Não tenho tido tempo de postar nos últimos dois dias. Preparo-me, com alegria e ansiedade, para a chegada da primeira neta. Apronto-me também para, aos 37 anos, ser o avô mais enxuto da cidade. Logo mais trago novidades. Abraços a todos do blog.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
domingo, 29 de novembro de 2009
Monstro tricolor
Daqui a pouco tem mais um jogo de vida ou morte para o tricolor mais querido do Brasil. Os 11 jogadores em campo terão de se transformar em verdadeiros monstros para superar o desastre da última quarta-feira e conquistar mais uma vitória para rumo à permanência no campeonato da primeira divisão. O adversário é o Vitória, da Bahia. Dá-lhe, Flu.
Trabalho escravo em Xapuri
O site agazeta.net destacou, nesta semana que está findando, a informação de que trabalhadores rurais foram encontrados em situação de trabalho escravo em uma propriedade rual no município de Xapuri, mas omite, infelizmente, o nome da fazenda e de seu proprietário. Se a fiscalização for intensificada, esse, certamente, não será o único flagrante de pessoas sendo mantidas nessas condições aqui por essas.
Outra realidade que está escondida por trás do silêncio das pessoas prejudicadas é a situação de “subemprego” em que se encontram funcionários em alguns comércios varejistas de Xapuri. Informação de um empregado de uma dessas empresas dá conta de que é comum que pessoas trabalhem sem carteira assinada, o que lhes priva de qualquer direito trabalhista, além de serem expostos a uma jornada de trabalho superior a que está prevista em lei sem serem remunerados por isso.
Em alguns casos, pessoas seriam contratadas por breves períodos (6 meses, por exemplo) e dispensadas logo em seguida, sem receber as verbas referentes a férias e décimo terceiro salário porporcionais. O que facilitaria essa prática pelos comerciantes seria uma espécie de acordo pré-ajustado entre contratante e contratado. Entre permanecer desempregado e obter um trabalho nessas condições, o candidato ao cargo opta pela segunda. Se descumprir o acordo e pleitear os direitos trabalhistas na justiça, o funcionário passa a ser considerado um “traíra” e ficará sujo no mercado de trabalho local e passará a ser evitado quando buscar emprego em outras empresas.
Não tenho como provar que o que vai acima está ocorrendo em Xapuri, visto que as pessoas que se sentem prejudicadas não se atrevem a colocar em riscos seus “empregos” denunciando os burladores da legislação trabalhista. O silêncio e a cumplicidade forçada de quem precisa levar o sustento para a família colaboram com os infratores. Mas basta que o Ministério do Trabalho intensifique a fiscalização para que essa realidade ultrajante seja comprovada em vários postos de trabalho em Xapuri.
sábado, 28 de novembro de 2009
A guerra dos Mendes
Como uma disputa entre os herdeiros de Chico Mendes levou a uma investigação sobre desvio de dinheiro público no Acre
Juliana Arini
A casa mais visitada do Acre fica na Rua Batista de Moraes, 487, em Xapuri, cidade de 14 mil habitantes a 180 quilômetros da capital, Rio Branco. Pequena, feita de madeira, foi nela que o sindicalista e ambientalista Chico Mendes foi morto a tiros por dois fazendeiros quando saía para tomar banho. Vinte anos depois do assassinato, a casa é mantida intacta, como estava no dia da morte, inclusive com a mancha do sangue de Chico Mendes na parede. Nela funciona uma espécie de museu, com guia e tudo, sustentado pelo Instituto Chico Mendes. Criado pelos herdeiros para manter viva a memória de Chico Mendes, o instituto enfrenta acusações sérias na Justiça. O Ministério Público do Acre denunciou seus administradores por desviar R$ 685 mil em recursos públicos.
Chico Mendes começou a vida como seringueiro, passou a líder sindical e se tornou um ativista ambiental. Com o apoio de um grupo de antropólogos e ambientalistas, ele se projetou no cenário internacional como protetor de florestas e recebeu prêmios da Organização das Nações Unidas. A fama de Chico Mendes atingiu o auge em 1987, quando, em uma viagem aos Estados Unidos, foi recebido por senadores e por representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No encontro, Mendes fez uma denúncia: o asfaltamento da Rodovia BR-364, que liga Porto Velho, em Rondônia, a Rio Branco, no Acre, provocaria o desmatamento de uma porção ainda intacta de floresta e diversos conflitos. Sua morte o transformou em um dos símbolos mais poderosos da luta ambiental.
Em 2005, a filha de Chico Mendes, Elenira, fundou o Instituto Chico Mendes com o objetivo de administrar a imagem do pai e associar seu nome a cursos de educação ambiental. Três convênios foram firmados com o governo acriano, pelos quais o instituto passou a receber verbas públicas para ministrar os cursos e as palestras sobre educação ambiental.
Segundo o Ministério Público, parte do dinheiro recebido do governo não foi gasta de acordo com o firmado no convênio. Os dirigentes do instituto teriam usado notas fiscais frias para esconder os gastos indevidos.
O genro de Chico Mendes confessa que adulterou notas fiscais
O acusado pelo Ministério Público de ser o autor da fraude nos recibos é Davi Cunha, marido de Elenira, a filha de Chico Mendes. Ele era o responsável pela prestação de contas do instituto. Cunha confessa o crime de falsificação. Ele nega, porém, que a fraude tenha sido feita para desviar dinheiro em benefício próprio. “Eu sei que errei ao alterar os recibos e vou ter de pagar pelo que fiz”, afirma. “Mas não aceito dizerem que roubamos o dinheiro do governo.” Cunha diz que cometeu a falsificação para driblar a burocracia dos convênios firmados com o governo acriano. “O convênio não permitia o pagamento dos encargos trabalhistas dos funcionários”, afirma Cunha. “Por isso, fiz as alterações nos recibos: foi tudo para pagar os direitos trabalhistas dos funcionários.”
No processo, Cunha confessa também que usava o dinheiro público para pagar o salário de sua mulher, Elenira. De acordo com a investigação, a filha de Chico Mendes recebia R$ 4 mil mensais, um pagamento irregular segundo o próprio estatuto do instituto. Para maquiar o pagamento do salário de Elenira, um irmão de Davi assinaria os recibos de pagamento. Para ÉPOCA, Elenira negou que recebia salário do instituto.
A mãe de Elenira e viúva de Chico Mendes, Ilzamar Gadelha Mendes, é acusada na ação do Ministério Público de ser funcionária fantasma da instituição. De acordo com a investigação, Ilzamar recebia um salário mensal de R$ 3 mil sem exercer nenhuma função. Em seu depoimento ao Ministério Público, Ilzamar reconheceu que não trabalhava na entidade. ÉPOCA a procurou e a encontrou em sua casa ao lado de um cão pit-bull e três vira-latas. “Não vou dar entrevista. O processo está seguindo em segredo de Justiça”, afirmou Ilzamar. O promotor Mariano de Sousa Mello pediu a quebra do sigilo bancário do instituto. “Se comprovarmos que esses salários foram pagos de forma irregular, tanto a mãe quanto a filha terão de devolver o dinheiro aos cofres públicos”, diz Sousa Mello.
Elenira culpa o governo do Acre e o marido pelos problemas no instituto. “Eu não sabia o que o Davi fazia, eu assinei muita coisa sem ler”, afirma. “Eu viajo muito e, por isso, acabei não dando a devida atenção às contas do instituto. Eu reconheço minha culpa por essa omissão.” Elenira afirma que o governo do Acre também é responsável pelo processo. “Eles sempre souberam que usávamos o dinheiro do convênio para pagar os funcionários. Mas faziam vistas grossas, pois a questão sempre foi manter a casa de meu pai aberta para visitação”, afirma. “Hoje, tudo o que o governo do Estado faz é vendido a partir da história do meu pai.”
Clique aqui e aqui para continuar lendo a reportagem completa publicada pela revista Época.
Nota do blog: Foi a partir do Xapuri Agora que as denúncias contra os dirigentes do Instituto Chico Mendes ganharam repercussão nacional. Publiquei aqui as informações divulgadas pelo Ministério Público e repassei os detalhes ao jornalista Altino Machado, que também postou sobre o assunto no Blog da Amazônia, de Terra Magazine, dando grande projeção à notícia.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
A picada do “maribondo”
Expressar o meu entendimento de que a população de Xapuri não está se lixando para o futuro do malfadado e enfadonhamente comentado portal de entrada da cidade me rendeu a pecha de mentiroso da parte do professor e blogueiro Joscires de Oliveira Ângelo em texto postado em seu blog Xapuri News – A Versão Inteligente – como os leitores podem ver clicando aqui.
Não bastasse a falta de bom senso nas análises que faz, relacionadas ao assunto em destaque, o professor contesta desrespeitosamente uma opinião baseada na observação do cotidiano da maltratada cidade de Xapuri utilizando o termo “mentira escabrosa” para se referir às minhas afimações sem, no entanto, se dar ao trabalho de citar meu nome e provar que estou mentindo.
Joscires diz ainda em seu post que me intitulo “dono da verdade” e me autonomeio “procurador da população xapuriense”. Ora bolas, nunca me arvorei a nada disso. Sou apenas um profissional do rádio sem muitos conhecimentos que procura se fazer útil à população também através deste modesto blog. Meu objetivo aqui é promover o debate, a discussão sadia sobre os problemas de Xapuri e não vender ideias, como me acusa o colega blogueiro.
Se o que eu escrevi aqui não teve qualidade textual para que a mensagem fosse compreendida, tentarei explicar novamente. Repito que a população de Xapuri não se interessa pelo que vai acontecer com o tal portal. Não dá a mínima. Está preocupada é com os muitos problemas que a cidade tem e que não estão sendo resolvidos pela atual administração conforme foi a expectativa criada com a eleição de Bira Vasconcelos, no ano passado.
Com todo respeito à família de Augusto Castelo Branco de Figueiredo, a quem o portal homenageia, volto também a dizer que a edificação foi a coisa mais absurda que se fez em Xapuri nos últimos anos, deixando de lado o fato de que foi construída de forma flagrantemente irregular. O que o ex-prefeito Vanderley Viana fez foi tentar construir uma coisa bonita na entrada de uma cidade que estava – e continua – caindo aos pedaços.
Quem afirma que a possível demolição – não a implosão – do portal é uma “questão política” para apagar os “vestígios” deixados pelo ex-prefeito de Xapuri está sendo tremendamente irresponsável. Esse, sim, pode ser chamado de mercador de ideias estapafúrdias. Omite da informação – por má fé ou ignorância – que a obra está ameaçada por ter sofrido um impacto fortíssimo que a tornou ameaça à segurança da população, isso dito em laudo pelo engenheiro civil Tadeu Ferreira Castelo, que poderá ou não ser confirmado pelo Crea, como informei em post anterior.
Aliás, o tal portal representa ameaça e transtorno para a população de Xapuri desde a sua concepção. Deixou a estrada da Borracha interditada por quase um ano e para continuar usufruindo do direito de ir e vir a população teve que se sujeitar a usar um desvio esburacado e enlameado, sem contar que ainda hoje algumas pessoas sofrem sequelas físicas em virtude de acidentes ocorridos com a ajuda da má localização do monumento. Na atualidade, em razão do acidente e do impasse gerado, continuamos todos nós, moradores da cidade e visitantes, tolhidos de trafegar pelo asfalto que foi feito com o nosso dinheiro.
Quero encerrar o assunto, dizendo que não reconheço nenhuma das atribuições que o professor-blogueiro me confere, principalmente a de mentiroso, uma vez sabedor que a mentira tem pernas curtas e cedo ou tarde o “Pinóquio” cai vítima de suas próprias infâmias. E digo mais: quem me acusa de mentiroso não tem moral para insinuar que sou defensor, bajulador ou seja lá o que for do prefeito Bira Vasconcelos, de quem nunca neguei ser amigo e companheiro de militância política.
A blogueira Camila de Paula, do blog “Me criticar é fácil… O difícil é ser eu”, acusa o colega Joscires de plagiá-la. Isso mesmo. Em duas postagens de títulos “Alerta” e “A prova do crime” ela afirma e apresenta as provas de que o blogueiro xapuriense da “versão inteligente” se apossa de seus textos e os publica em seu blog como se fossem dele. “Ele troca a minha avó pelo colega dele e o nome da minha amiga Olly pelo nome do amigo dele, o Clenis, e já acha que é o autor da obra. Encontrei pelo menos dez textos meus lá. Dois, inclusive, integralmente copiados”, diz a blogueira, que esceve excelentes textos, por sinal.
Joscires foi assessor do ex-prefeito Vanderley Viana e o defendeu com unhas e dentes a ponto de intitulá-lo de “mártir político” de Xapuri (clique aqui para ler). Só passou a “ver” que Viana não era o caudilho que pensava quando este o demitiu da prefeitura atirando-lhe acusações e ofensas que foram parar num juizado de pequenas causas. A partir daí passou a ser “oposição” ao ex-prefeito e um dos seus maiores críticos via blog que havia criado para divulgar as ações da administração do próprio Vanderley, o Xapuri News.
Carlos Estevão
Mensagem enviada pelo xapuriense Carlos Estevão Ferreira Castelo, o nosso eterno “Baratinha”, professor de Teoria Econômica da Ufac entre outras coisas importantes e colaborador eventual do blog.
É um sujeito “sabido” e competente, e a exemplo de tantos outros, mostra do capital intelectual que Xapuri formou, mas do qual não usufrui – por má vontade ou ignorância - nos seus quadros administrativos, para infelicidade geral da população.
Mas vamos ao comentário:
“Raimari,
Estive em Xapuri, terra que tanto amo, no final de semana passado (21/22 de novembro). A cidade continua como sempre. Ou melhor, as pessoas. Muitas críticas, reclamações, fuxicos, e coisa e tal.
Uma ótima que ouvi foi: “agora, o governador vai fazer as coisas sozinho, pois o prefeito não faz. Ele esteve aqui, provocado por uma denúncia daquele rapaz da Polícia Federal, o Éden”.
Será que se referia ao texto de Éden Mota, publicado por você recentemente?
Pois bem, o portal continua na mesma, o buraco em frente da casa de Chico também, uma rua foi asfaltada (a do IBAMA) e estão construindo algo onde já reinou “A Limitada”. É a OCA. Sobre a obra ouvi alguns questionamentos tipo: “...mais de R$ 1 milhão para centralizar atendimentos de órgãos da administração pública”?
Escrevo-te para reafirmar o que já coloquei em textos anteriores: o problema de Xapuri é único: falta de protagonismo da população. Só isso. É simples de resolver mas não é fácil. A cada ida minha até a velha princesa fico mais convencido disso. Resumo em uma frase: As pessoas perderam a capacidade de se articular, de cooperar, no sentido de, elas próprias, resolverem seus problemas. Parece que chamam isso de capital social.
Entretanto, depois do que um tal de João Maciel afirmou no seu blog que os xapurienses que moramos fora apenas ficam explorando em seus textos o grave quadro sociocultural com críticas vazias e oportunistas... sei lá.
Grande abraço”.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Sangue nas veias e vergonha na cara
Foi só o que faltou ao Fluminense na noite desta quarta-feira no estádio Casablanca, em Quito, no Equador. O time brasileiro foi massacrado pela competente e determinada Liga Deportiva Universitária (LDU) com o impiedoso e praticamente irreversível placar de 5x1, fazendo o apaixonado blogueiro sofrer mais uma vez de terrível decepção com seu time de futebol.
Na próxima quarta-feira, no Maracanã, o Flu precisa vencer por cinco gols de vantagem para ficar com a taça ou por quatro para levar para os pênaltis. Vale lembrar que, na final, o gol marcado fora de casa não tem influência na definição do campeão. Antes, porém, o time de Cuca terá uma nova decisão pelo Campeonato Brasileiro. No domingo, o adversário será o Vitória, também no Rio.
Hora de esquecer o sonho voltar à dura realidade da luta para fugir do rebaixamento. No entanto, logo mais vestirei minha camisa e continuarei acreditando até o fim em ambos os objetivos do tricolor, afinal talvez seja essa a grande explicação do que é ser Fluminense: acreditar no impossível e lutar, sempre. O desfecho, quem viver verá.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Dengue
Acre tem duas cidades em situação de alerta
Nova avaliação nacional das informações sobre infestação por larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, revela a capital, Rio Branco, e Epitaciolândia estão em situação de alerta contra a doença. Isso significa entre 1% e 3,9% dos imóveis pesquisados nesses municípios apresentam larvas do mosquito. É o que revela o Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) 2009. O estudo foi realizado entre outubro e novembro, em 163 cidades de todas as regiões do país. Dessas, 157 enviaram informações até o momento. Na região Norte, dos 23 municípios que realizaram o LIRAa, 13 estão em alerta e 7 em condições satisfatórias. Duas cidades do Norte não enviaram seus dados ao Ministério da Saúde, até o momento.
Município UF Indice de Infest. Predial (IIP)
Epitaciolândia AC 7,4 (2008) 3,4 (2009)
Rio Branco AC 3,3 (2008) 3,9 (2009)
Leia mais no Portal Saúde.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Mais uma vez, o portal
Já fui repreendido por dedicar tantas postagens à obra-prima da administração do ex-prefeito Vanderley Viana, o polêmico portal de entrada da cidade, que nasceu em meio a denúncias de irregularidades e questionamentos quanto à sua importância e agora ameaça sucumbir depois de ter sido atingido pela carga de uma carreta que transportava máquinas da usina termelétrica da empresa Guascor do Brasil, desativada em Xapuri há alguns meses.
Prometi não mais tocar no assunto, mas depois de ler o que escreveu o jornalista Jairo Carioca em seu blog - e também no Ac24horas, do jornalista Roberto Vaz - não consegui me conter. Carioca exagera afirmando que “os moradores do município de Xapuri estão revoltados com o descaso da atual administração com a obra do Portal de Entrada da cidade que há cinco meses encontra-se em ruínas”, depois do acidente acima mencionado.
Famílias tradicionais estariam com seus sentimentos mexidos pela possibilidade do “cartão-postal” de Xapuri ser “implodido” pela prefeitura e construído em outro lugar. Grupos extremistas católicos estariam inconformados com a mudança de local da obra que tem fixadas em seu alto as imagens de São Sebastião (Padroeiro do município) e de São Cristóvão (protetor dos motoristas). Para eles, “o Portal tornou-se um símbolo de respeito e de bênçãos aos que visitam Xapuri”.
Grupos extremistas católicos? Estaríamos nós na velha Irlanda do IRA, grupo terrorista que atormentava a vida de políticos e protestantes ingleses até pouco tempo? Em Xapuri, nos confins da Amazônia, desconheço a existência de tais criaturas, apesar de, aqui e acolá, testemunhar manifestações de preconceito entre uma e outra das muitas denominação que vemos surgir a cada dia.
A verdade é que a população de Xapuri não dá a mínima para o futuro do monumento. Tem mais com o que se preocupar. Os problemas da cidade são muitos e bem diversificados. O tal portal é apenas mais um deles. Consumiu dinheiro público de maneira obscura e só trouxe problemas para a cidade desde então. O acidente que lhe condenou à provável demolição é sinal da forma estapafúrdia e mal projetada como o mesmo foi erguido.
Nada contra a família do homenageado, Augusto Castelo Branco de Figueiredo, muito contrário, os que conheço eu estimo demais, principalmente uma das grandes professoras que tive, Wanda Hadad, esposa do ex-prefeito Jorgito Hadad, mas acredito que a obra, pela forma irregular como foi construída, mais ofende que homenageia a figura ilustre de um nordestino de valor que, como tantos outros, dedicou sua vida ao Acre e a Xapuri.
Se realmente for demolido, como recomendou o engenheiro Tadeu Ferreira Castelo, responsável pela primeira vistoria que apontou risco de desabamento, sou contra a sua reconstrução pelo simples fato de que acarretará mais dispêndio dos parcos recursos do município, que precisam ser aplicados em problemas mais prioritários. Creio eu que a administração do prefeito Bira Vasconcelos deve encontrar uma outra maneira para manter a justa homenagem a Augusto Castelo Branco de Figueiredo.
A prefeitura aguarda o resultado de uma segunda vistoria, solicitada ao Crea – Conselho Regional de Engenharia do Acre – para decidir se o portal vai mesmo ao chão ou se será restaurado. Se for recuperado, que pelo menos se retire dali as imagens católicas de São Sebastião e São Cristovão. A cidade tem uma grande população de protestantes e as estátuas postas no alto do portal ferem, em minha opinião, o princípio constitucional da laicidade do Estado. Não, não sou evangélico, sou católico mesmo.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Resgate cultural
Cartaz definitivo do evento Resgate Cultural II, O Baile, programado para o próximo dia 5 de dezembro no ginásio de esportes de Xapuri. O evento é uma sequência do Baile Show De Siderais a H-Uelem, realizado no dia 1º de março do ano passado.
Mais uma vez, os grandes nomes da música xapuriense se reunirão para relembrar os grandes sucessos que embalaram a sociedade local por décadas e marcaram na memória da cidade uma época muito especial na história da música em Xapuri.
Essa história começou com um pequeno grupo musical chamado Bandinha do Ginásio Anthero Soares Bezerra, que tinha como componentes: Zequinha dos Correios, (Acordeom), Tatu (Cavaquinho e Violão), Manoel Ramos in memorian (Bateria) e Walter Nicácio in memorian (Pandeiro).
A partir dali, começava em Xapuri um movimento que resultou na criação de muitos conjuntos musicais de sucesso, que animavam os eventos sociais não só localmente, mas também em vários municípios acreanos. Siderais, The New Stop, The Super Sonic e H-Uelem foram somente alguns desses conjuntos que fizeram história.
No próximo dia 5 de dezembro, o público xapuriense mais poderá mais uma vez matar as saudades daquela época de sonhos. Os mais novos poderão conhecer o que seus pais e avós ouviam e como aproveitavam a juventude. Em ritmos e comportamentos bem diferentes do que se vê na atualidade.
Leia mais sobre o projeto Resgate Cultural, de autoria do músico Antônio Magão, no post De Siderais a H-Uelem, uma história de amor à música.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Polícias fazem “pente fino” em Xapuri
Uma operação que reuniu agentes das polícias federal, civil e militar quebrou a calma rotina da cidade de Xapuri na manhã desta quinta-feira. 36 homens utilizando 10 veículos e cães farejadores cumpriram 8 mandados de busca e apreensão em supostas bocas-de-fumo e efetuaram três flagrantes de tráfico de entorpecentes, sendo que um dos casos envolvia um menor de 18 anos.
A ação conjunta fez com que muita gente acordasse sobressaltada com o barulho das sirenes das viaturas que circulavam pela cidade durante o cerco aos locais suspeitos. Várias residências onde, segundo as investigações policiais, funcionariam pontos de venda de drogas foram vasculhadas pelos agentes.
O saldo foi considerado positivo pelo delegado Pedro Henrique Resende Teixeira Campos, da delegacia geral de Xapuri, responsável por uma mudança drástica no método de agir da Polícia Civil, que tem gerado manifestações de satisfação por uma grande parcela da sociedade e reclamações de outra, menor, que o acusa de cometer excessos.
- O objetivo da operação foi combater o tráfico de drogas no município e mostrar que a polícia está presente na cidade. E onde tem polícia bandido não tem vez. Nós vamos mostrar para os bandidos onde é o lugar deles, disparou o delegado, que tem como meta, segundo afirma, reduzir drasticamente o número de traficantes na ativa em Xapuri.
O comandante da Cia. Ambiental de Xapuri, capitão Denílson Lopes, destacou que, apesar da importância de ações integradas como a que aconteceu nesta quinta-feira, é preciso fortalecer as iniciativas de prevenção ao crime. O militar é idealizador de um projeto de policiamento comunitário em Xapuri que tem surtido bons efeitos no combate ao envolvimento crianças e adolescentes com o crime.
- A importância do trabalho que está acontecendo hoje em Xapuri está se dando pela presença de um delegado efetivo e de uma nova promotora, que estão fazendo o trabalho da polícia funcionar. Antes, a PM prendia um bandido e no outro ele estava solto pela falta de quem fizesse as coisas caminharem como deve ser. Não podemos esquecer, no entanto, que a melhor maneira de se combater o crime é através do trabalho preventivo.
Em que pesem as críticas ao delegado Pedro Henrique, nos últimos dois meses, o trabalho das polícias civil e militar tirou de circulação em Xapuri quase uma dezena de conhecidos integrantes do clube de vendedores de substâncias entorpecentes, entre os quais estão alguns dos principais responsáveis pelo comércio de drogas no município, segundo as investigações. O resultado disso, ninguém duvida, é a maior tranquilidade da população.
Brasileiros expulsos da Bolívia
Pressionados por Evo Morales, brasileiros vão deixar a Bolívia
Lucas Ferraz, iG Brasília
Pelo menos 400 famílias que vivem há décadas na Bolívia, na faixa de fronteira com o Acre, comunicaram ao Itamaraty que vão retornar ao Brasil. Diante da ameaça de serem expulsas do país vizinho, cuja Constituição proíbe a permanência de não-bolivianos na faixa de 50 km a partir da linha fronteiriça, elas serão reassentadas pelo governo federal em área ainda não definida.
A divergência entre os governos de Brasil e Bolívia começou há três anos, quando o presidente Evo Morales determinou o cumprimento do artigo 25 da Constituição do país. Segundo ele, estrangeiros não podem ter propriedade em área de fronteira. Nos cálculos do Itamaraty, entre 550 e 600 famílias de brasileiros vivem nessa parte do departamento (similar a Estado) de Pando, principalmente em sua área rural. A maioria tem propriedade na região e trabalha em atividades como compra e venda de castanha, seringais, e ainda com gado e madeira.
Até o momento, segundo apurou a reportagem do iG, apenas duas famílias concordaram em ficar na Bolívia - elas deverão ser reassentadas em outras áreas do país, longe da fronteira. O governo brasileiro contratou a Organização Internacional para Migrações (OIM), entidade com experiência em migrações na África e no Leste Europeu, para tentar resolver o impasse. O Congresso aprovou R$ 20 milhões para serem usados no caso, inclusive para comprar propriedades para a instalação dos brasileiros na Bolívia. Outra medida adotada pelo governo foi instalar na cidade de Puerto Evo Morales (próximo a Plácido de Castro, no Acre), um consulado sazonal para atender as famílias que estão na região.
O número de pessoas que querem regressar ao Brasil ainda é parcial e pode aumentar, segundo o embaixador Eduardo Gradilone, diretor do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, do Itamaraty. O órgão termina no final deste mês uma recontagem para iniciar a eventual retirada dos brasileiros, que devem ser realocados em áreas próximas da fronteira, no Estado do Acre.
Segundo o embaixador, o reassentamento na Bolívia deve ocorrer num prazo muito menor que no Brasil, previsto para levar meses e que vai envolver órgãos como o Ministério de Desenvolvimento Agrário e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). A retirada das benfeitorias dos residentes no país vizinho também não foi definida. “Às vezes levar fica mais caro do que deixá-las lá mesmo”, comenta Eduardo Gradilone. Carlos Portela, policial rodoviário federal que mora em Epitaciolândia, no Acre, cidade vizinha a Cobija, capital de Pando, e que acompanha a situação dos brasileiros no país, diz que “muitos já estão vendendo suas coisas, só que não acham bons preços”.
Reciprocidade
Há dois meses, a OIM realizou levantamento no qual cerca de 300 famílias de brasileiros disseram ter vontade de permanecer na Bolívia. O quadro, no entanto, mudou radicalmente de setembro para cá. Como disse o embaixador Gradilone, no levantamento feito pela organização internacional só havia alternativa “em termos de permanecer Bolívia”. No recadastramento atual, sob responsabilidade do Itamaraty, foi apresentada a opção de retornar, o que levou a mudar a situação. “É natural o direito de todo o brasileiro residente no exterior voltar ao seu país de origem”, completa ele.
A decisão do governo Boliviano de cumprir o artigo da Constituição que prevê a saída de estrangeiros causou mal estar entre as autoridades brasileiras. Fontes ouvidas pela reportagem do iG disseram esperar reciprocidade da Bolívia, já que em julho o governo Lula anunciou anistia que regularizou milhares de estrangeiros que viviam ilegalmente no país. Até outubro, mais de 25 mil pessoas foram regularizadas. Os bolivianos foram os mais beneficiados, segundo dados da Polícia Federal: 8.236 foram anistiados. A maior parte vive atualmente em São Paulo.
Segundo relatos de moradores que vivem na fronteira entre Brasil e Bolívia, a tensão aumenta com a proximidade das eleições presidenciais no país, em 6 de dezembro, quando Morales deve ser reeleito, e com a política do presidente de incentivar a mudança de bolivianos do altiplano (região do país onde Evo Morales conta com grande apoio popular) para Pando, um dos departamentos oposicionistas.
Procurada, a embaixada da Bolívia em Brasília disse que “é um direito do presidente incentivar” o deslocamento de bolivianos no país, e que isso não tem nada a ver com a situação dos brasileiros residentes na região de fronteira. “Isso vai ser solucionado, respeitando os direitos dos brasileiros”, afirmou a diplomacia boliviana.
Rua do Ibama
Começou a ser asfaltada nessa quarta-feira (18) a rua João Antônio de Carvalho, a “Rua do Ibama”, como passou a ser chamada pela população em referência à sede do órgão ambiental que ali se localizava. Desativado no município, o escritório do Ibama deixou como lembrança o prédio abandonado, como já foi mostrado aqui.
Aldenice Guimarães, tecnóloga do Deracre responsável pelos serviços, previu para esta quinta-feira, caso não chova, a conclusão do asfaltamento. A rua do liga as duas principais vias de Xapuri, as ruas Cel. Brandão e 24 de Janeiro, e representa uma das principais reivindicações da população local nos últimos anos.
O prefeito Bira Vasconcelos deve chegar a Xapuri nesta quinta-feira para receber a obra, que ainda não tem data para sr inaugurada. Ele esteve em Brasília nessa quarta-feira discutindo, juntamente com outros prefeitos acreanos, as reivindicações que podem ser atendidas com recursos das emendas individuais do senador Tião Viana.
O senador acreano tem direito de apresentar emendas no valor de até R$ 12,5 milhões ao Orçamento Geral da União (OGU) de 2010.
No encontro, os prefeitos agradeceram ao senador as emendas que ele apresentou em anos anteriores para os seus municípios e o apoio que vem prestando a seus municípios com ações e obras conseguidas junto ao governo estadual e federal.
Além do prefeito de Xapuri, estiveram presentes no gabinete do senador os prefeitos de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales; de Santa Rosa, José Brasil; de Marechal Thaumaturgo, Randinho Almeida; do Jordão, Hilário Melo; de Assis Brasil, Eliane Gadelha; de Brasiléia, Leila Galvão; de Mâncio Lima, Cleidson Rocha; do Bujari, Padeiro e de Epitaciolândia, José Ronaldo.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Sangue, suor, socos e pontapés
Foi assim, literalmente, que o Fluminense chegou à segunda decisão continental consecutiva ao vencer o time do Cerro Portenho, do Paraguai, na noite desta quarta-feira no Maracanã da torcida mais apaixonada e colorida do Brasil.
A história do jogo, que você pode conferir aqui, explica o porquê de o futebol ser um esporte tão fascinante.
De ovelha negra do campeonato brasileiro, o Flu se tornou a grande atração do certame ao derrotar alguns dos principais postulantes ao título e arrancar para se manter na elite do futebol brasileiro em 2010.
Na competição internacional, o repaginado time tricolor trocou o futebol-arte do ano passado, que o levou à inédita decisão da Taça Libertadores da América, pela garra e a força de vontade em campo, que faz seus jogadores parecerem guerreiros.
Na foto, o guerreiro Gum, autor do primeiro gol da vitória de hoje, secundado pelo gladiador Fred, que com 10 gols nos últimos 11 jogos, faz os sonhos dos tricolores em todo o país parecerem bem possíveis de vivarem realidade.
“O que é aquela entrada?”
Comentário da leitora Eliana no post Binho em Xapuri:
“Olá, Raimari!
Leio seu blog com uma certa assiduidade. Acho muito bacana a forma como você e os eventuais colaboradores escrevem. Só quem é muito apaixonado por Xapuri sabe extrair o melhor de nossa amada terrinha. Entretanto não posso me furtar de comentar que estive em Xapuri recentemente e dei uma volta rápida pela cidade e não gostei de muita coisa que vi. Notei um certo ar de abandono. O que é aquela entrada? Não, os xapurienses merecem bem mais do que vi”.
Nota do blog: Cara Eliana, “aquela entrada” é uma obra inútil na qual foram gastos cerca de R$ 100 mil pelo ex-prefeito Vanderley Viana de Lima. Um elefante branco que, além de não servir para nada, aumentou os riscos e a consumação de acidentes naquele local. Enquanto isso, a ponte abaixo - único elo entre o bairro da Bolívia e o centro da cidade – permaneceu na situação que mostra a foto, ameaçando ruir e impedindo o tráfego de carros.
Depois de vários anos abandonada, a ponte começará a ser recuperada em breve, segundo informações da atual gestão municipal, que já homologou o resultado do processo licitatório que indicou a empresa responsável pelas obras.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
OCA
O histórico prédio da A Limitada, uma das maiores casas aviadoras de Xapuri nos tempos áureos da borracha - século passado - está em processo de restauração e o espaço abrigará a OCA – Organização Central de Atendimento. Lá funcionarão postos de atendimentos de diversos órgãos da administração pública.
Sob responsabilidade da empresa Silty, o prazo de execução da obra é de 6 meses e o valor a bagatela de R$ 1.098.743,83. Os recursos têm fonte no BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e na arrecadação própria do governo do Acre. Para ver os detalhes, clique na imagem.
Concurso de cartunista
Mensagem enviada ao blog pelo xapuriense João Maciel:
"Há muito tempo acompanho seu blog e entre uma leitura e outra, principalmente dos textos escritos por xapurienses que moram fora e que ficam explorando o grave quadro sociocultural em que se encontra nossa Xapuri, fico pensando como seria mais produtivo se fizessemos proposições para superação do quadro.
Bem, não tenho soluções, mas a partir de seu blog que um dos poucos (se não o único) instrumento de produção e divulgação literária e artística como um todo, estava pensando que talvez fosse legal você, juntamente com alguma/as escola/as, lançar um concurso para cartunista, estimulando a juventude a se interessar pelo jornalismo, pela arte, enfim...
Você poderia postar caricaturas sobre fatos e personagens de Xapuri, qualificando o blog e, quem sabe, ajudando a juventude a alterar este cenário que tem sido um prato cheio para críticas vazias e oportunistas.
Abraço,
João Maciel".
Nota minha: Caro João, grato pela sugestão. O blog está aberto a toda e qualquer iniciativa que valorize nossa cidade e incentive a juventude local a se lançar à produção artística e cultural. Quem sabe não seja essa uma importíssima proposição para superarmos o “quadro” que atravessamos? Grande abraço.
Xapuri, princesa do Acre
Torre da igreja de São Sebastião, em Xapuri, sob a lente da fotógrafa Val Fernandes.
Comentário do xapuriense Éden Mota:
“Esta é a cidade que mesmo com seus problemas administrativos ainda tem sua beleza. É uma dádiva de Deus. Isso me leva ao tempo de criança. Sou feliz por ser xapuriense”.
Nota do blog: Eu também sou feliz por ser filho desta terra, e creio que um dia essa princesa será resgatada do abismo em que foi deixada e lhe devolvida a nobreza que um dia lhe foi roubada.
Tratado de Petrópolis
Nesta terça-feira o Acre comemora 106 anos da assinatura do Tratado de Petrópolis, documento de intenção que oficializou a permuta e finaliza uma disputa entre o Brasil e a Bolívia em 17 de novembro de 1903, pelas terras onde hoje se localiza o Estado do Acre. A data será marcada este ano pela entrega de 106 obras e ações do Governo do Estado à população do Acre em diversas áreas como educação, infraestrutura, formação profissional, melhoria da malha viária rural, expansão da rede de energia. Os investimentos somam mais de R$ 146 milhões aplicados no desenvolvimento de ações em todos os municípios do Estado.
Leia mais na Agência de Notícias do Acre.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A república da quantidade
Luciano Pires
Um seguidor do confucionismo, Ji Mèngke, que passou para a história como Mêncio, escreveu uns 300 anos antes de Cristo o seguinte:
"Alguns trabalham com a cabeça, outros com os músculos. Os que trabalham com a cabeça dirigem os que trabalham com os músculos."
Muito bom, né? O pensamento de Mêncio tem me ocupado a cada vez que observo as coisas inexplicáveis que acontecem neste nosso brasilzão.
O apagão do Lula, por exemplo. Ops! Desculpe! A novilíngua petista já definiu que não foi apagão. Foi blecaute. Quem tem apagão é o FHC, né?
Pois bem, nos últimos anos investimos quantidades crescentes de dinheiro em nosso sistema de geração de energia. E então - a se acreditar nas explicações dos técnicos escolhidos para falar - um raio cai no lugar certo e... pimba! Tudo no escuro. Mas "nunca antes neste país tivemos tanta geração, tanta conectividade, tanto controle, tanta eficiência." Qual é o indicador de sucesso? Quantidade.
Outro exemplo? O exame do Enade, obrigando milhares de estudantes a deslocarem-se 40, 60, 100 quilômetros para fazer uma prova. Quem cuidou da logística do exame deve ser uma daquelas figuras onipresentes no Brasil:
O burro com iniciativa. E as perguntas com propaganda do governo? Uma vergonha. Qual é o indicador de sucesso? "Nunca antes neste país tivemos tantos estudantes participando de uma avaliação".
Quantidade.
Vamos ao SUS, o Sistema Único de Saúde? É tão bom que vão sugerir ao Obama que copie. E as filas, o desaparelhamento, a falta de médicos?
Ah... O indicador de sucesso é: "Nunca antes neste país tanta gente teve atendimento médico". Quantidade.
Quer mais? Que tal nosso sistema educacional? Investimos, comunicamos, elaboramos, implementamos. E entra ano, sai ano, terminamos os testes de nível de conhecimento empatados com a Belonésia do Sul em penúltimo lugar. Indicador de sucesso? "Nunca antes neste país tivemos tanta criança na escola, tanta sala de aula, tão pouca evasão escolar". De novo, a quantidade.
Vamos às operadoras de celular? A prestação de serviços é uma merda, mas "nunca antes tivemos tantos técnicos, tantas torres, tantos atendentes telefônicos, tantos clientes". Indicador de sucesso: quantidade.
E aquele programa horrível de televisão, com sangue, bundas e baixarias?
"Nunca tivemos uma audiência tão alta". Quantidade...
A resposta é sempre "nunca tantos, nunca quantos": quantidade. Claro!
Quantidade dá pra reproduzir facilmente com números que (quase) todo mundo entende. Mas e a qualidade? Dá pra reduzir a números? Não dá. Para avaliar "qualidade" tem que ter cabeça.
O Brasil é a República da Quantidade. Quer saber? Conseguimos.
"Abrasileiramos" Mêncio:
"No Brasil, alguns trabalham com a cabeça, outros com os músculos. Os que trabalham com os músculos dirigem os que trabalham com a cabeça."
Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista e cartunista.
domingo, 15 de novembro de 2009
Triste e lamentável
Mais uma vez, Xapuri é abalada pela morte de uma pessoa bem conhecida na comunidade, vítima de horroroso acidente de moto. Adauto Castro do Nascimento, 40 anos, ourives, morreu na noite desse sábado, por volta das 23 horas, depois de colidir sua motocicleta, uma Honda Twister, com um veículo Wolksvagen Gol, que era dirigido pelo oficial de justiça Valério Peres da Silva, 47, que até a manhã deste domingo estava foragido.
O acidente aconteceu na rua Cel. Brandão à altura do autoposto Português. O choque foi violentíssimo e Adauto morreu na hora. Ele acabara de sair de um bar no centro da cidade. Informaçõe de pessoas que estiveram em sua companhia minutos antes do acidente dão conta de que estava alcoolizado. Deixa uma filha, Yasmin, de 10 anos, e uma legião de amigos feitos desde que veio morar em Xapuri há cerca de 12 anos.
Já escrevi sobre o assunto aqui no blog. Os acidentes de trânsito em Xapuri envolvendo motocicletas são comuns e merecem uma atenção especial por parte das autoridades responsáveis pela segurança no trânsito. É fato que a maioria dos registros não são tão graves, mas um bom número de pessoas - condutores, pedestres e ciclistas - dão entrada todos os meses no sistema público de saúde com fraturas decorrentes deste tipo de ocorrência.
Talvez uma campanha educativa mais intensa do que as simples "blitzes" que são realizadas eventualmente e um maior rigor na aplicação do Código Nacional de Trânsito contribuam com a diminuição dos acidentes. Não é nenhuma novidade que condutores de motocicletas usuam e abusam do costume de pilotar alcoolizados e em alta velocidade cidade afora, principalmente nos finais de semana.
O resultado da combinação de álcool e direção é reconhecidamente mortal. Esse foi o quinto acidente fatal nas ruas de Xapuri neste ano envolvendo motos. O último deles – nesfata coincidência – abreviou a vida do comerciante Eliomar Olegário de Melo, 36 anos, primo legítimo de Adauto. Para uma cidade que só tem duas ruas e algumas travessas, o número é assustador.
Novamente, lembro-me de uma música do cantor Benito di Paula, que diz: "Pra quê tanto aviso 'não corra, não mate, não morra', pra quê? Se quando o mal acontece, ninguém sabe dizer por que". Chama-se: "Pare, olhe e viva" e tem uma mensagem que se fosse mais ouvida certamente menos mães chorariam a perda de filhos na cruenta violência do trânsito.
Abaixo, imagem feita por um telefone celular registra o momento em que outra vítima de acidente de trânsito era atendida também na noite desse sábado. Nas proximidades do prédio da Rádio Educadora de Xapuri, uma motocicleta pilotada por Erivan Silva de Souza colidiu com uma bicicleta conduzida por Leudo Pereira Menezes. Nada grave dessa vez, mas como mostra o primeiro caso, o desfecho de um acidente de trânsito é sempre triste e lamentável.
Na foto, Leudo Pereira Menezes sendo atendido pelo Samu.
Notícia boa
O presidente da Aleac, Edvaldo Magalhães (PcdoB), informou durante a realização do programa Assembleia Aberta em Marechal Thaumaturgo, que o novo Código Florestal vai anistiar de multa os pequenos agricultores que foram autuados nos últimos dez anos.
O deputado explicou que recebeu a informação do deputado comunista Aldo Rabelo, relator do projeto-de-lei que modifica o texto do Código Florestal na Câmara dos Deputados. "No último final de semana, durante a convenção do PCdoB em São Paulo tivemos esta informação em primeira mão", explicou Edvaldo para uma platéia de cem pequenos agricultores de comunidades localizada ao longo do rio Juruá e seus afluentes.
A notícia aliviou os agricultores que foram autuados por prática de queimadas para a realização de cultivos. Os agentes do Ibama em Cruzeiro do Sul têm sido severos no cumprimento do atual Código Florestal, o que acaba tornando inviável a sobrevivência na zona rural.
Fonte: Ac24horas.com.
sábado, 14 de novembro de 2009
Advogado é flagrado com menor em motel
A notícia acima, dada pelo ac24horas e também pela gazeta.net, me entristece mais do que devia. O advogado João Figueiredo Guimarães, o “João Bailá”, é filho de minha mãe adotiva, Ricarda Figueiredo da Silva, a dona “Zizi”.
A família Figueiredo é uma das mais tradicionais de Xapuri. João Bailá é sobrinho do falecido ex-prefeito Júlio Dias Figueiredo, um dos oito irmãos de dona Ricarda, a quem tenho como mãe legítima, todos criados, assim como eu, na barranca do rio Acre, no seringal Novo Catete.
O episódio choca, envergonha e joga lama na tradição da família, que nunca teve envolvimento com nenhum tipo de crime. O advogado foi encaminhado à Unidade de Recuperação Social Francisco D'Oliveira Conde ainda nessa sexta-feira, 13.
Menina de Xapuri
Imagem capturada na galeria da repórter fotográfica Val Fernandes no site olhares.com. Vale a pena conferir a página. Se alguém de Xapuri reconhecer a garota, aguardo referências nos comentários.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Binho em Xapuri
O governador Binho Marques esteve em Xapuri nesta sexta-feira. Veio acompanhar a quantas anda a administração do prefeito petista Ubiracy Vasconcelos, com quem o governo firmou neste ano convênios que atingem a ordem dos 5 milhões de reais.
Acompanhado de alguns assessores, Binho visitou pontos da cidade que estão sendo recuperados pela prefeitura, como a rua João Antônio de Carvalho, mais conhecida como "rua do Ibama", e a cerâmica municipal, que será reativada com a ajuda do governo. Depois o governador seguiu para o município de Assis Brasil.
Comitiva Norueguesa
Pedro Pascoal
Após quase 12 horas de julgamento, o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco condenou o dentista e tenente da Polícia Militar do Acre, Pedro Pascoal Duarte Pinheiro Neto, a 20 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do garoto Wilder de Oliveira Firmino, de 13 anos. Leia mais no Blog do Altino.
Children of the Amazon
Será exibido em Londres, com programação que começa no próximo dia 19, o documentário "Crianças da Amazônia", da diretora e produtora paulista Denise Zmekhol. Na sequência das exibições, Zmekhol e Elenira Mendes responderão a perguntas da platéia.
A cineasta brasileira viajou ao coração da floresta amazônica, entre 1987 e 1990, em busca das crianças indígenas. Fotografou as crianças Suruí e Negarote, e as crianças seringueiras do Acre, entre elas, os filhos de Chico Mendes, Elenira e Sandino.
O filme conta a história do impacto da BR-364 nessas três comunidades. A história do Chico Mendes também faz parte do vídeo. O documentário foi lançado no ano passado, nos Estados Unidos, como você pode conferir no Blog do Altino.
Leia também Chico Mendes e Tião Natureza.
Clique na imagem para visualizar a programação ampliada.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Pedro Pascoal volta ao banco dos réus
O Tribunal do Júri de Rio Branco realiza nesta quinta-feira (12) o julgamento do processo nº 001.99.010318-9, pelo qual Pedro Pascoal Duarte Pinheiro Neto é submetido a Júri Popular pelo assassinato de Wilder Oliveira Firmino, ocorrido em 3 de julho de 1996.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o adolescente de 15 anos, filho de Agilson Firmino dos Santos, o “Baiano”, foi retirado de sua residência na noite do dia 30 de junho, por três pessoas que se identificaram como policiais. Foi torturado, teve seu corpo queimado e sua coluna vertebral seccionada, sendo morto após disparos de arma de fogo. Para mais informações sobre o caso, confira aqui as principais peças do processo.
Na última terça-feira (10), na segunda etapa do julgamento do “caso Baiano”, também conhecido como “crime da motosserra”, o acusado Pedro Pascoal, juntamente com Aureliano Pascoal e Amaraldo Pascoal, foi absolvido pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri.
Eles haviam sido acusados pelo Ministério Público de participar do assassinato de "Baiano", fato ocorrido entre os dias 1º e 2 de julho de 1996. Em razão disso, Pedro Pascoal permaneceu detido no Comando Geral da Polícia Militar do Acre.
Sob o comando do Juiz de Direito Leandro Leri Gross, o julgamento desta quinta-feira inicia às 8h, no plenário do Tribunal do Júri, no Fórum Barão do Rio Branco, no Centro da Capital.
Fonte: Agência TJ-Acre, Assessoria de Comunicação Social – Ascom.
Foto: Blog da Amazônia.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Que Fluminense é esse?
A pergunta de todo torcedor apaixonado eu: por que demoramos tanto a jogar bola como estamos fazemos agora? Certamente não estaríamos na zona de rebaixamento e sim almejando posição bem mais honrosa na tabela de classificação ou, quiçá, o próprio título do certame. Esclarecendo mais: não iríamos ocupar o lugar que por direito pertence ao Clube de Regatas Vasco da Gama.
São dez jogos sem perder (sete pelo Brasileirão e três pela competição continental). Na noite desta quarta, o Cerro Portenho do Paraguai foi massacrado pela autoridade tricolor. O magro placar de 1x0 não condisse com a superioridade do time brasileiro. Na próxima quarta-feira, no Maracanã, o Flu joga por um empate para ir à final. O vencedor deste duelo vai encarar River Plate (URU) ou LDU (EQU).
Antes, porém, o time de Cuca terá uma verdadeira decisão pelo Campeonato Brasileiro. No domingo, o adversário será o Atlético-PR, às 19h30m (de Brasília), também no Rio. Hora de voltar à luta para fugir da zona do rebaixamento, torcendo, é claro por tropeços dos adversários diretos na luta pela permanência na elite do futebol nacional. O Flu está a 5 pontos de sair da degola.
Resgatem dona Francisca Borges
Eduardo de Souza
Entre estarrecido, confuso e indignado, li no seu blog o caso da dona Francisca Borges, prestes a perder sua casa por uma multa do Ibama. Fácil de ficar estarrecido, indignado, quando se percebe que essa mulher guerreira, mãe, avó, cidadã, está numa trincheira lutando desesperadamente a mais de 3 anos para manter sua casa, que é simples e, como foi relatado, quase sem móveis no seu interior, mas que abriga 16 pessoas, 16 dignidades a serem respeitadas.
O confuso entra numa área que desconheço, a jurídica. A multa foi aplicada a uma pessoa que já morreu, e de maneira trágica. Já ouvi em algum lugar que mortos não pagam dívidas, muito menos uma dívida desse porte, com tantos agregados sociais. Até onde meus limitadíssimos conhecimentos de Direito vagam, pensei, achei, que a casa era um bem inexpugnável num resgate de dívidas. No resgate de uma multa, então?... Estou enganado, mal informado?...
Peço socorro, em nome de Dona Francisca, as pessoas do Direito, alguém que “pule” dentro da trincheira, onde ela luta valentemente, e lhe ajude a levantar a bandeira da dignidade, acima de tudo.
Falando em bandeira, consta que a casa da Dona Francisca volta para o arremate, no dia 19 de novembro, coincidentemente dia da Bandeira Nacional, dia do nosso pavilhão auriverde. De novo, não quero crer que o simbolismo desse dia, justamente nesse dia, ocasione o atordoamento de uma guerreira, que da sua trincheira, só quer o reconhecimento de sua causa.
Já perdi a crença em muitas coisas nesse país, mas em alguma coisa a gente ainda tem de acreditar. Não quero imaginar que a luta desigual da dona Francisca Borges seja inútil. Quero crer, e muito, que Themis, a deusa da Justiça, vai fazer valer a ponderação e o bom senso.
Eduardo de Souza é cirurgião-dentista e colaborador eventual deste blog.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Apagão de respeito
É absurda a situação do fornecimento de energia elétrica em Xapuri e, pelas informações, de outros municípios acreanos. As constantes quedas de tensão tiram qualquer um do sério. O bairro da Sibéria, no outro lado do rio Acre, por exemplo, ficou por várias horas, nesta terça-feira, com apenas uma fase ligada. Algumas lâmpadas acendem, mas os aparelhos eletrônicos não podem funcionar.
Quandos os problemas que ocasionam falta de energia são locais, como quedas de galhos de árvores sobre a rede elétrica e desligamentos de dispositivos conhecidos popularmente como “canelas”, não há funcionários suficientes para atender a demanda do município. Cerca de 4 pessoas são responsáveis por atender as zonas urbana e rural, o que é humanamente impossível.
É um verdadeiro apagão de respeito com o consumidor, refém de um serviço de péssima qualidade e de um preço elevadíssimo, que é pago pontual e religiosamente. A Eletroacre “pinta e borda” com a população. Quando se atrasa duas faturas, infalivelmente vem o corte, muitas vezes de forma grosseira e constrangedora para os clientes, que para religar a energia têm de pagar uma taxa extra.
Soube que os vereadores de Xapuri estão discutindo uma medida a ser tomada com relação à Eletroacre. Não que nível de ação prática pode ser atingido pela câmara com relação a este problema, mas alguma coisa precisa ser feita para minimizar o sofrimento da população que adormece e amanhece sob o caos provocado pela precariedade do fornecimento de energia.
Blecaute sem previsão de solução atinge sete estados (leia no G1). Ainda bem que pelo menos esse não chegou até aqui. Por enquanto.
Família pode perder casa por multa do Ibama
O professor de Finanças Públicas da Universidade de Brasília (UNB), Roberto Piscitelli, afirmou certa vez que o Estado brasileiro não tem tradição de cobrar, quando se trata dos grandes devedores, aqueles que têm fortes laços políticos nas diversas instâncias. O estudioso asseverou que "falta disposição política para cobrar as dívidas e a lei se torna inócua ou só é aplicada aos mais fracos".
A observação de Piscitelli se aplica perfeitamente à dramática história da produtora rural Francisca Ferreira Borges, 46, mãe de 14 filhos - dos quais 11 estão vivos - e viúva do também trabalhador rural Raimundo José Borges, assassinado há alguns anos, cujo homicida o Estado ainda não logrou êxito em capturar e aplicar a reprimenda da lei, colocando-o atrás das grades.
Francisca Borges está prestes a perder um dos poucos bens deixados pelo falecido marido: uma casa simples, em estado de conservação ruim e sem quase nenhum móvel em seu interior. A casa é habitada - acredite - por nada menos que 16 pessoas, entre filhos, netos e agregados. A moradia foi levada a leilão na manhã dessa segunda-feira (9), no átrio do Fórum da Comarca de Xapuri, como consequência de execução fiscal cujo credor é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama.
A tentativa de venda judicial do bem não prosperou, dessa vez, pela ausência de interessados no seu arremate, mas novo leilão ocorrerá no próximo dia 19 de novembro, às 9 horas, no mesmo local. Há mais de três anos, a família vem lutando, através da Defensoria Pública de Xapuri, para evitar a execução, mas os embargos interpostos foram todos julgados improcedentes pela juíza da Vara Cível Zenair Ferreira Bueno Vasquez Arantes.
A dívida da família Borges é decorrente de uma multa aplicada pelo órgão ambiental no valor de R$ 8.173,50 como punição pela derrubada de uma área de mata que Raimundo José havia comprado em meados de 2005. Segundo Francisca, o marido havia adquirido a terra com parte da vegetação já devastada. Derrubou o pouco que restava, plantou milho e depois capim, onde criava algumas poucas reses. Logo chegou o Ibama e o enquadrou pelo conjunto da obra.
Francisca não questiona a legitimidade ou não da multa. Só não quer perder o lar que abriga sua numerosa família. Mesmo sem possuir qualquer instrução formal e sem ter acesso à internet - coisa que ela não sabe o que é - ou mesmo assistir aos programas jornalísticos na televisão, ela sabe que quem tem dinheiro e influência política não costuma pagar multas e muito menos perder seus bens em razão delas.
Única a possuir renda fixa na casa, a mãe de família alimenta as quase duas dezenas de bocas com o que recebe da aposentadoria de viúva e do aluguel de um pequeno prédio comercial que também faz parte do espólio do falecido. Fora ela, apenas duas filhas se dedicam a alguma atividade fora do lar, mas a renda somada de ambas não passa dos R$ 40,00 reais mensais.
Inconformada com a situação, Sebastiana Borges, uma das filhas (de cabeça baixa na foto), faz um apelo para que alguém se sensibilize com o drama de sua família e interceda contra o que ela entende como uma grande injustiça.
"Não compreendo como o governo que divulga que trabalha para que as pessoas tenham sua moradia seja o mesmo que tira a casa de uma família como a nossa, que não possui nenhum recurso. Espero que alguém tome consciência da nossa situação e faça alguma coisa para evitar essa injustiça", desabafou.
Um projeto de lei apresentado recentemente ao Congresso pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) defende o perdão das dívidas dos "povos da floresta". A anistia atingiria ribeirinhos, seringueiros, pescadores e pequenos produtores de todas as multas ambientais por um período de 10 anos.
Segundo a deputada, o projeto é uma tentativa de conter a virulência com que os órgãos ambientais castigam os agricultores familiares. "Sabemos que a repressão fiscal imposta aos pequenos não é adotada contra os grandes depredadores do meio ambiente", defendeu a deputada.
Abaixo, fotos da casa e de parte da família de Raimundo Borges.
Termo de Intimação e Edital de Leilão
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Deracre vai apurar denúncias
O diretor-geral do Deracre, Marcos Alexandre, afirmou à repórter Fernanda Gomes, da Rádio Educadora 6 de Agosto, na manhã desta segunda-feira (9), que vai apurar rigorosamente as denúncias sobre o uso máquinas do órgão para a realização de serviços para terceiros em Xapuri, feitas pelo vereador Selmo Dantas, do PT.
O vereador fotografou um caminhão-caçamba do Deracre despejando barro em uma área de lazer em construção na entrada de Xapuri. O parlamentar já vinha investigando denúncias de que funcionários do órgão estariam fazendo os chamados "bicos" com a estrutura do Estado, como construção de açudes e aradagem de terras, entre outros.
Marcos Alexandre disse que o Deracre é um órgão muito rigoroso com questões como a que foi levantada pelo vereador de Xapuri e que será iniciado imediatamente um processo de apuração. Segundo ele, a equipe interna do órgão já se mobilizou para analisar os fatos apresentados, os servidores serão ouvidos e, caso as suspeitas forem confirmadas, os envolvidos serão responsabilizados.
- O importante é que se faça uma apuração detalhada com amplo direito de defesa para que não cometamos injustiças. Caso seja confirmado qualquer tipo de desvio a determinação é de que seja aberta sindicância, no caso de funcionários do órgão, com o afastamento dos envolvidos até o fim da apuração, e processo de demissão no caso de colaboradores eventuais.
Sobre a lentidão nos serviços de recuperação de ramais em Xapuri, Marcos Alexandre afirmou que o rigor do período chuvoso tem dificultado o cumprimento das metas estabelecidas pelo programa no município. De acordo com ele, a severidade do regime de chuvas neste ano não permitiu que o Deracre trabalhasse três meses consecutivos, motivo do atraso nos serviços.
- Em 2009, começamos a trabalhar somente em agosto, pois o "verão" demorou muito a chegar este ano, o que atrasou os serviços. Outro problema que o Deracre está enfrentando é a péssima condição dos ramais que, em virtude do rigor do "inverno", estão oferecendo uma adversidade muito maior que a de anos anteriores, afirmou.
Quando assumiu o governo municipal, em janeiro deste ano, o prefeito Ubiracy Vasconcelos encontrou a malha viária do município totalmente impraticável. Para resolver o problema, foi firmado termo de cooperação com o governo do Estado, em junho passado, no valor de R$ 845 mil. De lá para cá, pouca coisa foi feita. E pelo andar da carruagem, com o "inverno" batendo à porta novamente, só para o ano.
Violência
A violência está tomando dimensões preocupantes em Xapuri. No último fim de semana foi registrado o segundo incêndio criminoso do ano na cidade. Em ambos os casos, as famílias vitimadas pela violência perderam tudo o que tinham e ficaram sem ter onde morar.
No caso mais recente, uma mãe de duas crianças pequenas viu a casa ser reduzida a cinzas por um ex-namorado que se encontra foragido. Ele estaria inconformado com o rompimento da relação. Ela, com medo, pediu para não ter seu nome divulgado aqui.
Em outro caso registrado no fim de semana, um pequeno comerciante agrediu um suposto ladrão a marteladas. O segundo para o hospital, o primeiro para a cadeia sem ter ficado claro que foi vitima ou agressor.
Fato é que a banalização da violência deixou há muito tempo de ser excepcionalidade dos centros mais avançados. Como lá, também aqui, nos grotões onde nos escondemos, a vida deixou de valer muita coisa. E o álcool e a droga sempre estão por trás dos registros.
Máquinas do Deracre fazem "bicos" em Xapuri
Em vez de dar andamento aos trabalhos de recuperação de estradas vicinais em Xapuri, parte das duas patrulhas mecanizadas do Deracre - Departamento de Estradas de Rodagens do Acre - enviada ao município para este fim tem se dedicado a fazer os chamados "bicos" em propriedades particulares em prejuízo do atendimento à coletividade.
De acordo com informações do vereador Selmo Dantas (PT), alguns funcionários do Deracre estão utilizando equipamentos do órgão para fazer serviços particulares como abertura de açudes em propriedades rurais e beneficiamento de trechos de ramais que atendem a interesses de determinadas pessoas em especial, que estariam pagando pelos serviços.
Na última quarta-feira, o vereador flagrou um caminhão-caçamba do Deracre entregando barro em um terreno onde está sendo construída uma área de lazer de propriedade particular localizada na estrada da Borracha, logo na entrada de Xapuri. O parlamentar fez fotos da ação, mas infelizmente não disponibilizou cópias a este blog.
Por telefone, Selmo Dantas disse que as fotografias foram apagadas acidentalmente da câmera após ele ter imprimido algumas como prova do flagrante. Prefiro apostar na boa intenção do vereador de minimizar o desgaste do governo com o caso a acreditar que máquinas fotográficas passaram a ter vontade própria.
Hoje pela manhã, Selmo Dantas informou que fez comunicado dos fatos ao gabinete do governador Binho Marques solicitando providências contra o que vem ocorrendo em Xapuri. Segundo ele, as atitudes são prática de uma minoria dos funcionários que estão operando máquinas no município, e que governo e prefeitura não podem ser prejudicados pela irresponsabilidade desses, que deverão ser rigorosamente punidos.
Dias antes, outro vereador petista já havia chamado atenção para o caso. José Cecílio Evangelista, grande conhecedor da zona rural de Xapuri, confirmou as informações de que os serviços não caminhavam como era esperado pela prefeitura de Xapuri, que firmou termo de cooperação com o governo do Estado, em junho passado, no valor de R$ 845 mil para a recuperação de ramais no interior do município.
domingo, 8 de novembro de 2009
Vivos
Tarde de domingo, Maracanã com 65 mil torcedores, Fluminense 1x0 Palmeiras com gol do atacante Fred e futebol condizente com a grandeza do clube. Se o time das Laranjeiras tivesse resolvido começar a jogar assim um pouquinho antes, certamente estaria fora da zona de rebaixamento e eu não estaria passando por tamanho sofrimento nos dias de jogos, como hoje.
Porém, apesar de continuar vivo, talvez a reação seja tardia para o tricolor mais charmoso do Brasil. Mas como bem disse o grande Lamartine Babo, autor dos hinos dos principais clubes do Rio de Janeiro, "quem espera sempre alcança" e o Fluminense, "com o verde da esperança", há de premiar sua imensa torcida com a permanência na elite do futebol brasileiro.
E para não ficar só no Fluminense, esse foi um final de semana especial para o futebol do Rio de Janeiro. Vasco de volta ao seu lugar verdadeiro lugar, Botafogo fugindo da degola e o Flamengo surpreendentemente encostando naqueles que brigam pelo título. O comentário sobre a boa fase carioca é do botafoguense incurável Náder Melo Sarkis:
- Faz muito tempo que não víamos os 4 grandes do Rio somando 12 pontos numa rodada do campeonato brasileiro. Seu tricolor, de tantas histórias, não perde nas últimas 6 rodadas... Torço para que haja tempo pra ficar na série A. Meu glorioso, 9 pontos nos últimos 3 jogos, parece que deixou a degola... Aquele das cores vermelho e preto está com sorte... E o bacalhau está de volta a elite. Andam dizendo que vem querendo muito mais que o acesso. O futebol carioca andou em alta nesse fim de semana, bom pro futebol brasileiro que ganha o charme do melhor futebol do mundo.
Os neocaretas
Luciano Pires
Geysi tem 20 anos, carnes fartas e - suprema arrogância - gosta de si a ponto de usar um vestido vermelho e curto, deixando de fora um bom naco das coxas generosas. E vai vestida assim para a escola, justificando-se:
- Depois da aula vou numa festa.
Convenhamos: não é de bom tom ir à aula de minissaia, qualquer que seja a cor, certo? Pode provocar tumulto. E foi exatamente o que aconteceu neste ano de 2009 do novo milênio. Além de usar a minissaia, Geysi subiu a rampa que dá acesso às salas de aula... E alguém sentiu-se incomodado com o vestido e as coxas da moça e falou para outro alguém, que também se incomodou. Outros alguéns compartilharam da incomodação e começaram a xingar a moça, juntando mais gente e encurralando-a numa sala de aula da universidade Uniban, em São Bernardo, SP.
Foi necessário que a polícia fosse chamada para Geysi ser retirada do local em segurança, vestindo um jaleco branco sobre o vestido escandaloso.
Pelas cenas, calculei que umas 300 pessoas estiveram envolvidas na confusão.
Tenho certeza de que pelo menos 270 estavam no tumulto pelo tumulto. Queriam fazer algazarra, tirar fotos e participar da bagunça. Mas alguns estavam realmente irados e dispostos a dar um corretivo na moça que ousou usar uma minissaia na escola.
O ser humano em grupo é um perigo. Perde o senso do ridículo, o medo, a capacidade de usar a lógica e é capaz de cometer as maiores barbaridades. É assim com as torcidas organizadas, nas brigas na balada, e com aqueles grupos de jovens que destroem os orelhões.
Em grupo, somos irracionais.
E ali, dentro de uma universidade, local que tradicionalmente chama a si a vanguarda pelas "lutas democráticas", assistimos a uma demonstração de intolerância, brutalidade e estupidez como há muito não se via. Provavelmente a maioria dos "defensores da moral e bons costumes" eram garotos e garotas que não veem mal em dançar aqueles funks com letras pornográficas, navegar por sites de sacanagem, dar audiência para a mulher melancia - que mostra o útero em rede nacional de televisão - ou consumir algumas substâncias pra "ficar mais alegre". Essa gente tão liberal ficou zangada com o vestido da Geysi. E decidiu partir para a porrada.
E o Brasil conheceu a versão atualizada dos cara-pintadas: os neocaretas.
Parece que apenas um professor defendeu a garota. Ninguém mais. Até dá para entender: o medo de apanhar pode ter espantado os defensores habituais... Mas e depois? Cadê as declarações estridentes daquelas ONGs que defendem a mulher? Cadê as ameaças daqueles grupos que se mobilizam pelos direitos humanos? Cadê a pastoral do bairro? Ninguém se manifestou. Geysi está só.
Geysi Arruda é a Geni do novo milênio. Mas, diferente da Geni da música de Chico Buarque, não sofre preconceito por ser prostituta. O mal de Geysi é ser loira. Ter olhos claros. Não ser miserável. Não ser negra. Não ser homossexual. Não ser bolsista pelo sistema de cotas.
O pecado de Geysi é não defender alguma bandeira "dos oprimidos".
No Afeganistão, ela teria sido apedrejada.
Ainda chegaremos lá.
Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista e cartunista. Faça parte do Movimento pela Despocotização do Brasil, acesse www.lucianopires.com.br.
Nota do blog: A Uniban anunciou, na noite desse sábado (leia), a expulsão da estudante Geysi Villa Nova. A instituição publicou anúncio nas edições deste domingo (8) de alguns dos principais jornais de São Paulo informando que a aluna do curso de turismo Geysi Villa Nova Arruda foi desligada “do quadro discente da instituição, em razão do flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade”. É mole?
Sobre Castanha-do-Brasil
Comentário de Édson Carneiro no post Incentivo à castanha no Acre:
"O saudoso deputado Geraldo Pereira, com quem muito conversei para aprender da vida, me falou uma vez que o pai dele havia escrito um livro dissertando sobre todos os sub-produtos que se podem extrair da castanha. Infelizmente ele se foi sem que eu tivesse tido a oportunidade de ler tal livro.
Essa exploração é mais que centenária, e ainda não se tem no Brasil uma política voltada para fazer o aproveitamento do produto da "bertolethia excelsa". Nós sabemos que o leite de castanha é fácil de se fazer, bem diferente de seu irmão vegetal "leite de soja" tão propalado, mas que só é feito em grandes indústrias.
Será que ainda há tempo para isso, Raimari? Para essa política, numa época em que tanto se fala em valor agregado, e nós vermos a castanha apodrecendo nos grandes armazéns, ao sabor da cotação do mercado internacional".
sábado, 7 de novembro de 2009
Xapuriense é administrador no DF
A Agência Brasília, o Jornal de Brasília e o Correio Braziliense destacam a posse do novo administrador da cidade de Samambaia, uma das regiões administrativas de Brasília, o xapuriense Francisco de Assis da Silva, conhecido popularmente como Chicão.
Aqui em Xapuri, segundo a professora Raimunda Euri Gomes Figueiredo, ele era conhecido como "De Assis". Em 1967, foi presidente do Grêmio Litero-Musical Madre Petronila Trinca, fundado pelos alunos do Curso Normal Regional de Xapuri em 5 de Abril de 1956, no Colégio Divina Providência.
Nascido em 1948, De Assis radicou-se na capital federal em 1969, onde se tornou um bem sucedido empresário do ramo da movelaria. Desde 1995 mora em Samambaia, cidade que agora administrará, substituindo a Takane Kiotsuka do Nascimento.
Além de empresário do ramo moveleiro, De Assis também é presidente da Associação Comercial de Samambaia, da Federação Comercial do Distrito Federal e Entorno e vice-presidente setorial da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra).
Esta é a primeira vez que o xapuriense assume cargo público. A cerimônia de posse aconteceu na administração da cidade, nessa sexta-feira (6), e contou com a presença do governador José Roberto Arruda e deputados distritais.
Em nome dos xapurienses, o blog parabeniza De Assis pela trajetória vitoriosa como empresário e deseja que o mesmo sucesso seja atingido também na vida pública, área tão carente de valores como os que esse xapuriense tem claramente demonstrado.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
PT reage a Caetano
Cantor comparou a inteligência da senadora Marina Silva à de Obama e chamou Lula de analfabeto e cafona
Leandro Colon, Estadão, BRASÍLIA
O PT reagiu às declarações do cantor Caetano Veloso contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicadas ontem pelo Estado. E não foram só os ataques desferidos contra Lula por um ex-eleitor ilustre que incomodaram os petistas, mas seu apoio à candidatura presidencial da senadora Marina Silva (PV-AC), recém-desfiliada do PT e rival da ministra Dilma Rousseff na corrida presidencial de 2010.
Em entrevista à jornalista Sonia Racy, Caetano anunciou sua opção pela candidatura de Marina. "Não posso deixar de votar nela", disse o cantor. "Marina é Lula e é Obama ao mesmo tempo. Ela é meio preta, é uma cabocla. É inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro."
Em Londres, a assessoria de Lula disse ontem que o governo não vai se pronunciar sobre as declarações de Caetano.
Antigo aliado de Marina no Acre, o senador Tião Viana (PT-AC) chamou o cantor de "preconceituoso" por declarar que votará na senadora porque "não é analfabeta como o Lula". "Não é a primeira vez que o Caetano é ofensivo, preconceituoso. Ele passa uma visão elitizada de valores, sobretudo, os culturais", afirmou Viana. "O presidente Lula é um dos homens mais inteligentes do País."
O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), desprezou a influência de Caetano como formador de opinião política. "A posição dele não interfere na política. Ele é um compositor, marcou a minha geração, mas é apenas uma opinião política. É a opinião de um brasileiro. A maioria dos brasileiros admira o presidente Lula", afirmou.
Marina evitou entrar na polêmica. Só agradeceu o apoio de Caetano à sua candidatura. "Isso mais do que agrega, congrega. Quero registrar meu agradecimento pela avaliação positiva que Caetano faz do que ele considera minhas qualidades", disse. "Quanto às opiniões dele que envolvem outras pessoas, não gostaria de discuti-las."
Ex-ministro da Educação de Lula e hoje seu opositor, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) condenou os termos usados pelo músico. "Ele foi grosseiro com o presidente. Não é esse o critério que me leva a simpatizar com a Marina. O Caetano foi muito infeliz. O erro do Lula não foi ter pouca instrução formal, mas não ter feito as mudanças necessárias ao País."
A oposição elogiou o discurso eleitoral, mas evitou alimentar a polêmica em torno da expressão "analfabeto". O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), observou que o cantor optou pelo apoio a Marina no primeiro turno, mas sugeriu que conta com ele ao lado dos tucanos no segundo.
"Achei a entrevista deliciosa. Louvo o bom gosto dele. Ele entendeu o espírito da votação em dois turnos. No primeiro turno vai com o coração. Depois, com o que acha melhor entre dois candidatos", afirmou o senador. "Só não concordo quando ele diz que Lula é analfabeto. Faz muito tempo que o presidente não é. Ele tem vivência, conheceu vários países, entende de jargões de economia."
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) elogiou a entrevista de Caetano. "Ele foi verdadeiro. Decepcionou-se com o governo Lula. O que disse foi um desabafo. Ele fala por muita gente."
Baiano como o cantor, o deputado ACM Neto (DEM) optou por não entrar na polêmica. "Baiano que tem juízo não entra na briga de dois titãs."
Marcos Lula - filho mais velho do presidente - também levou o assunto ao seu Twitter. "Não é mal de Caetano, não", escreveu ele. "É mal das besteiras que ele solta sem pensar. Mas isso a Bahia sabe bem." Em outro comentário para seus seguidores, observou: "Sem comparação - população X Caetano - os baianos são maiores que este oportunista barato chamado Caetano!"
Fonte: Estadão.