sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A mediocridade

A mediocridade não suporta o espelho fiel. É incômodo se enxergar. O bajulador é ardiloso, covarde e cretino. Ele prevarica, atraiçoa, mente, denigre, prejudica, inveja, tudo faz por não se ver. Quando a cara de pau encontra um chefe que se alimenta de mentira e se afeiçoa com ele... o resultado é desastroso, covarde, espúrio, controverso. Nada mais deplorável que a perseguição, ela é o retrato da incompetência. Tudo passa, mas passa lento quando magoa.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Farinha pouca, o pirão deles primeiro

Meses depois de ser homenageado como um daqueles que singelamente contribuiram com a história da Rádio Difusora Acreana, por meio de sua "afiliada" em Xapuri, a Rádio Educadora 6 de Agosto, a Secretaria de Comunicação do Acre, sem dar nenhuma explicação ou justificativa, me afastou da emissora, nesta quinta-feira, 30, depois de 31 anos de serviços prestados, dos quais 26 pelo Estado do Acre.

A razão da minha devolução à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), de onde se originam os Gestores de Políticas Públicas como eu sou desde o ano de 2006, não é complexa de se desvendar e se relaciona com um grupo político de Xapuri que não vê com bom olhos o trabalho que faço na comunicação. Mordem-se e espezinham por não conseguir me dobrar às suas vontades político-eleitoreiras como outros tantos fazem a troco de um cargo comissionado ou de uma medalha. 

Acreditam que me tolhendo daquilo que faço por amor e ofício tirarão uma pedra de seus caminhos sinuosos. Creem que me calarão com uma perseguição tão baixa e atroz que os torna capazes de sair de Xapuri para fazer fofocas e intrigas de um servidor público para membros de um governo que têm tantos problemas a resolver. O nível ao qual essa gente se propôs descer é tão degradante quanto vergonhoso. Coisa de quem vive se esgueirando pelas sarjetas sem ter a coragem e muito menos a hombridade de olhar no olho daqueles a quem puxam o tapete.

Estão em desespero por conta do desprestígio e da antipatia popular que lhes bate à porta como resultado da estratégia tosca da "farinha pouca, meu pirão primeiro". Lamento pelo  governo que se apequena ainda mais ao dar azo à perseguição política e ao cerceamento da liberdade de expressão que o próprio governador evoca em seus discursos, e deploro a fraqueza de se ceder a um tipo de jogo que tanto foi criticado em um passado recente por aqueles que hoje o praticam sem nenhuma cerimônia.

De minha parte, seguirei sendo o servidor compromissado que sempre fui, esteja em qual trincheira estiver. Talvez eu até agradeça aos meus algozes, no futuro, pela mudança de rumos ou pelas novas oportunidades e aprendizados que certamente surgirão em outras áreas do serviço público. Mas jamais deixarei de lado o jornalismo, a comunicação e a verdade que, mais do que nunca, estará sendo dita e mostrada a quem por ela se interessar.

Um amigo me aconselhou a ficar sentado à beira do barranco e esperar o barco passar. Seguirei o conselho. Aguardarei calmamente, olhando o balançar das águas, o barulho do motor desaparecer na curva do rio. E isso não haverá de demorar. Deixarei que se refestelem no seu pirão repugnante, na certeza de que a farinha um dia acaba.