quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Nesta eleição, nem tudo foram flores

O prefeito de Epitaciolândia, Tião Flores, que trocou o PSB, partido que o elegeu em 2016, pelo PP, como forma de angariar o apoio logístico e eleitoral do recém-eleito governador Gladson Cameli para as eleições deste ano, terminou a corrida eleitoral como um dos maiores derrotados do pleito em todo o estado do Acre.

Dos 4.068 votos obtidos há quatro anos, Flores manteve inacreditáveis 741 nesta eleição, encolhendo de 47,07% dos votos válidos daquela ocasião para meros 8,20% desta. Um resultado decepcionante para um candidato que teve nas mãos a máquina administrativa por um mandato.

Fontes no município dizem que o desfecho da eleição para o prefeito era previsível. Deixar o PSB, dando as costas ao grupo que o ajudou a se eleger, foi considerado como uma manobra fatal. Sua rejeição passou a ser gigantesca e até assessores o criticavam abertamente nas redes sociais.

Nos últimos momentos da campanha eleitoral, ele tentou reverter a situação com a realização de algumas obras, com destaque para o asfaltamento de última hora de algumas ruas, o que não adiantou. Sua popularidade ruiu tal qual a cobertura de um ginásio coberto que pensou em inaugurar antes da eleição.

Ao contrário da maioria dos candidatos derrotados nestas eleições, Tião não se manifestou nas redes sociais sobre o resultado do processo. No entanto, a espirituosidade da internet não o perdoou. Os memes, que foram uma das boas marcas dessas eleições, lhe deram posição de destaque na folclórica balsa para Manacapuru. 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Alguns esclarecimentos

Tenho sido alvo de alguns ataques em lugares incertos da internet em razão de duas matérias assinadas por mim e veiculadas pelo jornal ac24horas que tratam da averiguação de uma denúncia feita contra o médico Antônio Costa dos Santos, que mesmo tendo contrato com a Sesacre para prestar serviços em Xapuri não comparecia ao trabalho há mais de seis meses.

O médico pagava uma colega para substituí-lo nos seus dias de plantão e, assim como ela, afirmou que não havia nada de errado na situação que tinha o objetivo de permitir que ele se capacitasse fora do estado sem perder o vínculo empregatício. Ainda segundo ele, seu caso não era isolado, uma vez que outro médico, Jean Alércio, havia feito isso por três anos “sem ninguém reclamar”.

Esse preâmbulo visa situar no assunto as pessoas que lerem esse esclarecimento, que não se destina nem se dispõe a perder tempo respondendo a quem me acusa levianamente de ser o responsável pelo encerramento do contrato do clínico feito pela Sesacre ao tomar conhecimento do fato. O propósito do texto é atender a quem realmente tenha o interesse de entender o que ocorreu. Quem faz barulho atoa com o fato apenas politiza uma questão que não tem a ver com política, mas com suposta irregularidade. 

Já as críticas que tenham como base os fatos e a sua relação com a legalidade, a ética e o bom senso eu não apenas as aceito com boa vontade como me ponho à disposição para discuti-las democraticamente desde que com alicerce na civilidade e no respeito. Para quem disso não entende, opto por mandar à lata do lixo suas inúteis e mal elaboradas reclamações.

Então, vamos aos fatos

Informado da situação, procurei o gerente do hospital, o enfermeiro Josimar dos Santos, e o questionei sobre o que ocorria. Respondeu confirmando a transação entre os dois médicos e afirmando que a Sesacre já havia sido comunicada e que o contrato de Antônio Costa seria cancelado, apesar de, segundo ele, não existir prejuízo ao hospital em decorrência do combinado entre os profissionais.

Em seguida, entrei em contato com os dois médicos que confirmaram o acordo que celebraram informalmente e afirmaram que não existia nenhuma irregularidade no procedimento, uma vez que os plantões estavam sendo “cobertos”. Ocorre que a Sesacre não foi consultada previamente ou mesmo informada posteriormente do que ocorria.

Contatada por meio da Assessoria de Comunicação, a Diretoria de Assistência em Saúde da Sesacre afirmou que a Secretaria não tinha conhecimento do caso relatado e disse que iria apurar a denúncia e tomar as providências para corrigir eventuais irregularidades. Dois dias depois veio a informação do encerramento do contrato do médico.

Algumas perguntas para reflexão

Se não havia irregularidade, por que o fato era escondido da Sesacre? Por que a Secretaria encerrou o vínculo do médico ao tomar conhecimento da situação? E se outros profissionais desejassem gozar do mesmo privilégio, como a direção do hospital resolveria a questão? E, por fim, por qual razão a imprensa não deveria dar publicidade ao caso?

Apoio popular

Muita gente foi às redes sociais prestar solidariedade ao médico e criticar a quem publicitou o fato. Alguns argumentaram que ele é um bom profissional e que, por isso, não deveria ser incomodado quanto ao acordo espúrio feito à revelia do órgão público que o contratou para trabalhar e não para estudar. Encorajado por isso, me enviou mensagens nada elegantes e me xingando de “sínico”.

Como não sou chinês, creio que ele quis me chamar de cínico, o que não é, exatamente, um elogio. Respondo-lhe que a mim não interessa o quão bom ele seja ou o quanto seja admirado pela população. No exercício da função de jornalista, que exerço de maneira legítima e fora do meu horário de serviço como funcionário público, atenho-me apenas à tríade legalidade, ética e bom senso.

Há previsão de legalidade na prática de um servidor público pagar a um colega para substituí-lo por meses a fio, mesmo que o regime seja de plantões? É ético que se faça uma negociata dessa natureza sem a anuência ou autorização do órgão empregador? Há bom senso de ambas as partes – uma de renunciar a responsabilidade própria e outra de assumir a alheia?

Postas as questões, que cada um se aposse daquilo que lhes cabe, assim como eu assumo a responsabilidade por aquilo que publico. Transferir aos outros o encargo dos seus próprios equívocos é peculiar aos que se escondem por trás da falta de caráter e de decência. Já as indiretas e ofensas vazias pela internet partem de gente vadia que desperdiça o tempo em bajular os patrões.

sábado, 31 de outubro de 2020

Eleições, obsessão e desvarios em tempos de pandemia

Não possuo elementos concretos para afirmar que o início da campanha eleitoral é o grande responsável pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus no estado, especialmente na regional do Alto Acre, onde a classificação de risco regrediu da Bandeira Amarela para a Laranja, o que significa um sinal de alerta.

É inegável, no entanto, que com a abertura da temporada de caça aos votos, o eleitor passou a ser alvo das investidas dos concorrentes diversos, acompanhados de seus asseclas e capachos, que começaram a percorrer todas as grotas, becos e barrancos em busca da única coisa que do povo lhes interessa.

Resultado da caçada ao pobre ou não, a verdade é que após os fazedores da política enfiarem o pé na jaca com suas insanas aglomerações a situação começou a ficar complicada novamente e espaços que haviam voltado a funcionar terão que tornar a fechar as portas colocando em xeque os poucos empregos que geram.

E cabe a quem a culpa de uma suposta contribuição para a recaída da pandemia? Penso que a todos, de maneira geral. Da falta de sensibilidade de candidatos, partidos e coligações, passando pela leniência das autoridades responsáveis por fazer cumprir as normas, à despreocupação e falta de zelo da própria população em não se resguardar.

Como diziam os antigos com sua hoje desprezada sabedoria, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Entretanto, a paixão política e a necessidade de muitos de seguir o fluxo do sazonal interesse político pelas demandas populares faz com que o medo da pandemia seja secundarizado em favor das campanhas partidárias.

E o risco de contágio não se dá apenas pelo vírus dito chinês. Também se veem os participantes das carreatas, cicleatas, outras 'atas' e bandeiraços sob o perigo de serem infectados pelo vetor do ódio, da discórdia, da calúnia e da difamação. Tudo isso a troco de defenderem cegamente àquilo ou àqueles que nada lhe garantirão de certo.

E assim segue-se nessa demência coletiva que coloca os partidos na condição de times de futebol e atribui aos candidatos o status de estrelas ou de ídolos. A sanha por ver vencedor aquele que escolheu defender faz com que o indivíduo perca a razão e se atire raivosamente contra parentes e amigos que têm opção diversa.

Alguns assim agem por pura convicção e fé inabalável naqueles que seguem. Outros, e esses aparentam ser maioria, se comportam com cães famintos embaixo de uma mesa farta. Posicionam-se em pontos estratégicos para abocanhar as sobras do banquete, mas podem mudar de posição segundo as conveniências.  

Após as eleições, dividido o butim, virá o conhecido choque de realidade. Não há sobras para todos. Alguns, já acostumados, se aquiescem. Outros, tanto pasmos quanto revoltados, esperneiam e estrebucham feito meninos birrentos ou bezerros desmamados. Aí, resta chorar na cama que é lugar quente. 

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Denúncias contra prefeito de Xapuri são vazias e têm claro objetivo de fraudar eleição

Se a averiguação preliminar que a Delegacia de Combate a Crimes de Corrupção e Contra a Ordem Tributária e Financeira (Decor) faz com relação a denúncias anônimas formuladas contra o prefeito de Xapuri, Ubiracy Vasconcelos (PT), não trouxer à tona alguma evidência mais consistente do que as que têm sido repercutidas na internet nas últimas semanas, se tornará comprovado aquilo o que é quase certo.

O enredo contra Bira, que é candidato à reeleição, se baseia em boatos de que ele manteria duas amantes como “funcionárias fantasmas”, ou seja, essas mulheres estariam nomeadas em cargos comissionados da prefeitura sem que lá jamais houvessem comparecido para trabalhar. Já está claro que existe calúnia e difamação contra as moças, pois ambas exercem, de fato, as funções para as quais foram contratadas.

Ainda com relação às duas servidoras, envolvê-las em insinuações de manter casos amorosos com quem quer seja, mesmo no caso de uma pessoa pública como o prefeito, não passa de promoção de fofoca barata, de maledicência e de uma condenação prévia e criminosa de pessoas que têm por trás de si filhos, pais, mães e irmãos. Uma covardia sem tamanho que parte de gente que não possui o menor escrúpulo quando o assunto diz respeito a poder político e dinheiro.

Numa segunda acusação sem qualquer fundamento, um motorista da Secretaria Municipal de Agricultura é acusado de estudar medicina na Bolívia enquanto recebe salário da prefeitura sem exercer a função. A própria vítima da armação foi a público, para dizer que não se trata dele a pessoa mostrada em uma foto com colegas no país boliviano. E mesmo o estudante que aparece na imagem não possui qualquer vínculo com a prefeitura.

Na última quinta-feira, 29, o delegado que cuida do caso, Pedro Resende, ouviu os secretários das pastas onde os servidores acusados de serem “fantasmas” estão lotados e colheu documentos relativos à frequência destes, como folhas de ponto e escalas de plantões estabelecidas em razão da pandemia. Nos próximos dias, deve sair posicionamento oficial da Decor sobre o caso.

Chama a atenção que em uma matéria divulgada pelo site acjornal e compartilhada efusivamente pela internet por correligionários das candidaturas de oposição aparece um "print" com fotografias que mostram a falsa presença do motorista da prefeitura em uma reunião de estudantes na Bolívia. Neste print, a redação do jornal esqueceu de cortar o nome de quem enviou um conjunto de 11 imagens ao site: Diego Xapuri.

Como Diego não é um nome muito incomum e existem muitas pessoas na cidade com essa denominação, talvez não se possa afirmar com precisão quem é o responsável pela onda de denúncias infundadas contra o prefeito e por ordem e pagamento de quem elas estão sendo disseminadas, mas fica claro que parte de algum lugar de Xapuri e não de investigação própria do jornal a divulgação das supostas irregularidades.

Quanto aos supostos casos amorosos, tanto o prefeito quanto as mulheres vítimas da difamação negam veementemente as acusações. Evidente que essa parte não diz respeito à polícia, pois se refere a pessoas adultas e donas de suas vidas. Óbvio também que não seria ético da parte de um gestor público esse tipo de coisa, mas ninguém pode ser acusado de tal ato meramente com base em boatos e fofocas de fim puramente eleitoreiro.

As eleições e a demência brasileira

Leonardo Torres

O Brasil está cada vez mais demente: presidente com sentimento persecutório e contra vacina, senador fugitivo escondendo o dinheiro nas nádegas, candidatos canastrões que fazem estripulias para chamar atenção e conquistar votos. Enquanto isso, a fome e a miséria aumentam, as matas são incendiadas e as mortes pelo COVID-19 não cessam. E ainda, a aprovação do presidente cresce, por ter implementado um auxílio emergencial que não foi ele quem planejou.

Nem mesmo Kafka, Huxley, Saramago ou Shakespeare sequer imaginariam escrever um romance comparável ao que nosso país passa neste momento. Não somente porque os personagens que atuam no palco político são peculiares, mas também porque o público que os assiste atuar - os eleitores - também estão cada vez mais dementes.

A palavra "demente" provém "da-mente". Aqui exclui-se qualquer conotação pejorativa da palavra. Vale lembrar Edgar Morin quando afirma que o ser humano é Sapiens e Demens, ou seja, pautado tanto pela racionalidade quanto pelas emoções e pela mente.

Apesar da neurociência já ter provado que é impossível separar a racionalidade das emoções, temos que tomar cuidado para não cair em racionalismos. De acordo com E. Morin, o racionalismo é uma razão tendenciosa, autoritária e paranoica, ou seja, são aquelas justificativas simples e fáceis de se entender que normalmente elegem e projetam suas emoções em um inimigo. Por exemplo: as fake news nas últimas eleições para presidente promoveram em grande parte da população brasileira um contágio desses racionalismos e suas emoções projetadas.

É possível escapar desse circo? Não, mas é possível e importante incluir nesta equação a variável da consciência e da racionalidade (sem ismos). Estas são responsáveis pela reflexão crítica dos acontecimentos atuais. E aquela frase de C. Jung: "até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino", coloca a responsabilidade desse circo demente de eleitos e eleitores nas mãos dos cidadãos. Nós, brasileiros, devemos saber se vamos continuar batendo palmas e incentivando os eleitos a dançar ou se usaremos nossas mãos para votar corretamente.

Leonardo Torres, 30 anos, é psicoterapeuta junguiano e palestrante.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Bira denuncia “gabinete do ódio” em Xapuri e pede que poupem sua família

A três semanas das eleições municipais, o clima da campanha eleitoral em Xapuri se tornou tenso e foi tomado por uma onda de ataques e denúncias que tem tido como alvo o atual prefeito e candidato à reeleição Bira Vasconcelos, do Partido dos Trabalhadores (PT).

Publicadas por um jornal online estabelecido em Rio Branco e compartilhadas massivamente nas redes sociais, uma série de matérias imputam ao candidato petista as acusações de manter casos amorosos com duas mulheres que seriam funcionárias fantasmas da prefeitura.

O prefeito ainda é acusado de manter em folha de pagamento pelo menos quatro cargos comissionados que seriam estudantes de medicina na Bolívia, o que também significaria que esses funcionários estariam recebendo seus vencimentos salariais sem prestar serviço nas funções para as quais foram supostamente contratados.

As matérias, sempre baseadas em fontes não identificadas pelo veículo, também relatam que os fatos narrados fazem parte de um inquérito policial instaurado pela Delegacia de Combate a Crimes de Corrupção e aos Crimes contra a Ordem Tributária e Financeira (Decor).

O blog manteve contato com o delegado Pedro Henrique Resende Teixeira Campos, da Decor, que confirmou haver, realmente, uma denúncia dessa natureza que chegou recentemente à delegacia, mas disse não poder prestar nenhuma informação adicional sobre o objeto da investigação.

A reportagem procurou também o prefeito, que negou todas as acusações e atribuiu as denúncias a uma campanha de difamação que, segundo ele, tem por objetivo interferir de maneira ilegal no processo eleitoral em que aparece como favorito. Bira afirmou que existe um “gabinete do ódio” atuando em Xapuri.

“É estranho que essas histórias apareçam justamente agora, a poucas semanas da eleição. É perceptível que existe um desespero dos nossos adversários para mudar a realidade do processo eleitoral que se mostra favorável à nossa campanha e às nossas propostas de seguir fazendo o melhor para Xapuri”, afirmou.

O blog também buscou informações a respeito da situação funcional das duas servidoras citadas nas denúncias. Ana Carla Oliveira Caetano e Atila Ferreira de Araújo exercem cargos em comissão na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sematur) e no Gabinete da Vice-Prefeita Maria Auxiliadora, respectivamente.

A reportagem obteve informações junto a funcionários da prefeitura de que ambas comparecem regularmente ao trabalho, o que foi, também, confirmado pelo secretário da Sematur, Juscelino Facundo, onde atua Ana Carla, e pela vice-prefeita Maria Auxiliadora, de quem Atila Ferreira é secretária.

Por telefone, Ana Carla afirmou que sempre trabalhou regularmente e garantiu não existir nenhuma razão para que alguém a acuse de ser funcionária fantasma. Ela disse que sua residência é em Xapuri, de onde sai apenas nos feriados e fins de semana para ficar na casa do namorado, que mora em Epitaciolândia.

“Eu trabalho normalmente, apesar de que agora, em razão da pandemia, estamos em horário reduzido. Só que nos dias de folga eu vou para Epitaciolândia ficar na casa do meu namorado e retorno para Xapuri nos meus dias de trabalho, conforme a escala”, explicou.

O blog não fez questionamentos relacionados aos supostos casos amorosos citados pelas matérias divulgadas pelo jornal que propagou as denúncias contra o prefeito por entender que o assunto não diz respeito ao interesse público, além de causar constrangimento às pessoas envolvidas.

Outro servidor enredado nas denúncias e acusado se ser funcionário fantasma é Marco Aurélio de Amorim Maia, apontado como um estudante de medicina na Bolívia que receberia sem comparecer ao trabalho. Ele chega a ser mostrado em uma foto entre estudantes na Bolívia, mas nega que a imagem seja sua.

Em um áudio divulgado em um grupo de whatsapp, ele diz que quem aparece na foto divulgada pelo jornal é outra pessoa, que foi exonerada da prefeitura ainda em 2016. Marco, que é funcionário da Secretaria de Agricultura, diz que vai buscar na justiça a reparação pela acusação que recebeu.

“Pessoal, eu sou o Marco Aurélio. Esse pessoal do jornal tá tentando me prejudicar, sou eu. Não sou nenhum funcionário fantasma, sou funcionário da agricultura. O Márcio, que é o estudante de medicina que eles estão falando foi exonerado desde 2016. Vou procurar os meus direitos, pois isso é uma bandidagem”, afirmou em um trecho do áudio.

Na noite desta segunda-feira, 26, o prefeito Ubiracy Vasconcelos divulgou um vídeo na sua página de campanha no Facebook. Ele disse que tomará todas as medidas judiciais contra os envolvidos nas denúncias que chamou de fake news e voltou a afirmar que existe um “gabinete do ódio” operando em Xapuri.

“Peço aos meus adversários que se limitem a falar da administração, que não foi feito isso ou aquilo, mas deixem a minha vida pessoal e a minha família em paz. Nós representaremos todas essas difamações e publicações mentirosas na Justiça Eleitoral. Existe um gabinete do ódio também em Xapuri”, concluiu.

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Rio abaixo

Muita gente em Xapuri ficou cabreira com a notícia de que o Ministério Público Federal tenta impedir que uma ponte ferroviária inaugurada em 1886, pelo imperador Dom Pedro II, seja desmontada e trazida ao Acre.

É que essa poderá ser a ponte prometida pelo governador Gladson Cameli para ligar o centro da cidade ao bairro Sibéria. O temor é que depois de tanta luta e reivindicação, a população seja presenteada com uma estrutura de 134 anos.

Se a sucata histórica aportar em Xapuri e for montada entre os dois barrancos do Rio Acre, adeus ao sonho de uma ponte moderna como essas que o Jorge Viana construiu em vários lugares do estado. Pelo menos é assim que pensam alguns matutos na terra de Chico Mendes.

No começo de seu mandato, com um braço em uma tipoia e o outro no ombro do empresário Aílson Mendonça, seu pretenso futuro prefeito de Xapuri, Cameli prometeu a la Odorico Paraguaçu a certa construção da ponte e vaticinou a eleição do rebento do deputado Antônio Pedro.  

Dois anos passados, a prometida ponte não saiu do papel e a candidatura de Aílson desceu o rio feito um balseiro em enchente. Dias atrás, Gladson gravou um vídeo de apoio à substituta do ex-futuro prefeito, a madrasta Carla Mendonça. Para não perder a prática, voltou a prometer a bendita ponte.

Mais uma descida de rio à vista.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Não escrevo para quem se resume a ler títulos

A candidata à prefeitura de Xapuri, Carla Mendonça (PP), me acusa de ser tendencioso ao intitular uma matéria que noticia o fato de ela ser alvo de um mandado de condução coercitiva, expedido pelo juiz Luís Alcalde Pinto, por ter faltado sem justificar o motivo a uma audiência judicial para a qual foi devidamente intimada.

“Hoje, enquanto estava em mais uma de minhas caminhadas nos bairros, fui informada sobre essa matéria que possui um título muito tendencioso. Em um processo onde EU SOU A VÍTIMA o modo com que o jornalista intitula a matéria me põe como uma fugitiva da lei”, ela diz em sua página do Facebook.

Ora, o título diz de maneira clara e objetiva: “Carla Mendonça falta audiência e juiz expede condução coercitiva”. Foi esse o fato. O título não explica se ela é vítima ou ré. Ele não se presta a isso e nem pode. Deve ser curto e tem o objetivo de atrair o leitor para a leitura da notícia. Essa sim, deve ser explicativa e esclarecedora.

Não fosse a “politização” do momento, o fato, certamente, nem seria notícia. Seria hipocrisia negar que a condução coercitiva desse caso apenas ganha uma manchete por se tratar o alvo do mandado de uma candidata a prefeita. A notícia deu a ela a chance de se fazer de vítima de um ataque ilusório.

Apesar de ser vital que se esclareça que ela é vítima no processo, o evento que origina a matéria não é esse, mas sim o mandado de condução coercitiva expedido em razão da sua ausência injustificada à audiência, o que trouxe danos ao trâmite do procedimento judicial. Como servidora da justiça, ela sabe disso melhor que eu.

No mais, ao censurar o livro pela capa, a candidata tergiversou e não elucidou, como pessoa pública a que se propõe ser, o real motivo de não haver comparecido à audiência de um processo também público em que figura, sim, como vítima de uma ação criminosa pela qual lhe sou solidário.  

Ponte inaugurada por Dom Pedro II pode não vir mais para o Acre

Pode ter entrado água na intenção do governador Gladson Cameli de trazer para o Acre uma ponte de ferro histórica que atravessa o Rio Pardo entre os municípios de Ribeirão Preto e Jardinópolis, no interior de São Paulo.

Em agosto passado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) divulgou a cessão de três pontes ferroviárias para o Acre. As estruturas faziam parte de trechos de linhas férreas, localizadas nos estados da Bahia, São Paulo e Paraná.

O objetivo anunciado pelo governo acreano era o de instalar essas pontes sobre o Rio Acre entre Brasiléia e Epitaciolândia, ao lado da que lá já existe, em Xapuri, ligando o centro da cidade ao bairro Sibéria, e sobre o Rio Iaco, em Sena Madureira.

No caso de uma das pontes, a do Rio Pardo, o Ministério Público Federal em São Paulo pediu a imediata paralisação do processo de desmontagem e doação da estrutura, segundo reportagem do UOL publicada nesta quarta-feira, 30.

A ponte faz parte da Linha do Rio Grande, único segmento ainda existente da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. O trecho, que teve a presença da comitiva do imperador Dom Pedro II durante sua inauguração, em 1886, fazia parte de um projeto para o desenvolvimento de áreas centrais do país e para a interligação dos portos de Santos (SP) e Belém.

O Ministério Público argumenta que além de ignorar a relevância histórica da via, o processo de remoção da estrutura sobre o Rio Pardo prejudica projetos turísticos que estão em implementação no entorno, como o parque linear em Jardinópolis.

O órgão ainda diz que a ponte deverá integrar as atividades de um futuro museu em Ribeirão Preto, do Instituto História do Trem, entidade que denunciou o caso ao MPF.

No caso de Xapuri, a construção de uma ponte sobre o Rio Acre é uma antiga reivindicação que se transformou, no correr dos anos, em eterna promessa de alguns políticos e permanente desilusão da população.

No começo de seu mandato, em uma comemoração da recente vitória, Cameli bateu no ombro de seu “futuro prefeito de Xapuri”, o empresário Aílson Mendonça, filho do deputado Antônio Pedro, e disse que a construção da ponte na cidade era coisa certa.

Passados dois anos, o que surgiu de concreto foi a notícia da cessão das seculares pontes. E por falta de algo mais substancial, a intenção de Mendonça de voltar a concorrer à prefeitura foi rio abaixo dada a enorme rejeição ao seu nome.

O possível freio do MPF pode não impedir que uma dessas estruturas cheguem a Xapuri, uma vez que são três a que teriam sido cedidas, mas, ao que parece, não a tempo de impulsionar a candidatura da substituta de Aílson, a sua madrasta Carla.

O UOL disse que procurou o DNIT e o governo do Acre, que não haviam respondido até o fechamento da matéria.

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

A covid-19 e as eleições municipais

Doacir Gonçalves de Quadros

Em julho, estávamos atentos para saber sobre os impasses causados pela covid-19 nas eleições municipais deste ano. Acertadamente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em conjunto com o Congresso Nacional, tornaram oficial o adiamento das eleições para o dia 15 de novembro. Cabe a nós brasileiros, nesse momento, ficarmos atentos para as possíveis modificações que a pandemia e a quarentena trarão sobre a dinâmica da campanha eleitoral que se avizinha e que poderá interferir na nossa escolha.

Os estudos sobre o comportamento do eleitor mostram que as eleições para prefeito e vereadores tendem mobilizar e sensibilizar mais a atenção do eleitor do que as eleições estaduais e federais. O que está em disputa nas eleições municipais é a resolução dos problemas do município e ninguém é melhor do que o próprio eleitor para saber quais são os problemas a serem solucionados já que ele é morador e convive com os problemas de transporte, segurança, saneamento básico, educação, etc.

É para a resolução destes problemas que iremos às urnas. Iremos escolher quem ocupará o cargo de prefeito, autoridade máxima do Poder Executivo municipal e que tem a função, segundo a nossa Constituição Federal de 1988, programar em quais setores serão aplicados os recursos tributados no município e as verbas que recebe do Executivo estadual e federal. O prefeito deve respeitar à Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n° 101/2000) e gastar aquilo que está estabelecido na lei orçamentária anual do município que foi elaborada pelo próprio prefeito no início de seu mandato e votado pelos vereadores, que representam o Poder Legislativo municipal.

Escolheremos também os vereadores e a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno da Câmara Municipal determinam que o vereador tem a função Legislativa que o habilita a elaborar as leis que serão aplicadas no município. A função Fiscalizadora no uso do dinheiro público pelo prefeito, secretários e pelos próprios vereadores. E, também a função Julgadora que permite que o vereador julgue o prefeito, o vice-prefeito e vereadores se cometerem infrações político-administrativas definidas em lei.

Meu caro leitor, estrategicamente numa eleição municipal “normal” caberia aos candidatos a prefeitos e vereadores irem até o eleitor, fazer o corpo a corpo para saber do próprio eleitor quais são os problemas que deverão ser destrinchados. Mas em uma situação como estamos vivendo, naturalmente que não haverá nas ruas o corpo a corpo e aglomerações entre eleitores e candidatos, é o que recomenda o protocolo com medidas preventivas. Esta é a modificação mais sensível da covid-19 sobre as eleições de 2020.

Mas, por consequência, os meios que facilitam a interação sem o corpo a corpo, serão a prioridade dos candidatos: a propaganda política no rádio e televisão, as redes sociais e mídias sociais como Facebook, Twitter, Whatsapp, Instagram, etc. O corpo a corpo nas ruas com restrições fará com que os eleitores olhem para os meios digitais para se informar e, é aí que mora o perigo. As Fake News tenderão a correr soltas nas eleições sem uma legislação eficiente para vetar as mentiras divulgadas na internet e desaba sobre o eleitor a responsabilidade em evitá-las e denunciá-las.

Doacir Gonçalves de Quadros é professor do curso de Ciência Política e do mestrado acadêmico em Direito do Centro Universitário Internacional Uninter.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

O rato roeu a roupa do rei de Roma

Ricardo Viveiros

Se ele roeu mesmo, ninguém sabe. Mas que a fonoaudiologia usa a palavra para trabalhar a fala das pessoas que têm problemas com a pronúncia da letra "R", isso é verdade. Como também é certo que ninguém gosta de ser chamado de "rato", sinônimo de ladrão. E da pior espécie, pequeno e furtivo, que ataca de noite.

Por outro lado, se você é conhecido como "rato de livraria", isso já significa um outro status. Condição sofisticada, atraente, que remete à intelectualidade. Camundongo, ratazana, rato-preto, rato-de-esgoto, rato-branco o que importa o tipo? São, todos, ratos que assustam até mesmo os elefantes, um dos maiores animais do planeta.

Quando, entretanto, estamos falando de Mickey Mouse, da dupla Bernardo e Bianca, do Remy (do "Ratatouille"), de Little Stuart ou, até mesmo, do Topo Gigio (lembra dele?), tudo se torna mais inteligente, terno, afetuoso e engraçado. São alguns dos ratos que, sem entrar em considerações sobre as agruras causadas por sua espécie, tornaram-se famosos e queridos em todo o mundo.

Os ratos, segundo os limites da ciência, são originários da Ásia e há mais de 1.700 espécies. O rato-preto, por exemplo, invadiu a Europa à época das Cruzadas. A ratazana, por sua vez, apareceu nas cortes do Velho Mundo apenas no século XVIII. Todos trazendo muitos males, graves enfermidades ao homem: peste bubônica, tifo, leptospirose, febre do rato, hantavirose e por aí vão. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ratos podem transmitir aproximadamente 200 doenças.

Em contrapartida, o rato-branco (uma variedade albina) e os ratos cinzas já velhos têm — com o sacrifício da própria vida —, salvado os humanos de inúmeras doenças. São cobaias de laboratório, usados por cientistas para inocular os vírus e pesquisar a melhor maneira de combater seus próprios estragos à saúde humana. E por sua atuação no Camboja, uma rata africana gigante acaba de ser premiada com honras e glórias por, "corajosamente", farejar minas deixadas pela guerra. A medalha de ouro foi entregue pela Associação Veterinária Britânica (PDSA). Magawa, a rata, já "limpou" com segurança o equivalente a 20 campos de futebol.

Ratos se amam de maneira intensa, um casal pode ter mais de 200 filhotes em apenas um ano. Ratos adultos podem alcançar 50 cm de comprimento e pesar até 1 kg. Um casal de ratos em um celeiro, apenas durante duas estações, pode consumir cerca de 14 kg de grãos. Ratos causam 45% dos incêndios tidos como de origem desconhecida, 20% dos danos em linhas telefônicas, 31% dos rompimentos de cabos elétricos.

Como tudo na vida tem um outro lado, ratos mantêm a cidade limpa. Ágeis e flexíveis entram pelo esgoto, correm por apertadas tubulações que são suas rodovias, promovendo necessária desobstrução. Sem eles, haveria ainda mais entupimentos e enchentes.

Em uma entrevista que nos tempos de repórter fiz para a mídia, ouvi do veterinário italiano Angelo Boggio, um dos maiores "ratólogos" deste planeta então contratado pelo Metrô de São Paulo e carinhosamente apelidado pelos colegas como Doutor Ratão, a seguinte máxima: "Ratos integram o equilíbrio ambiental. Escorpiões matam e comem ratos. Galinhas comem escorpiões. E nós comemos galinhas."

Quem "come" o corrupto que come os recursos do povo?

Essa espécie de rato está no topo da cadeia alimentar, causa doenças crônicas como a raiva, move-se com agilidade pelos canais burocráticos do sistema e rói a dignidade. Começou a campanha política para as eleições deste ano em todo o País. Não deixe o seu voto ser roído pelos ratos, escolha bem os seus candidatos.

Ricardo Viveiros, jornalista e escritor, é autor de vários livros, entre os quais "Justiça Seja Feita", "A Vila que Descobriu o Brasil" e "Educação S/A".

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Frio em Xapuri

O sensores do sistema de monitoramento em tempo real da qualidade do ar, instalados no Acre no ano passado por uma parceria do Ministério Público Estadual com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e que podem ser acompanhados no site PurpleAir, indicaram que Xapuri foi a cidade que registrou a menor temperatura do estado na manhã desta sexta-feira, 21.

Enquanto a maioria das cidades acreanas registrou temperaturas que variaram entre o 14ºC e 17ºC, Xapuri chegou a 8ºC às 9:41AM e se manteve em 9ºC pelo restante da manhã. No começo da tarde, às 13:00, a temperatura registrada era de 10ºC.

Os dados foram confirmados pela comandante do 8º Batalhão do Corpo de Bombeiros, onde está instalado um dos sensores, tenente Marcela Sopchaki. Segundo ela, o sistema de monitoramento está baseando os estudos da Defesa Civil Acreana.

Outro dado da plataforma mostra que entre o horário das 13:30 de quinta-feira, 20, e às 5:20 desta sexta-feira, 21, a temperatura em Xapuri caiu de 37ºC para 8ºC, uma diferença de 29 graus em menos de 16 horas. 


Qualidade o ar 

O PurpleAir utiliza dados do Índice da Qualidade do Ar (AQI, na sigla americana) e da Agência de Produção Ambiental dos Estados Unidos (EPA). O AQI utiliza uma escala de 0 a 500, onde 0 indica qualidade do ar satisfatória e 500, qualidade catastrófica; ou seja, implica em danos graves à saúde humana.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) toma como base a quantidade de partículas (PM, na sigla em inglês) emitidas no ar, que variam entre PM10 e PM2.5. PM é um indicador da qualidade do ar, e leva em consideração os níveis de: sulfato, nitrato, amônia, cloreto de sódio, carbono, poeira mineral e água.

Partículas com diâmetro igual ou menor que 10 micrômetros (PM10) penetram e se alojam no pulmão. Porém, partículas com diâmetro igual ou menor à 2,5 micrômetros (PM2.5) penetram na corrente sanguínea, e uma exposição crônica a elas pode causar doenças crônicas e cardiovasculares além de câncer de pulmão.

A qualidade do ar nesta sexta-feira em Xapuri tinha escala AQI de 52 e PM 2.5, que é considerada aceitável, mas que pode causar problemas de saúde moderados para um número muito pequeno de pessoas que são excepcionalmente sensíveis à poluição do ar, se forem expostas por um período de 24 horas. 

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Vai ou racha?

Com a proximidade do período de realização das convenções – 31 de agosto a 16 de setembro – destinadas a deliberar sobre coligações e a escolher candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores, os partidos políticos começam a dar indicações de como poderá ser o cenário das eleições do próximo dia 15 de novembro.

Pelo que se observa até o momento, a desejada união entre as siglas partidárias que apoiaram a eleição do governador Gladson Cameli no último pleito estadual não caminha para um final feliz. Falta de consenso diante da importância da união, provocações e propagação de fake news são algumas das razões para esse provável desfecho.

Nesta segunda-feira, 17, o pré-candidato a prefeito pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o advogado Carlos Venícius, fez mais uma de suas transmissões pelo Facebook, oportunidade na qual entrevistou um possível nome a acompanhá-lo na chapa majoritária do partido, o também advogado e policial federal aposentado Eden Barros Mota.

O detalhe é que Eden Barros é recém-filiado ao MDB, convidado exatamente por Carlos Venícius, de quem é tio, o que demonstra que é cada vez mais real a possibilidade de os emedebistas irem “puros” para a disputa da eleição. Outra opção caseira é a médica Raissa Ferraz, filha do presidente da Câmara de Xapuri, Ronaldo Cosmo Ferraz.

Há alguns dias, também por meio da internet, Carlos Venícius fez um comentário pouco enigmático sobre os rumos de uma possível aliança da oposição: “Alianças políticas são e serão bem-vindas desde que o interesse da população esteja em primeiro e único lugar. Qualquer união fora dessa regra será imediatamente afastada”, escreveu.

A mensagem do advogado deixa claro que o caminho da coalizão dos partidos de oposição no município está cada vez mais estreito e transparece ter relação com os boatos propagados por membros do grupo que apoia a pré-candidatura da empresária Carla Mendonça (PP), esposa do deputado Antônio Pedro (Dem), de que o MDB teria aceitado compor com ela uma chapa única indicando Venícius para o cargo de vice.

A resposta da Executiva Municipal do MDB foi imediata e a situação se transformou em bate-boca via redes sociais com acusações trocadas entre o presidente do partido no município, Celso Paraná, e o gerente do escritório local do Depasa, Marcos Mansour. A confusão parece ter sido a gota d’água que faltava para as negociações descambarem de vez.

Os principais movimentos dos partidos até o momento, além das tentativas de acordos que não surtem efeito, têm sido algumas andanças de pré-campanha e as inaugurações de diretórios municipais. No dia 31 de julho, o MDB lançou o seu com a presença do senador Marcio Bittar e do deputado estadual e pré-candidato à prefeitura de Rio Branco, Roberto Duarte.

No próximo dia 21, será a vez do Progressistas lançar o seu diretório. Em convite publicado em sua página no Facebook, a pré-candidata Carla Mendonça anuncia a presença do governador Gladson Cameli e do vice Major Rocha, dos deputados federais Alan Rick, Vanda Milani e Manoel Marcos, além do presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Nicolau Júnior.

Se mantendo longe das discussões em torno da cada vez mais distante chapa única, o pré-candidato do PSD, vereador Gessi Nascimento, tem pautado a sua pré-campanha em visitas a localidades da zona rural, mas também não cogita tirar o seu nome da disputa. Nascimento, também conhecido como Capelão, migrou para o partido do senador Sérgio Petecão após perder a disputa interna pela pré-candidatura do MDB.

Resta aguardar o que as últimas semanas antes das convenções reservarão para o processo eleitoral em Xapuri. De maneira especial, a presença da comitiva liderada pelo governador no próximo dia 21 poderá trazer novos e bons capítulos a essa novela da oposição. De camarote, assistirá o atual prefeito e pré-candidato à reeleição, o petista Bira Vasconcelos. O desenlace dessa queda de braço poderá lhe ser amplamente favorável – ou não.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

“Querem ganhar sem disputar o jogo”

Com o nome na lista de possíveis inelegíveis encaminhada por força da Lei da Ficha Limpa pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o prefeito de Xapuri, Ubiracy Vasconcelos (PT), se manifestou na tarde desta segunda-feira, 17, sobre a repercussão dada ao assunto pela imprensa e por adversários políticos.

Em entrevista ao canal do jornalista Leonildo Rosas, no YouTube, o petista lembrou que alguns veículos erraram ao dar como certa a inelegibilidade dos nomes que constam na lista do TCE, entre eles o seu. “A competência para isso é do Legislativo, que julga as contas. O tribunal apenas fornece as informações para que isso possa acontecer ou não”, explicou.

O prefeito afirmou também que a informação enviesada foi usada por futuros concorrentes que, segundo ele, têm a intenção de vencê-lo no tapetão. “Querem ganhar sem disputar o jogo”, afirmou garantindo que entre as ocorrências listadas pelo TCE não há nenhuma que desabone a maneira como administra o município.

Bira Vasconcelos diz que os processos existentes no Tribunal de Contas do Estado são procedimentos formais que se referem a pendências naturais para qualquer administrador público. “São erros comuns que não caracterizam dolo contra o erário público. Eu estou tranquilo quanto a isso”, afirmou.

As ocorrências relacionadas ao prefeito de Xapuri informadas pelo TCE somam o total de nove e constam de 7 multas por razões diversas e 2 irregularidades em prestação de contas.

Na lista, também aparecem nomes de outros políticos conhecidos de Xapuri, como o do presidente da Câmara de Vereadores, Ronaldo Ferraz (MDB), do vereador Gessi Nascimento (PSD) e do ex-prefeito Vanderley Viana (MDB).

Sobre as eleições deste ano, Vasconcelos afirmou que ainda não é hora de fazer política, apesar de reconhecer que seus adversários já estão fazendo, mesmo com o município atravessando a pior fase desde o início da pandemia do coronavírus. “A hora vai chegar logo, mas ainda estou voltado para a situação da pandemia e preocupado em salvar vidas”, ponderou.

Por fim, o prefeito petista disse que está aberto a alianças com outros partidos, além do PSB, mesmo aqueles que pensem de uma maneira um pouco diferente. “Os partidos perderam a força nos últimos anos e o eleitor está acreditando mais nas pessoas”.

Concluiu o assunto dizendo, em tom bem humorado, que se até o governador Gladson Cameli quiser abraçá-lo será bem-vindo.

domingo, 16 de agosto de 2020

Patrimônio fechado

Fechada desde 2018, quando o contrato de aluguel que a família mantinha com o governo do Acre foi rescindido meses antes do fim do mandato de Tião Viana, não sendo renovado por Gladson Cameli, a casa onde o líder sindical Chico Mendes passou os dois últimos anos de sua vida e onde o seringueiro foi assassinado em 1988 ainda não têm previsão de ser reaberta ao público.

Único bem tombado no Acre pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a casa de memórias também é patrimônio tombado pelo estado do Acre. Há um ano, quando consultada sobre a situação, a Fundação Elias Mansour, por meio do diretor administrativo Francisco Generozzo, disse que a família Mendes não havia feito proposta para a renovação do contrato e que os valores pagos pelo governo anterior eram inviáveis.

“Nós não temos hoje nenhuma condição de manter os valores e acordos que foram feitos na gestão passada. A realidade do estado hoje é outra. O governador está ciente dessa demanda, o Chico Mendes é realmente uma pessoa de visão de nível internacional que o mundo lá fora vê por conta da Amazônia, mas a gente precisa dialogar de acordo com essa nova realidade”, disse.

À mesma época, o superintendente do Iphan no Acre, Jorge Mardini, informou que o instituto mantinha contato com o governo do estado, por meio da Fundação Elias Mansour, e com a família Mendes, alertando para a necessidade de preservação do imóvel tombado. Segundo ele, a única prerrogativa do Iphan é a de preservação e guarda do patrimônio.

“Uma coisa que precisa ficar bem clara é que o imóvel é da família. O patrimônio é tombado, mas é uma propriedade particular dos herdeiros. A nossa única prerrogativa é a de impedir a destruição do imóvel. Para evitar isso o Iphan tem, inclusive, poder de polícia. No mais é fazer apenas a fiscalização e zelar para que o patrimônio seja preservado porque ele representa parte importantíssima da vida do Chico Mendes”, explicou.

No entanto, nem mesmo essa preocupação o Iphan demonstra estar tendo. A aparência do imóvel é de total abandono. Até mesmo a energia elétrica da casa está cortada, com fios pendurados na cerca. Os espaços criados no entorno do patrimônio, como o Memorial do Seringueiro e o Café Regional, encontram-se na mesma situação.

Família nega abandono

O blog conversou com Sandino Mendes, o filho mais novo de Chico, que está à frente do Instituto Viva Chico Mendes, ONG que tem entre seus objetivos reativar a visitação à casa histórica. Ele afirmou que a família lamenta o fato de o patrimônio estar fechado para visitação e que tem consciência da importância da casa para o turismo do estado e, principalmente, para Xapuri.



Sandino disse que a família tem feito o possível para manter o imóvel nas melhores condições, mas alegou que a situação ocasionada pela pandemia do novo coronavírus causou prejuízos tanto para a guarda quanto para a manutenção da casa. Ele afirmou que não sabe se existem contas de energia em atraso e que o fato de os fios estarem pendurados na cerca é decorrente da queda de uma árvore que havia em frente ao imóvel.

“Infelizmente tudo ficou parado durante esse período de pandemia e agora, com a reabertura gradual das atividades, já estamos providenciando a limpeza e manutenção da casa. Sobre ela estar fechada para visitação, não só a casa Chico Mendes se encontra nessa situação, mas todos os espaços de memória do estado estão fechados, alguns até bem sucateados, inclusive antes de governo Gladson esses espaços já não estavam sendo prioridade”, afirmou.

Sobre as negociações para a reabertura do espaço, Sandino informou que em 2019 algumas reuniões foram realizadas com o governo do estado visando um novo acordo, mas sem nenhum avanço. Ele disse ainda que no começo deste ano, novamente houve reunião com representantes da FEM e do IPHAN, que também não resultaram em progresso, principalmente pela chegada da pandemia.

“Acredito que agora, com a início das atividades, poderemos voltar as conversas com o governo do estado, mas te adianto que já estamos em busca de outros parceiros e as conversas estão bem adiantadas. Acredito que nos próximos meses já teremos algo definido. Nós nunca ficamos parados nem nunca deixamos a casa abandonada. Somos os maiores interessados na manutenção e na reabertura da casa”, garantiu.


SOS Amazônia

A organização não governamental SOS Amazônia, que teve Chico Mendes como um de seus sócios fundadores, chegou a iniciar um diálogo com a família do seringueiro com objetivo de chegar a um acordo para a reabertura da casa. Miguel Scarcello, diretor-executivo da organização, informou que as conversas avançaram até certo ponto, mas cessaram após a administração do patrimônio ser transferida para o Instituto Viva Chico Mendes.

Museus Fechados

Os outros espaços culturais de Xapuri cadastrados pelo Ibram – Instituto Brasileiro de Museus – também seguem fechados por diferentes razões. O Museu do Xapury, de responsabilidade do estado, se encontra em situação precária depois que duas licitações para a sua recuperação não despertaram o interesse de nenhuma empresa.

O prédio da antiga Fundação Chico Mendes já não pertence mais aos herdeiros do líder sindical. Depois de ser objeto de uma disputa judicial, o imóvel foi adquirido pela Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre, a Cooperacre, que mantém lá a sua sede na cidade.



Já o museu Casa Branca, tido erroneamente como a antiga intendência boliviana do povoado de Mariscal Sucre, mas que possuía um relevante acervo da Revolução Acreana, está fechado desde que uma obra de recuperação iniciada na gestão municipal passada resultou em fracasso. No último dia 6 de Agosto, aniversário da Revolução Acreana, a prefeitura assinou a ordem de serviço para a continuidade da restauração do patrimônio.

sábado, 15 de agosto de 2020

Semana difícil

A equipe da Unidade de Referência para a Covid-19 em Xapuri, o Centro de Saúde Dr. Félix Bestene Neto, encerrou a semana de trabalho nesta sexta-feira, 14, pedindo dias mais calmos a partir da próxima segunda-feira, 17 – nos fins de semana o atendimento fica a cargo do hospital Dr. Epaminondas Jácome.

“Vence-se a sexta e a semana mais pesada e difícil de todas desde o início. A saúde, municipal e estadual, sofreu muito esses dias, quem se isolou e quem permaneceu na luta foram guerreiros. Que dias foram esses. Que o tempo venha com dias calmos”, postou o coordenador da unidade, o enfermeiro Francisco Andrade, em sua página no Facebook.

Foi o período de cinco dias mais difícil desde que a pandemia do novo coronavírus aportou no município, no dia 27 de abril passado. Apenas para se ter uma ideia da evolução da epidemia em Xapuri, naquela primeira semana foram registrados apenas nove casos e o número assustou a população.

A atualização do Boletim da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) desta sexta trouxe 22 novos casos confirmados e o registro de mais 2 mortes. No total da semana mais complexa da pandemia em Xapuri foram 122 novos casos, perfazendo 679, e 4 óbitos, totalizando 11 vidas perdidas para a covid-19 na cidade.

Os óbitos registrados nesta sexta-feira foram:

J.I.S, 80 anos, sexo masculino, admitido no hospital Epaminondas Jácome no dia 10/08/2020. Testado positivo para covid-19, foi a óbito na quinta-feira dia 13/08/2020 – o paciente tinha comorbidades preexistentes;

E.B.O, 41 anos, sexo masculino, deu entrada na UBS Dr. Félix Bestene Neto no dia 05/08/2020, sendo testado positivo para covid-19 e encaminhado para o hospital Epaminondas Jácome devido suas condições clínicas. Posteriormente foi transferido para o Hospital Regional de Brasiléia e um dia depois para uma UTI do Into, em Rio Branco, e foi a óbito nesta sexta-feira, dia 14/08/2020.

Coronavírus em Xapuri

Com os números atualizados, Xapuri chegou a 679 casos positivos de covid-19, com 645 pessoas monitoradas pelo serviço de saúde, 30 casos em análise, 445 altas médicas, 10 internações e 11 óbitos. 214 pacientes seguem com o vírus ativo, em isolamento e tratamento domiciliar. A média móvel de novos casos nos últimos 7 dias foi de 14 confirmações diárias.

Coronavírus no seringal

A relativa dificuldade de acesso à maioria dos seringais acreanos não está sendo obstáculo para a disseminação do novo coronavírus. Em Xapuri, os casos de covid-19 já chegaram a 30 localidades rurais, inclusive algumas das mais distantes da sede do município, como o seringal Espalha. O número de contaminações na zona rural do município soma 119, o que corresponde a 17% do total de 679 casos positivos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Resgate

Um dos maiores patrimônios da cultura xapuriense, a banda de música Dona Júlia Gonçalves Passarinho foi reativada na manhã desta sexta-feira, 14, em ato solene realizado pela prefeitura, depois de longos anos de inatividade.

Revitalizada, com a aquisição de instrumentos novos e restauração de sua sede, além de rebatizada como “Banda Escola de Música”, a velha “Dona Júlia” poderá não apenas voltar a animar a cidade, como fez no passado, mas a formar músicos para o futuro.

A histórica e tradicional banda de Xapuri completará 48 anos de fundação no dia 20 de janeiro de 2021. O seu nome homenageia a genitora de um xapuriense ilustre, o ex-senador, ex-ministro da república e ex-governador do estado do Pará, Jarbas Passarinho.

Testemunha fiel dos mais importantes momentos da história da cidade desde que foi criada, no ano de 1973, através de decreto baixado pelo ex-prefeito Édson Dias Dantas, a banda animou gerações e formou grandes músicos acreanos.

Seja nas arquibancadas do velho estádio Góes e Castro, depois transformado em Álvaro Felício Abrahão, seja no coreto da praça Getúlio Vargas, os dobrados da Dona Júlia Gonçalves Passarinho se tornaram parte da identidade xapuriense.

“Tudo novo. Alteramos o nome para Banda Escola de Música. Compramos novos instrumentos, valorizamos os músicos e a história de nossa banda, e ainda revitalizamos a sua sede. Um marco a nossa gestão”, disse Bira Vasconcelos, prefeito da cidade, durante o ato.

Um pouco da história

A banda de música Dona Júlia Gonçalves Passarinho iniciou seus primeiros trabalhos de matrículas e ensaios, contando com 25 músicos e 1 arquivista, sob a regência do saudoso maestro Ruy Francisco de Melo, falecido no dia 6 de dezembro do ano de 1985.

Sua primeira tocata oficial aconteceu no dia 20 de janeiro do ano de 1973, em uma alvorada em louvor ao santo padroeiro de Xapuri, São Sebastião, e ainda no mesmo dia acompanhou a tradicional procissão.

Já no dia 22 de março do mesmo ano, data em que se comemora o aniversário de Xapuri, a banda foi batizada pelo então vigário da paróquia local, Frei José Carneiro de Lima.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Covid-19 em alta: município pede ajuda de instituições

Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira, 12, no Fórum da Comarca de Xapuri, representantes de instituições públicas locais se comprometeram a elaborar, conjuntamente, um plano de novas medidas a serem somadas às que já estão em vigor no enfrentamento à pandemia de covid-19 no município, que vive o pior momento desde que os primeiros casos da doença começaram a ser registrados, em 27 de abril deste ano.

Convocado pela prefeitura, o encontro reuniu o juiz da cidade, Luís Alcalde Pinto, o promotor de justiça, Thiago Salomão, o delegado de Polícia Civil, Bruno Coelho Oliveira, os comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros no município, subtenente Carlos Novais e tenente Marcela Sopchaki, o pároco da igreja de São Sebastião, Francisco das Chagas, o diretor do hospital Epaminondas Jácome, Josimar dos Santos, além do prefeito Ubiracy Vasconcelos e sua equipe.

Depois de uma apresentação dos números da pandemia no município e das ações desenvolvidas no combate à doença, feita pelo coordenador da unidade de referência para a covid-19 em Xapuri, enfermeiro Francisco Andrade, o prefeito Ubiracy Vasconcelos disse que, apesar de todos os esforços e dos recursos enviados pelo governo federal para as ações de enfrentamento, o município se mantém com números altos de novos casos.

O gestor municipal chamou a atenção para o aumento de casos entre as pessoas situadas nos chamados grupos de risco, especialmente os idosos, com consequência no aumento de internações e de casos graves na cidade, assim como o crescimento do número de óbitos. O prefeito disse aos representantes presentes que “em determinados momentos se sente sozinho no combate à pandemia”.

Ubiracy Vasconcelos se refere à dificuldade que a fiscalização municipal está tendo em fazer com que a população cumpra os decretos. Têm sido comuns na cidade as aglomerações ilegais ocorridas em festas realizadas em residências, regadas a álcool e música alta, em propriedades rurais e até mesmo na tradicional Praia do Zaire, onde centenas de pessoas se juntam, principalmente nos fins de semana.

Por falta de contingente, a Polícia Militar não tem conseguido dar o suporte desejado pelo município nas ações de fiscalização. Nas ruas, é fácil perceber que já não há mais o mesmo nível de receio com relação à doença. Diariamente, tem sido grande a presença de pessoas nas ruas, muitas sem fazer o uso de máscaras, o que na cidade é passível de punição com multas que vão de R$ 100 a R$ 150 reais, mas a medida não saiu do papel.

Em razão de todas as dificuldades citadas na reunião, os representantes presentes acordaram construir até esta sexta-feira, 14, um novo plano de ação conjunta para ser colocado em prática a partir da próxima segunda-feira, 17 de agosto. “Nós vamos continuar unidos e juntando as forças policiais, da saúde, de justiça, empresários e população para combater esse problema com maior empenho e eficácia. Essa é a ideia”, disse o prefeito.

O coronavírus em Xapuri


O aumento dos números relacionados ao novo coronavírus já fez com que Xapuri subisse para o 5º lugar em incidência de covid-19 entre todos os municípios acreanos, com 3.053,4 casos por grupo de 100 mil habitantes, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira, 12, no Boletim da Secretaria de Estado de Saúde.

De acordo com o último Boletim da Secretaria Municipal de Saúde, Xapuri acumula 627 casos positivos do novo coronavírus, com 34 exames aguardando resultado de análise laboratorial, 675 pessoas sendo monitoradas como casos suspeitos, 400 altas médicas, 12 internações hospitalares e 8 óbitos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Vandalismo

Inaugurada há 8 meses, a Praça da Juventude de Xapuri é uma área de convivência comunitária que conta com espaços para atividades culturais e de lazer para a população de todas as faixas etárias, o projeto foi criado pelo governo federal, em 2007, com o objetivo de levar um equipamento esportivo público e qualificado para a população que pudesse se tornar ponto de encontro e referência para a juventude.

Batizada com o nome do jovem Caleb do Nascimento Mota, desportista local morto no ano de 2005, a Praça da Juventude de Xapuri conta com uma quadra poliesportiva coberta, teatro de arena com palco, quadra de areia, pista para caminhada com iluminação, ginásio para artes marciais, camarins, vestiários e sanitários, entre outros. Consta ainda, no projeto, um campo de futebol Society, não concluído. É uma estrutura que não existia no município.

No entanto, o espaço público não conta com vigilância permanente o que possibilitou que o patrimônio fosse atacado por vândalos na madrugada desta quarta-feira, 12. Uma das portas do setor onde ficam os vestiários e banheiros foi arrombada e os invasores promoveram uma grande baderna no interior das dependências, deixando tudo revirado e destruindo alguns materiais.

“Entraram ontem à noite, arrombaram a porta onde deixamos alguns materiais de uso, levaram duas cadeiras do patrimônio público, toda tubulação do poço semiartesiano e saíram deixando pelo caminho mangueira de água, redes das traves da quadra poliesportiva e da de futevôlei”, relatou o diretor da Fundação Municipal de Cultura e Desportos, Jorge Ferreira.

O diretor também explicou que não há vigias na Praça da Juventude no período da madrugada. Segundo ele, o funcionário responsável pela guarda e manutenção do local encerra o seu horário de trabalho às 22 horas. De acordo com ele, a prefeitura tem o planejamento de instalar vigilância eletrônica para dar mais segurança às instalações nos horários de maior vulnerabilidade.

Concebido pelo antigo Ministério do Esporte e implementado com governos estaduais e municipais, o projeto Praça da Juventude conta ainda com a parceria do Ministério da Justiça, por intermédio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que oferece condições para que os espaços possam se consolidar como organizações efetivas e integradas à vida comunitária, educando, ressocializando e apoiando jovens em situação de vulnerabilidade social.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Guerra declarada

Que os partidos pertencentes à base que apoiou o governador Gladson Cameli em Xapuri na última eleição não se entendem desde que o mandato começou não resta dúvida. Não é novidade também que, apesar de não haver qualquer resquício de simpatia de lado a lado, o entendimento de que deva existir uma coalizão para enfrentar o candidato da situação, o petista Bira Vasconcelos, tem feito com que se aturem – até certo ponto.

Com a proximidade do momento em que decisões terão que ser tomadas – as convenções serão realizadas de 31 de agosto a 16 de setembro – uma contenda entre membros do grupo liderado pelo deputado Antônio Pedro e dirigentes do MDB, de maneira mais específica o presidente do diretório municipal do partido, Celso Paraná, e o gerente do escritório local do Depasa, Marcos Mansour, está pondo em xeque a pretendida aliança.

As altercações começaram a partir da publicação, via redes sociais, de postagens, pelo gestor da autarquia, afirmando que o MDB teria aceitado apoiar a pré-candidatura da esposa do deputado, Carla Mendonça, pelo PP, indicando o advogado Carlos Venícius para compor a chapa como pré-candidato a vice-prefeito. As afirmações renderam uma nota de repúdio da direção do MDB, classificando as afirmações como fake news.

Depois disso, uma discussão foi travada por meio de mensagens trocadas por meio do Facebook, onde Marcos Mansour, que é apadrinhado da deputada federal Vanda Milani (SD), acusa o filho de Celso Paraná, Rodrigo Garcia, de ser “funcionário fantasma” no escritório local do Depasa. Ele parabeniza o pré-candidato do MDB pelas críticas feitas à administração municipal, mas cobra um posicionamento do advogado a respeito de sua denúncia.

O que chama a atenção é que a acusação feita por Mansour, caso tenha procedência, o envolve diretamente na irregularidade, pois, como gerente do setor onde o Rodrigo Garcia é lotado, ele estaria prevaricando e, assim, incorrendo em ato de improbidade administrativa, pois é ele quem abona a folha de pontos do fim de cada mês. Ele afirmou ainda que o filho de Celso Paraná foi “colocado no Depasa pelo senador Marcio Bittar e pelo deputado federal Flaviano Melo”, uma revelação nada simpática para o governo e os parlamentares.

A reportagem do ac24horas conversou com Marcos Mansour na tarde desta segunda-feira, 10, no escritório do Depasa. Ele afirmou que encaminhou à direção estadual da autarquia todas as informações a respeito do que afirma na postagem feita no Facebook. O que ele não explicou é como o comissionado pode ser fantasma se comparece ao trabalho e assina ponto, como ele próprio afirmou. Momentos depois, Rodrigo Garcia chegou ao escritório. Não se cumprimentaram.

Por telefone, o filho do presidente municipal do MDB minimizou a desavença com o seu superior imediato. “Mansour gosta de mídia. Quer aparecer de qualquer jeito”, afirmou. Rodrigo Garcia, a propósito, foi quem substituiu Marcos Mansour quando este foi afastado do cargo por cerca de 30 dias depois de um episódio em que foi preso acusado de agressão física contra a própria esposa, em janeiro deste ano.

Falamos também com o presidente do MDB, Celso Paraná, que garantiu que as acusações do desafeto têm como único intuito atacar a consolidação do partido no município como a principal força da oposição. Segundo ele, com esse fim, Marcos Mansour ousa falar em nome da autoridade máxima do estado para difundir notícias falsas em prejuízo da pré-candidatura de Carlos Venícius.

“Ele afirma que fala pelo governador, mas todos sabemos que o governador não aceita ser manipulado por ninguém por ser um homem íntegro e decente. O MDB defende a união da oposição porque todos acreditamos no projeto de Gladson Cameli. Independentemente dele apoiar ou não nossa candidatura a prefeito nós, em Xapuri, continuaremos aliados ao seu governo”, disse.

Fato é que a confusão está toldando de vez a já turva água da união oposicionista no município. Poucos acreditam que ela se concretizará, mesmo aqueles que trabalham para a sua construção. O pré-candidato do MDB, Carlos Venícius, está mais do nunca convicto de que seu nome é o mais qualificado para encabeçar uma possível chapa única. Carla Mendonça (PP) também segue firme e em breve inaugurará diretório municipal do seu partido. Já Gessi Capelão (PSD) tem se mantido longe do burburinho.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Amazônia em chamas

A Amazônia acumula, no intervalo de 1º de janeiro até 8 de agosto deste ano, o total de 22.885 focos de queimadas. Esse número é o maior dos últimos 7 anos.

Se forem considerados os dados dos últimos 14 anos – a série histórica começa em 1998 – o bioma amazônico apenas teve menos quantidade de fogo nos de 2003 (38.143), 2004 (47.633), 2005 (48.258) e 2007 (23.646).

Os registros de queimadas na região somam quase 50% do total que foi detectado pelo Satélite de Referência AQUA Tarde nos demais biomas brasileiros – Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado, Pampa e Pantanal -, que somaram juntos 54.179 focos.

Entre os estados, o Mato Grosso, com 11. 213 focos é o campeão de queimadas no bioma, seguido do Pará, com 7.184 focos.

Na região Norte, os focos de queimadas estão assim distribuídos: Pará (7.184), Amazonas (5.250), Tocantins (3.926), Roraima (1.664), Rondônia (1.339), Acre (991) e Amapá (11).

No estado do Acre, os municípios de Tarauacá (143), Feijó (116) e Cruzeiro do Sul (69) foram os que apresentaram o maior número de focos acumulados no período de 1º de janeiro a 4 de agosto deste ano.

Dos 991 focos de queimadas registrados no Acre neste ano, 525 foram detectados apenas nos primeiros 8 dias de agosto. Nas últimas 48 horas, foram registrados 161 focos em todo o estado.

Os dados são do Relatório Diário Automático do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, divulgado neste domingo, 9.

De acordo com o último boletim sobre previsão do tempo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), não houve registro de chuva acumulada no período de 1º a 5 de agosto no Acre devido a uma instabilidade no site Gestor PCD da Agência Nacional de Águas.

domingo, 9 de agosto de 2020

MDB rebate turma da Fake News

A executiva municipal do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em Xapuri divulgou recentemente uma nota de repúdio contra informações falsas sobre a pré-candidatura do advogado Carlos Venícius à prefeitura do município que, segundo a direção da sigla partidária, estão sendo propagadas nas redes sociais pelo gerente do escritório local do Depasa, Antônio Marcos Mansour.

A nota diz que o comissionado do atual governo já divulgou pela segunda vez informação de que o MDB municipal havia decidido que Carlos Venícius seria candidato a vice-prefeito em uma chapa encabeçada pela esposa do deputado Antônio Pedro, Carla Mendonça (PP), em um acordo envolvendo ambos os partidos, o que os emedebistas rebatem com veemência.

O partido diz ainda que dentro das executivas municipal e estadual, o nome do advogado Carlos Venícius é consenso como pré-candidato a prefeito e que qualquer informação diferente desta é inverídica. Além das falsas informações, Marcos Mansour teria usado de “palavras baixas” para atingir a honra e a imagem do presidente do diretório municipal de Xapuri, Celso Paraná.

O documento explica que o MDB municipal tem tentado unir as oposições em torno de uma candidatura única por entender que todos fazem parte do bloco de sustentação da gestão do governador Gladson Cameli, mas enfatiza que a disseminação de notícias falsas no ambiente eleitoral é perniciosa à democracia.
A íntegra da nota:

NOTA DE REPÚDIO

A Executiva Municipal do MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO DE XAPURI (MDB) vem a público manifestar seu repúdio aos comentários feitos pelo Diretor do DEPASA na cidade, o Sr. Antônio Mansour, feitas no dia de hoje em suas redes sociais.

O Diretor do Depasa utilizou-se de suas redes sociais para disseminar pela segunda vez notícias falsas acerca da Pré-Candidatura do advogado Carlos Venícius a Prefeitura Municipal de Xapuri pelo MDB.


Segundo o diretor do DEPASA, esta executiva municipal já havia decidido que Carlos Venícius (MDB) seria candidato a vice-prefeito em uma chapa encabeçada pelo Partido Progressista (PP), em um acordo envolvendo ambos os partidos.

Antônio Mansour, em sua postagem, utilizou-se ainda de palavras baixas para atingir a honra e imagem do Presidente do Diretório Municipal do MDB de Xapuri/Acre.

É falsa a informação postada.

Há consenso dentro da executiva municipal e estadual do MDB que o advogado Carlos Venícius é pré-candidato a prefeito de Xapuri e qualquer informação diferente desta é inverídica.

O que o MDB municipal fez, e ainda tenta fazer, é unir as oposições em torno de uma candidatura única porque todos fazemos parte do bloco de sustentação da gestão do Governador Gladson Cameli.

A disseminação de notícias falsas no ambiente eleitoral é perniciosa a democracia e é exatamente por isso que tramita no Congresso Nacional projeto de lei que prevê a criminalização de divulgação de informações falsas e enganosas.

O fato ganha destaque porque a postagem parte de agente público que ocupa cargo relevante dentro da administração pública estadual e que, portanto, deveria se comportar de forma adequada com o cargo ocupado.

Por esses motivos, o MDB repudia com veemência a disseminação de notícias falsas acerca da Pré Candidatura do advogado Carlos Venícius e o ataque a honra de seu presidente.

Executiva Municipal do Movimento Democrático Brasileiros de Xapuri (MDB).


O blog telefonou para Marcos Mansour para ouvir a sua versão sobre a nota de repúdio do MDB. Ele afirma que os emedebistas fazem tempestade em copo d’água e se defende da acusação de que divulgou fake news. “O que eu fiz foi apenas repetir o que foi falado na reunião com governador Gladson Cameli, de que em Xapuri vai haver apenas uma candidatura”, assegurou.

sábado, 8 de agosto de 2020

O adeus do boiadeiro

Os dois últimos dias foram de perdas significativas de figuras emblemáticas da comunidade xapuriense. No dia 6 partiu Zé Lulu, baluarte do bairro da Bolívia, e cerca de 24 horas depois, nesta sexta-feira, 7 de agosto, cumpriu sua jornada outro sujeito de primeira grandeza entre aqueles trabalhadores honrados que não deixam esse mundo sem antes nos legar um enorme exemplo de vida baseado na retidão e na simplicidade.

Anivaldo José da Silva, ou simplesmente Nivaldo, era assim. O eterno peão de boiadeiro passou a maior parte da vida sobre um cavalo. A dedicação ao trabalho foi a sua maior marca. Ele amava o que fazia e, por isso, exerceu seu ofício por mais de 60 anos. A imagem acima foi feita em 2009, quando Nivaldo tinha 73 anos e estava em plena atividade. Aos 84 anos, completados no dia 29 de maio passado, Nivaldo deu por cumprida a sua missão neste plano terreno. 

Anivaldo foi um dos exemplos de gente simples e trabalhadora que simboliza a força e a determinação de um povo que verdadeiramente ama esta terra. Deixou 11 filhos, 31 netos, 15 bisnetos e 5 tetranetos. Foi um sujeito do bem que merece todas as homenagens e consideração por parte de seus conterrâneos.

A morte em plena pandemia, apesar de as causas de seu falecimento terem sido outras, não permitiu a devida despedida, com a presença de todos aqueles que desejaram dar a ele o último adeus. Mas pôde ser velado, na capela municipal, e seu enterro ocorreu na manhã deste sábado, no cemitério São José.

A solidariedade e o abraço fraterno do blog à família do Anivaldo. 

Ele seguiu em paz.