chuva e guarda lembranças lindas dessa época, talvez por isso no livro a chuva também está presente, com cheiro doce e pingos grossos molhando e inundando tudo com poesia.
As ilustrações do livro são de Flávio Fargas e casam direiinho com a leveza das palavras. As imagens tem textura, parece até que podemos sentir a maciez da gatinha, o conforto da menina deitada num belo tapete, o brilho da lua cheia. Todo esse colorido leva o pequeno leitor a um mundo de cores, enfeitado com palavras melodiosas que brincam e dançam. Ah, que delícia a vida assim, numa varanda que pode estar numa fazenda, numa casa, num apartamento, dentro da sala, do quarto porque o lugar é o de menos quando a poesia nos invade o coração e nos faz sorrir.
Do site Brasileirinho.
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