Li numa edição de algumas semanas da revista Veja que a Fundação Nacional de Saúde - Funasa - tem no Acre o terceiro maior orçamento financeiro, ficando atrás somente do governo do Estado e da prefeitura da capital, Rio Branco.
A despeito dessa condição, digamos privilegiada em termos de verbas arrestadas dos cofres da União, a unidade do órgão federal em Xapuri não vive os seus melhores dias, com as ações sob a batuta da administração municipal.
As fotos acima mostram a situação da lancha da unidade da Funasa em Xapuri. Sem manutenção, o barco utilizado para atender as comunidades ribeirinhas dos dois rios que cortam o município está no fundo do rio Acre.
O naufrágio da embarcação é emblemático das condições que a Agência de Endemias do município enfrenta para dar conta da sua parcela de responsabilidade com a saúde pública.
Com as ações municipalizadas em Xapuri desde a administração do ex-prefeito Júlio Barbosa, a Funasa está sem carro em condições de uso, funcionando em um prédio de madeira antigo e inadequado para a importância da natureza de suas atribuições.
Funcionários da Funasa, que temem se identificar, já haviam informado, em outra ocasião, que recursos destinados ao trabalho de combate às endemias poderiam estar sendo desviados para outras finalidades.
Outro desvio de finalidade seria quanto a um funcionário contratado para o combate às endemias e que exerceria outras funções, totalmente distintas das atribuições da Funasa. Estaria esse servidor, em determinada oportunidade, trabalhando como pintor.
Mais recentemente, a gerência de endemias do município informou que os dados sobre a proliferação do mosquito transmissor da dengue não estão sendo inseridos no sistema pela falta da digitadora, demitida pela prefeitura.
Subordinados ao município, via Secretaria de Saúde, a maioria dos funcionários da Funasa se mantêm em silêncio sobre as péssimas condições em que o trabalho é executado. Outros, ocupantes de cargos cujas gratificações dependem dos humores do prefeito, preferem calar para não perder parte da remuneração.
Essa é a realidade da relação entre Funasa - responsável pelo combate a problemas de saúde tão sérios como a malária, que mata milhões todo ano ao redor do mundo, e a dengue, ameaça séria e constante à população - com a prefeitura após a grande bobagem que foi (no caso de Xapuri) a municipalização das ações do órgão.
Um comentário:
Depois da desmontagem havida no governo Collor, parece que esse órgãos ainda não se recuperou. Nòs precisamos muito de uma política de combate à malária e outras endemias. Apelar a quem?
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