sábado, 31 de outubro de 2020

Eleições, obsessão e desvarios em tempos de pandemia

Não possuo elementos concretos para afirmar que o início da campanha eleitoral é o grande responsável pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus no estado, especialmente na regional do Alto Acre, onde a classificação de risco regrediu da Bandeira Amarela para a Laranja, o que significa um sinal de alerta.

É inegável, no entanto, que com a abertura da temporada de caça aos votos, o eleitor passou a ser alvo das investidas dos concorrentes diversos, acompanhados de seus asseclas e capachos, que começaram a percorrer todas as grotas, becos e barrancos em busca da única coisa que do povo lhes interessa.

Resultado da caçada ao pobre ou não, a verdade é que após os fazedores da política enfiarem o pé na jaca com suas insanas aglomerações a situação começou a ficar complicada novamente e espaços que haviam voltado a funcionar terão que tornar a fechar as portas colocando em xeque os poucos empregos que geram.

E cabe a quem a culpa de uma suposta contribuição para a recaída da pandemia? Penso que a todos, de maneira geral. Da falta de sensibilidade de candidatos, partidos e coligações, passando pela leniência das autoridades responsáveis por fazer cumprir as normas, à despreocupação e falta de zelo da própria população em não se resguardar.

Como diziam os antigos com sua hoje desprezada sabedoria, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Entretanto, a paixão política e a necessidade de muitos de seguir o fluxo do sazonal interesse político pelas demandas populares faz com que o medo da pandemia seja secundarizado em favor das campanhas partidárias.

E o risco de contágio não se dá apenas pelo vírus dito chinês. Também se veem os participantes das carreatas, cicleatas, outras 'atas' e bandeiraços sob o perigo de serem infectados pelo vetor do ódio, da discórdia, da calúnia e da difamação. Tudo isso a troco de defenderem cegamente àquilo ou àqueles que nada lhe garantirão de certo.

E assim segue-se nessa demência coletiva que coloca os partidos na condição de times de futebol e atribui aos candidatos o status de estrelas ou de ídolos. A sanha por ver vencedor aquele que escolheu defender faz com que o indivíduo perca a razão e se atire raivosamente contra parentes e amigos que têm opção diversa.

Alguns assim agem por pura convicção e fé inabalável naqueles que seguem. Outros, e esses aparentam ser maioria, se comportam com cães famintos embaixo de uma mesa farta. Posicionam-se em pontos estratégicos para abocanhar as sobras do banquete, mas podem mudar de posição segundo as conveniências.  

Após as eleições, dividido o butim, virá o conhecido choque de realidade. Não há sobras para todos. Alguns, já acostumados, se aquiescem. Outros, tanto pasmos quanto revoltados, esperneiam e estrebucham feito meninos birrentos ou bezerros desmamados. Aí, resta chorar na cama que é lugar quente. 

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Denúncias contra prefeito de Xapuri são vazias e têm claro objetivo de fraudar eleição

Se a averiguação preliminar que a Delegacia de Combate a Crimes de Corrupção e Contra a Ordem Tributária e Financeira (Decor) faz com relação a denúncias anônimas formuladas contra o prefeito de Xapuri, Ubiracy Vasconcelos (PT), não trouxer à tona alguma evidência mais consistente do que as que têm sido repercutidas na internet nas últimas semanas, se tornará comprovado aquilo o que é quase certo.

O enredo contra Bira, que é candidato à reeleição, se baseia em boatos de que ele manteria duas amantes como “funcionárias fantasmas”, ou seja, essas mulheres estariam nomeadas em cargos comissionados da prefeitura sem que lá jamais houvessem comparecido para trabalhar. Já está claro que existe calúnia e difamação contra as moças, pois ambas exercem, de fato, as funções para as quais foram contratadas.

Ainda com relação às duas servidoras, envolvê-las em insinuações de manter casos amorosos com quem quer seja, mesmo no caso de uma pessoa pública como o prefeito, não passa de promoção de fofoca barata, de maledicência e de uma condenação prévia e criminosa de pessoas que têm por trás de si filhos, pais, mães e irmãos. Uma covardia sem tamanho que parte de gente que não possui o menor escrúpulo quando o assunto diz respeito a poder político e dinheiro.

Numa segunda acusação sem qualquer fundamento, um motorista da Secretaria Municipal de Agricultura é acusado de estudar medicina na Bolívia enquanto recebe salário da prefeitura sem exercer a função. A própria vítima da armação foi a público, para dizer que não se trata dele a pessoa mostrada em uma foto com colegas no país boliviano. E mesmo o estudante que aparece na imagem não possui qualquer vínculo com a prefeitura.

Na última quinta-feira, 29, o delegado que cuida do caso, Pedro Resende, ouviu os secretários das pastas onde os servidores acusados de serem “fantasmas” estão lotados e colheu documentos relativos à frequência destes, como folhas de ponto e escalas de plantões estabelecidas em razão da pandemia. Nos próximos dias, deve sair posicionamento oficial da Decor sobre o caso.

Chama a atenção que em uma matéria divulgada pelo site acjornal e compartilhada efusivamente pela internet por correligionários das candidaturas de oposição aparece um "print" com fotografias que mostram a falsa presença do motorista da prefeitura em uma reunião de estudantes na Bolívia. Neste print, a redação do jornal esqueceu de cortar o nome de quem enviou um conjunto de 11 imagens ao site: Diego Xapuri.

Como Diego não é um nome muito incomum e existem muitas pessoas na cidade com essa denominação, talvez não se possa afirmar com precisão quem é o responsável pela onda de denúncias infundadas contra o prefeito e por ordem e pagamento de quem elas estão sendo disseminadas, mas fica claro que parte de algum lugar de Xapuri e não de investigação própria do jornal a divulgação das supostas irregularidades.

Quanto aos supostos casos amorosos, tanto o prefeito quanto as mulheres vítimas da difamação negam veementemente as acusações. Evidente que essa parte não diz respeito à polícia, pois se refere a pessoas adultas e donas de suas vidas. Óbvio também que não seria ético da parte de um gestor público esse tipo de coisa, mas ninguém pode ser acusado de tal ato meramente com base em boatos e fofocas de fim puramente eleitoreiro.

As eleições e a demência brasileira

Leonardo Torres

O Brasil está cada vez mais demente: presidente com sentimento persecutório e contra vacina, senador fugitivo escondendo o dinheiro nas nádegas, candidatos canastrões que fazem estripulias para chamar atenção e conquistar votos. Enquanto isso, a fome e a miséria aumentam, as matas são incendiadas e as mortes pelo COVID-19 não cessam. E ainda, a aprovação do presidente cresce, por ter implementado um auxílio emergencial que não foi ele quem planejou.

Nem mesmo Kafka, Huxley, Saramago ou Shakespeare sequer imaginariam escrever um romance comparável ao que nosso país passa neste momento. Não somente porque os personagens que atuam no palco político são peculiares, mas também porque o público que os assiste atuar - os eleitores - também estão cada vez mais dementes.

A palavra "demente" provém "da-mente". Aqui exclui-se qualquer conotação pejorativa da palavra. Vale lembrar Edgar Morin quando afirma que o ser humano é Sapiens e Demens, ou seja, pautado tanto pela racionalidade quanto pelas emoções e pela mente.

Apesar da neurociência já ter provado que é impossível separar a racionalidade das emoções, temos que tomar cuidado para não cair em racionalismos. De acordo com E. Morin, o racionalismo é uma razão tendenciosa, autoritária e paranoica, ou seja, são aquelas justificativas simples e fáceis de se entender que normalmente elegem e projetam suas emoções em um inimigo. Por exemplo: as fake news nas últimas eleições para presidente promoveram em grande parte da população brasileira um contágio desses racionalismos e suas emoções projetadas.

É possível escapar desse circo? Não, mas é possível e importante incluir nesta equação a variável da consciência e da racionalidade (sem ismos). Estas são responsáveis pela reflexão crítica dos acontecimentos atuais. E aquela frase de C. Jung: "até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino", coloca a responsabilidade desse circo demente de eleitos e eleitores nas mãos dos cidadãos. Nós, brasileiros, devemos saber se vamos continuar batendo palmas e incentivando os eleitos a dançar ou se usaremos nossas mãos para votar corretamente.

Leonardo Torres, 30 anos, é psicoterapeuta junguiano e palestrante.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Bira denuncia “gabinete do ódio” em Xapuri e pede que poupem sua família

A três semanas das eleições municipais, o clima da campanha eleitoral em Xapuri se tornou tenso e foi tomado por uma onda de ataques e denúncias que tem tido como alvo o atual prefeito e candidato à reeleição Bira Vasconcelos, do Partido dos Trabalhadores (PT).

Publicadas por um jornal online estabelecido em Rio Branco e compartilhadas massivamente nas redes sociais, uma série de matérias imputam ao candidato petista as acusações de manter casos amorosos com duas mulheres que seriam funcionárias fantasmas da prefeitura.

O prefeito ainda é acusado de manter em folha de pagamento pelo menos quatro cargos comissionados que seriam estudantes de medicina na Bolívia, o que também significaria que esses funcionários estariam recebendo seus vencimentos salariais sem prestar serviço nas funções para as quais foram supostamente contratados.

As matérias, sempre baseadas em fontes não identificadas pelo veículo, também relatam que os fatos narrados fazem parte de um inquérito policial instaurado pela Delegacia de Combate a Crimes de Corrupção e aos Crimes contra a Ordem Tributária e Financeira (Decor).

O blog manteve contato com o delegado Pedro Henrique Resende Teixeira Campos, da Decor, que confirmou haver, realmente, uma denúncia dessa natureza que chegou recentemente à delegacia, mas disse não poder prestar nenhuma informação adicional sobre o objeto da investigação.

A reportagem procurou também o prefeito, que negou todas as acusações e atribuiu as denúncias a uma campanha de difamação que, segundo ele, tem por objetivo interferir de maneira ilegal no processo eleitoral em que aparece como favorito. Bira afirmou que existe um “gabinete do ódio” atuando em Xapuri.

“É estranho que essas histórias apareçam justamente agora, a poucas semanas da eleição. É perceptível que existe um desespero dos nossos adversários para mudar a realidade do processo eleitoral que se mostra favorável à nossa campanha e às nossas propostas de seguir fazendo o melhor para Xapuri”, afirmou.

O blog também buscou informações a respeito da situação funcional das duas servidoras citadas nas denúncias. Ana Carla Oliveira Caetano e Atila Ferreira de Araújo exercem cargos em comissão na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sematur) e no Gabinete da Vice-Prefeita Maria Auxiliadora, respectivamente.

A reportagem obteve informações junto a funcionários da prefeitura de que ambas comparecem regularmente ao trabalho, o que foi, também, confirmado pelo secretário da Sematur, Juscelino Facundo, onde atua Ana Carla, e pela vice-prefeita Maria Auxiliadora, de quem Atila Ferreira é secretária.

Por telefone, Ana Carla afirmou que sempre trabalhou regularmente e garantiu não existir nenhuma razão para que alguém a acuse de ser funcionária fantasma. Ela disse que sua residência é em Xapuri, de onde sai apenas nos feriados e fins de semana para ficar na casa do namorado, que mora em Epitaciolândia.

“Eu trabalho normalmente, apesar de que agora, em razão da pandemia, estamos em horário reduzido. Só que nos dias de folga eu vou para Epitaciolândia ficar na casa do meu namorado e retorno para Xapuri nos meus dias de trabalho, conforme a escala”, explicou.

O blog não fez questionamentos relacionados aos supostos casos amorosos citados pelas matérias divulgadas pelo jornal que propagou as denúncias contra o prefeito por entender que o assunto não diz respeito ao interesse público, além de causar constrangimento às pessoas envolvidas.

Outro servidor enredado nas denúncias e acusado se ser funcionário fantasma é Marco Aurélio de Amorim Maia, apontado como um estudante de medicina na Bolívia que receberia sem comparecer ao trabalho. Ele chega a ser mostrado em uma foto entre estudantes na Bolívia, mas nega que a imagem seja sua.

Em um áudio divulgado em um grupo de whatsapp, ele diz que quem aparece na foto divulgada pelo jornal é outra pessoa, que foi exonerada da prefeitura ainda em 2016. Marco, que é funcionário da Secretaria de Agricultura, diz que vai buscar na justiça a reparação pela acusação que recebeu.

“Pessoal, eu sou o Marco Aurélio. Esse pessoal do jornal tá tentando me prejudicar, sou eu. Não sou nenhum funcionário fantasma, sou funcionário da agricultura. O Márcio, que é o estudante de medicina que eles estão falando foi exonerado desde 2016. Vou procurar os meus direitos, pois isso é uma bandidagem”, afirmou em um trecho do áudio.

Na noite desta segunda-feira, 26, o prefeito Ubiracy Vasconcelos divulgou um vídeo na sua página de campanha no Facebook. Ele disse que tomará todas as medidas judiciais contra os envolvidos nas denúncias que chamou de fake news e voltou a afirmar que existe um “gabinete do ódio” operando em Xapuri.

“Peço aos meus adversários que se limitem a falar da administração, que não foi feito isso ou aquilo, mas deixem a minha vida pessoal e a minha família em paz. Nós representaremos todas essas difamações e publicações mentirosas na Justiça Eleitoral. Existe um gabinete do ódio também em Xapuri”, concluiu.

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Rio abaixo

Muita gente em Xapuri ficou cabreira com a notícia de que o Ministério Público Federal tenta impedir que uma ponte ferroviária inaugurada em 1886, pelo imperador Dom Pedro II, seja desmontada e trazida ao Acre.

É que essa poderá ser a ponte prometida pelo governador Gladson Cameli para ligar o centro da cidade ao bairro Sibéria. O temor é que depois de tanta luta e reivindicação, a população seja presenteada com uma estrutura de 134 anos.

Se a sucata histórica aportar em Xapuri e for montada entre os dois barrancos do Rio Acre, adeus ao sonho de uma ponte moderna como essas que o Jorge Viana construiu em vários lugares do estado. Pelo menos é assim que pensam alguns matutos na terra de Chico Mendes.

No começo de seu mandato, com um braço em uma tipoia e o outro no ombro do empresário Aílson Mendonça, seu pretenso futuro prefeito de Xapuri, Cameli prometeu a la Odorico Paraguaçu a certa construção da ponte e vaticinou a eleição do rebento do deputado Antônio Pedro.  

Dois anos passados, a prometida ponte não saiu do papel e a candidatura de Aílson desceu o rio feito um balseiro em enchente. Dias atrás, Gladson gravou um vídeo de apoio à substituta do ex-futuro prefeito, a madrasta Carla Mendonça. Para não perder a prática, voltou a prometer a bendita ponte.

Mais uma descida de rio à vista.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Não escrevo para quem se resume a ler títulos

A candidata à prefeitura de Xapuri, Carla Mendonça (PP), me acusa de ser tendencioso ao intitular uma matéria que noticia o fato de ela ser alvo de um mandado de condução coercitiva, expedido pelo juiz Luís Alcalde Pinto, por ter faltado sem justificar o motivo a uma audiência judicial para a qual foi devidamente intimada.

“Hoje, enquanto estava em mais uma de minhas caminhadas nos bairros, fui informada sobre essa matéria que possui um título muito tendencioso. Em um processo onde EU SOU A VÍTIMA o modo com que o jornalista intitula a matéria me põe como uma fugitiva da lei”, ela diz em sua página do Facebook.

Ora, o título diz de maneira clara e objetiva: “Carla Mendonça falta audiência e juiz expede condução coercitiva”. Foi esse o fato. O título não explica se ela é vítima ou ré. Ele não se presta a isso e nem pode. Deve ser curto e tem o objetivo de atrair o leitor para a leitura da notícia. Essa sim, deve ser explicativa e esclarecedora.

Não fosse a “politização” do momento, o fato, certamente, nem seria notícia. Seria hipocrisia negar que a condução coercitiva desse caso apenas ganha uma manchete por se tratar o alvo do mandado de uma candidata a prefeita. A notícia deu a ela a chance de se fazer de vítima de um ataque ilusório.

Apesar de ser vital que se esclareça que ela é vítima no processo, o evento que origina a matéria não é esse, mas sim o mandado de condução coercitiva expedido em razão da sua ausência injustificada à audiência, o que trouxe danos ao trâmite do procedimento judicial. Como servidora da justiça, ela sabe disso melhor que eu.

No mais, ao censurar o livro pela capa, a candidata tergiversou e não elucidou, como pessoa pública a que se propõe ser, o real motivo de não haver comparecido à audiência de um processo também público em que figura, sim, como vítima de uma ação criminosa pela qual lhe sou solidário.  

Ponte inaugurada por Dom Pedro II pode não vir mais para o Acre

Pode ter entrado água na intenção do governador Gladson Cameli de trazer para o Acre uma ponte de ferro histórica que atravessa o Rio Pardo entre os municípios de Ribeirão Preto e Jardinópolis, no interior de São Paulo.

Em agosto passado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) divulgou a cessão de três pontes ferroviárias para o Acre. As estruturas faziam parte de trechos de linhas férreas, localizadas nos estados da Bahia, São Paulo e Paraná.

O objetivo anunciado pelo governo acreano era o de instalar essas pontes sobre o Rio Acre entre Brasiléia e Epitaciolândia, ao lado da que lá já existe, em Xapuri, ligando o centro da cidade ao bairro Sibéria, e sobre o Rio Iaco, em Sena Madureira.

No caso de uma das pontes, a do Rio Pardo, o Ministério Público Federal em São Paulo pediu a imediata paralisação do processo de desmontagem e doação da estrutura, segundo reportagem do UOL publicada nesta quarta-feira, 30.

A ponte faz parte da Linha do Rio Grande, único segmento ainda existente da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. O trecho, que teve a presença da comitiva do imperador Dom Pedro II durante sua inauguração, em 1886, fazia parte de um projeto para o desenvolvimento de áreas centrais do país e para a interligação dos portos de Santos (SP) e Belém.

O Ministério Público argumenta que além de ignorar a relevância histórica da via, o processo de remoção da estrutura sobre o Rio Pardo prejudica projetos turísticos que estão em implementação no entorno, como o parque linear em Jardinópolis.

O órgão ainda diz que a ponte deverá integrar as atividades de um futuro museu em Ribeirão Preto, do Instituto História do Trem, entidade que denunciou o caso ao MPF.

No caso de Xapuri, a construção de uma ponte sobre o Rio Acre é uma antiga reivindicação que se transformou, no correr dos anos, em eterna promessa de alguns políticos e permanente desilusão da população.

No começo de seu mandato, em uma comemoração da recente vitória, Cameli bateu no ombro de seu “futuro prefeito de Xapuri”, o empresário Aílson Mendonça, filho do deputado Antônio Pedro, e disse que a construção da ponte na cidade era coisa certa.

Passados dois anos, o que surgiu de concreto foi a notícia da cessão das seculares pontes. E por falta de algo mais substancial, a intenção de Mendonça de voltar a concorrer à prefeitura foi rio abaixo dada a enorme rejeição ao seu nome.

O possível freio do MPF pode não impedir que uma dessas estruturas cheguem a Xapuri, uma vez que são três a que teriam sido cedidas, mas, ao que parece, não a tempo de impulsionar a candidatura da substituta de Aílson, a sua madrasta Carla.

O UOL disse que procurou o DNIT e o governo do Acre, que não haviam respondido até o fechamento da matéria.