quarta-feira, 28 de agosto de 2019

SEGUE A IMPRUDÊNCIA NO RIO ACRE

Apesar do nível das águas do Rio Acre estar muito baixo nessa época do ano e de, na maior parte do leito, ser possível atravessar o manancial andando, as medidas com a segurança não devem ser desprezadas. Por determinação da Marinha do Brasil, as catraias podem transportar apenas 10 passageiros por vez, sendo obrigatório o uso de coletes salva-vidas.

No entanto, percebe-se facilmente que a segunda norma não tem sido obedecida. Em uma das catraias que faziam a travessia do rio por volta das 7 horas da manhã do último dia 22 de agosto, uma quinta-feira, haviam nove pessoas no barco sem o uso dos importantes equipamentos de segurança que permaneciam cobertos por uma lona preta. Perguntado sobre a razão de dispensar o uso do colete, um morador que não quis se identificar afirmou que “é uma questão de costume” não usar.

O catraieiro Valdir Verçosa explicou que as pessoas se recusam a usar os coletes usando para isso várias desculpas. Uns alegam que o equipamento está sujo ou que o material esquenta, e outros consideram que não há a necessidade de se usar o item de segurança numa travessia tão pequena.

“Os adultos não costumam usar e nós não podemos criar caso, mas os alunos nós obrigamos a usar”, explicou.

Tragédia

No dia 3 de junho de 2012, Xapuri registrou a maior tragédia da história da travessia pelas catraias. Uma embarcação naufragou depois de ser atingida por um tronco matando três pessoas da comunidade do bairro Sibéria. Havia cerca de 20 passageiros a bordo e nenhum usava colete salva-vidas.

domingo, 18 de agosto de 2019

Maravilha xapuriense

Uma das grandes atrações da terra de Chico Mendes ainda é uma saborosa cuia de tacacá nos fins de tarde, quando o calor tá mais ameno. Servida extremamente quente, a iguaria amazônica pode elevar bastante a temperatura do corpo se degustada mais cedo nos dias de verão amazônico. Se o tempo estiver frio a delícia vai bem em qualquer horário. 

Como todos sabemos o tacacá é um caldo à base de tucupi com jambu e goma de tapioca temperado com cebola, alho e cheiro-verde - corrijam-me se estiver faltando algum. É tomado em cuias naturais com muita pimenta.

É uma das mais populares iguarias amazônicas, consumida e vendida em todas as cidades da região. Segundo o antropólogo Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) é “derivada de um tipo de sopa indígena denominada mani poi…”. 

Em Xapuri, não são muitas as opções. Conheço o tacacá da Natália (foto), da Gilda e da Dona Fátima, que é irmã da primeira. Em qualquer uma delas a garantia de uma grande experiência gastronômica com o sabor das nossas raízes.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

CONVERSA COM BIRA VASCONCELOS


Conversei com o prefeito Bira Vasconcelos na manhã desta quinta-feira, 8, no programa Manhã Educadora, pelas rádios Educadora 6 de Agosto e Aldeia FM. Momento da administração, obras em andamento, relação com a Câmara e parcerias com o governo do estado foram alguns dos assuntos. Clicando no link abaixo você pode assistir à entrevista no Facebook. O Programa está na íntegra. Para ir direto à entrevista, basta avançar no cursor do vídeo.

https://www.facebook.com/raimari.cardoso/videos/2795643133782554/

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

ENCONTRO DE GERAÇÕES EM ATO DE CIDADANIA

Do casal mais experiente que está vivendo o segundo matrimônio, ao casal mais jovem que até então estava noivo: essas são algumas das várias histórias que ocorrem a cada edição do Casamento Coletivo, realizado pelo Projeto Cidadão, do Tribunal de Justiça do Acre.

Dessa vez, o feriado de 6 de agosto, que marca a Revolução Acreana, foi a data escolhida para 35 casais de Xapuri oficializarem o matrimônio. Uma cerimônia que seguiu a tradição das demais, inclusive, na decoração do lugar que é toda preparada pelas equipes do TJAC, em parceria com a Prefeitura, que recebe o projeto.  A cerimônia aconteceu na praça da cidade, e teve também o apoio da Associação dos Ministros Evangélicos de Xapuri (Amex).
A desembargadora Waldirene Cordeiro participou representando o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Francisco Djalma. Também participaram o prefeito Ubiracy Vasconcelos, o diretor do Foro da Comarca de Xapuri, juiz de Direito Luiz Pinto, a primeira-dama do município Daiana Vasconcelos, a vice-prefeita Maria Auxiliadora, o representante da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Acre, Mathaus Novais, o delegatário Manoel Gomes, o comandante da Polícia Militar no município, sub-tenente João Ribeiro, o presidente da Amex, pastor Edmar Felício, os diretores do TJAC, Euclides Bastos e Sérgio Quintanilha, e o pastor Josimar Ramalho, que fez uma saudação aos casais.
Responsável pela criação e realização do Projeto Cidadão, o Tribunal de Justiça do Acre comemora mais de um milhão de atendimentos, e a marca de mais de 50 mil matrimônios oficializados no Casamento Coletivo.
Mais que números, como fez questão de frisar em suas palavras, a desembargadora Waldirene falou da emoção que é cada momento como o vivido em Xapuri. “O Casamento Coletivo é uma das ações mais emocionantes do Tribunal de Justiça do Acre. Desejamos aos casais que o compromisso se estenda por toda a história de vocês, que se tornem companheiros de vida”, enfatizou.
O prefeito de Xapuri agradeceu pela ação do Poder Judiciário no município. “Agradecemos muito ao TJAC pela distinção em fazer esse importante projeto na cidade. Acreditamos muito na parceria institucional e sabemos que ela é essencial para atendermos cada vez mais as necessidades da população, ressaltou.
Histórias de vida

Entre as 35 histórias, duas foram escolhidas para representar todos os casais. Sebastião da Costa Ferreira, 62 anos, foi casado por 40 anos e há oito estava divorciado, e Aldenira Pessoa da Silva, 68 anos, foi casada por 23 anos e há 25 também estava divorciada. Eles se conheceram há um ano, apresentados pela irmã da noiva e depois de iniciarem namoro e irem morar juntos, decidiram que estava na hora de oficializar a união. “Nós tínhamos decidido casar e fomos ao cartório, mas teve um problema no processo e esperamos dois dias, mas aí soubemos do Casamento Coletivo e decidimos fazer tudo por aqui. Estou muito feliz e emocionada”, comentou a noiva.
“Eu não imaginava mais viver um amor na minha vida. Mas encontrei a Aldenira e estou muito feliz junto dela. A gente soube do casamento na igreja, então decidimos que seria aqui”, contou o noivo.
Os mais jovens

Já o casal mais jovem, Daniel Nascimento de Souza e Aglaíne da Conceição de Araújo Pires, ambos de 18 anos, estava noivo há poucos meses, decisão tomada após um ano e dois meses de namoro. “Nós já estávamos planejando casar, já vendo papelada e tudo, mas minha sogra avisou do Casamento Coletivo e isso foi melhor ainda, porque ficou mais fácil e sem custo”, comentou o noivo.
“Eu fico emocionada com esse momento. Está tudo arrumado e bonito pra gente. É um momento muito importante na minha vida”, disse Aglaíne.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

FIM DO RECESSO

A Câmara de Vereadores de Xapuri retornou aos trabalhos na noite desta segunda-feira,5, após o recesso parlamentar do meio de ano. Três ausências foram registradas. O presidente da Casa, Ronaldo Ferraz, do MDB, está fora do Acre em tratamento de saúde. Os vereadores Fernando (MDB) e Guinaldo Alves (DEM), alegando razões pessoais,  também não compareceram.

Sob o comando do vice-presidente Manoelzinho, do DEM, a maioria dos parlamentares presentes demonstrou que estava ansiosa pelo retorno aos debates. Problemas do município como o preço dos combustíveis e a falta de médicos no hospital Epaminondas Jácome foram fortemente ressaltados pelos vereadores Joseni Oliveira (PT) e Gessi Nascimento (MDB). O petista cobrou do Ministério Público uma posição sobre os pedidos de investigação da situação dos altos preços e da possível "cartelização" do comércio de combustíveis na cidade. O emedebista afirmou que a situação do hospital local é crítica e disse que "não queria ser um deputado em Xapuri para não conseguir colocar um médico no hospital".
 
Gessi Nascimento também fez cobranças ao prefeito Bira Vasconcelos (PT) que, segundo ele, não está respeitando a Câmara por não responder a seguidos pedidos de providência. Chegou a citar a Lei 201/67 que trata das responsabilidades do prefeito e dos vereadores para dizer que a Câmara já poderia tomar uma medida contra o chefe do Executivo.

Outra crítica do vereador Gessi Capelão ao prefeito foi em razão de uma lei que foi aprovada no ano de 2015 ainda não estar sendo obedecida. Trata-se da Lei 861, de 19 de outubro daquele ano, que dispõe sobre a proibição de depósitos de areia, barro, brita e outros derivados dentro do perímetro urbano do município. De acordo com ele, após quase 4 anos nada foi feito.

O vereador José Maria Miranda (PT) reagiu ao discurso do colega afirmando que em outros tempos ele já foi mais calmo. Sugeriu que a uma pretensa candidatura de Gessi à prefeitura estaria ensejando uma mudança de postura do ex-presidente da Casa. Miranda defendeu a gestão do prefeito petista afirmando que apesar das dificuldades e limitações financeiras Bira Vasconcelos faz uma boa administração. Fez referência à reforma do prédio da antiga Rádio Educadora 6 de Agosto, fruto de recursos próprios, que em breve vai ser a nova sede da Secretaria Municipal de Saúde.

Estreando à frente da Mesa Diretora, o vereador Manoelzinho (DEM) protestou contra a qualidade do som que a Secretaria Municipal de Cultura disponibilizou para a abertura a realização da Marcha Profética, na abertura da Semana Evangélica. "Ou se faz uma coisa com amor ou é melhor que não se faça", disse ele.

O último vereador a usar a tribuna foi o petista Equi, líder do prefeito na Câmara. Segundo ele, a casa legislativa tem conseguido propor uma agenda harmônica em prol dos interesses do município. Criticou a intenção da empresa Energisa de propor que os consumidores de energia da zona rural façam por si mesmo, por meio de fotografias dos medidores, as leituras mensais e as entreguem no escritório da empresa no fim do mês. O vereador chamou a essa ideia de "papagaiada". Há algumas semanas, durante reunião sobre o assunto na própria Câmara de Xapuri, o representante da Energisa, Jaílson Oliveira, afirmou que a empresa estaria se comprometendo em resolver os problemas de leituras por média que tanto tem insatisfeito a população rural.

Próxima terça-feira mais informações da Câmara aqui no blog.

48 anos de Rádio Educadora 6 de Agosto








Nesses 117 anos de Revolução Acreana, a Rádio Educadora 6 de Agosto, que leva esse nome exatamente em alusão à data histórica, também merece homenagens. Fundada em 1971, esta emissora que se transformou ao longo dos anos em um dos principais patrimônios do município de Xapuri, seja pela importância que o rádio possui para as populações amazônicas, apesar das inovações tecnológicas, seja pela importância do próprio veículo que há 48 anos mantém um elo de comunicação e amizade com a comunidade local e de municípios vizinhos. Parabéns à nossa boa e velha "Seis".

domingo, 4 de agosto de 2019

Dercy, a líder acreana que venceu a ditadura militar e a “ditadura dos homens”

Daniela Stefano - Brasil de Fato | Xapuri (Acre) |4 de Agosto de 2019.

Primeira mulher a presidir um sindicato de trabalhadores rurais no Brasil fala de seus 40 anos de luta política e social.

Ainda que estudos históricos registrem a presença e a liderança de mulheres no movimento de trabalhadores brasileiros desde o século 19, no campo, tradicionalmente mais conservador, essa conquista chegou apenas em 1981, quando a seringueira Dercy Telles foi eleita presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, no Acre.

O pioneirismo de Dercy se deu num momento que o Brasil vivia ainda sob ditadura militar, líderes comunitários eram assassinados com frequência e poucas pessoas ousavam se candidatar. Mesmo assim, a assembleia que a elegeu teve a participação de mais de 1000 dos 3000 associados.

“Eu sempre acreditei na sina, o casamento e a mortalha no céu se talha. Me fizeram a proposta, topei e cumpri o mandato”, afirma a líder, hoje com 65 anos, em entrevista ao Brasil de Fato.

Leia mais em Brasil de Fato.

Calixto Alves de Oliveira

Feliz a prefeitura de Xapuri ao batizar com o nome de Calixto Alves de Oliveira um espaço de esportes e lazer da cidade, inaugurado recentemente no bairro do Laranjal, um dos lugares mais carentes do município, homenageando uma das figuras mais emblemáticas e importantes do futebol xapuriense.

Calixto Alves teve uma vida de dedicação ao futebol da Princesa do Acre. Foi, durante muitos anos, guardião do velho estádio municipal da cidade, que já se chamou Góes e Castro e que hoje é Álvaro Felício Abraão. Foi um grande incentivador e revelador de talentos. Sua dedicação foi pouco ou nada reconhecida em vida.

Idoso e doente, Calixto foi barbaramente assassinado, enquanto dormia, por um usuário de drogas a quem havia dado de comer horas antes, no ano de 2017. No julgamento do acusado pelo crime, o promotor de justiça Antônio Alceste comoveu a plateia ficando todo o tempo de sua acusação descalço, como andava Calixto. Ele não usava calçados.