quarta-feira, 1 de julho de 2020

Narcisismo Político

O jornalista Jânio de Freitas disse certa vez, em uma entrevista ao famoso programa Roda Viva, da TV Cultura, que quando um sujeito decide se candidatar a alguma coisa ele já está acreditando ser merecedor do reconhecimento pelas qualidades que em geral não tem, mas que supõe possuir, numa clara demonstração do narcisismo político que toma conta daqueles que se apresentam ao povo não como instrumento para a equação de problemas, mas como a própria solução.

Essa autoafirmação à qual se refere o renomado jornalista impregna, de maneira injustificável, um punhado de gente que sem uma base mínima de avaliação sobre sua preparação para exercer um cargo eletivo se atira a promover o seu nome pelas redes sociais ou imprensa paga como se os seus atributos fossem um conhecimento tácito, que pudessem prescindir de comprovação por meio de argumentos competentes. Essa é a razão de tantos maus candidatos que se tornam, fatalmente, péssimos mandatários.

Não fosse a paixão político-partidária, que ofusca a visão de grande parte do eleitorado, um grau mínimo de exigência poderia ser estabelecido para a aceitação de um nome como um promissor representante do povo. Não me refiro a diplomas ou títulos acadêmicos, mas a indicativos de aptidão para desenvolver funções tão fundamentais para a vida de todos. Fosse assim não teríamos tão sinistros ocupantes de cargos eletivos a quem somos obrigados a tolerar por longos quatro anos.

Para pensar.

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