quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Mais do mesmo?

Ouço sussurros de que o Partido dos Trabalhadores de Xapuri, que terá a maior bancada na câmara na próxima legislatura, costura, nos bastidores, a permanência (ou seria eternização?) do vereador reeleito Ronaldo Cosmo Ferraz  na presidência da casa. Ferraz seria o único nome aceito pelo PT para entregar ao PMDB o comando da Casa.

Se nesse mato realmente houver coelho, o que justificaria a decisão do PT de abrir mão de disputar comando do legislativo em favor daqueles que em tese são aliados do prefeito eleito Marcinho Miranda? É evidente que razões para isso devem haver muitas, mas se torna igualmente óbvio que qualquer que seja a motivação ela não será digna de elogios e louvores.

Particularmente, considero essa hipótese vergonhosa, indecente e totalmente avessa aos interesses da população que nas últimas eleições deixou claro como água da melhor fonte que deseja mudanças não apenas na prefeitura, mas também na câmara de vereadores que, afinal de contas, compõe o combalido e capenga poder público municipal.

De pessoal nada tenho contra o vereador Ronaldo Ferraz, mas está na cara que sua longevidade frente à mesa diretora da câmara não se justifica senão pela necessidade de se atender a interesses que estão longe de pertencer a quem realmente deveria ser o centro das decisões. O povo não quer o mais do mesmo que se tem visto ano após ano: uma câmara que não preza pela transparência e que não goza do prestígio popular como instituição.

O PT, que elegeu quatro vereadores em um universo de 9 cadeiras e que formará o bloco de oposição, deveria, em minha inútil e abelhuda opinião, se propor à inovação e ao resgate da câmara de Xapuri como uma instituição séria e respeitada. Caso contrário, continuaremos com a mesma sensação de descaso, comodismo e vista grossa para muita coisa reprovável que ocorre em toda e qualquer administração. É o que penso.

4 comentários:

Alan Ferraz disse...

Na administração que esta se encerrando o Ronaldo foi presidente da Camara, mesmo sendo oposição contou com o apoio do PT, porque agora deixaria de contar com esse apoio?

Alan Ferraz disse...

Como alguem que foi eleito vereador por 6(seis) mandatos não conta com apoio popular?
Como explicar que foi presidente da câmara durante todo o mandado do Bira, com o apoio do PT?
Se na gestão Bira era mantido presidente, o que o tornou menos importante agora?
Mudanças são necessárias e justificáveis quando necessário, será que agora realmente é o caso?


Raimari Cardoso disse...

Caro Alan,

Em nenhum momento disse que o vereador Ronaldo Ferraz não conta com apoio popular, mas já que você entendeu assim não tem problema, pois o que eu penso é que nenhum vereador pode bater no peito e dizer que teve o apoio de uma parcela significativa da população. Vejamos o vereador mais votado nessas eleições, Rivando Mota, que obteve 438 votos, o que corresponde apenas a 4,90% dos sufrágios válidos, ou seja, para se eleger um vereador não precisa necessariamente de "apoio popular". Em outras palavras, o eleitorado de um vereador é apenas uma parcela ínfima de pessoas que depositam nele o seu voto mais por uma situação histórica de favores e assistencialismo barato que por real confiança no candidato. A razão de Ronaldo ter sido presidente da câmara durante todo o mandato de Bira é a mesma pela qual deverá permanecer agora: conveniência. Para mim nenhum vereador é mais ou menos importante que seus pares nesta legislatura ou será na próxima. E respondendo sua última pergunta: sim, acho que é o caso de haver mudanças significativas tanto na composição da mesa diretora como na atuação individual dos vereadores e da câmara como um todo.

Grato por sua participação. Volte sempre.

Alan Ferraz disse...

Apesar do PT ter eleito 4(quatro) vereadores, o bloco que o PMDB faz parte elegeu tambem elegeu um mesmo numero, nesse caso o PSB é quem tem o poder de definir pra que lado vai a maioria. Qual a posição política do PSB no quadro atual? Por uma análise fria o PSB foi o responsável pela derrota do PT, muito embora o Bira não tenha feito por merecer a reeleição.