terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Calote no apagar das luzes
A porta de entrada do palacete Édson Dias Dantas, onde funcionam o gabinete do prefeito e o setor financeiro da prefeitura de Xapuri, trancada com cadeado e corrente em pleno horário de expediente, afora a situação lastimável em que a cidade se encontra, é a imagem mais marcante dos momentos finais da desastrosa administração do prefeito Vanderley Viana de Lima (PPS).
Na manhã e tarde desta terça-feira (30), um grupo de empresários de vários ramos, que se aventuraram a vender para o município nos últimos anos, se aglomerava do lado de fora do prédio, entre lamúrias e protestos, a esperar pela improvável possibilidade de escapar do calote anunciado e consumado pelo próprio prefeito contra fornecedores de Xapuri e de Rio Branco.
Do lado dentro, à portas fechadas, somente a assessora na área de finanças da prefeitura, Aucelina Oliveira, e o contador Ozéias D'Ávila de Paula. Segundo relato dos empresários e comerciantes impedidos de entrar no prédio, o acesso foi permitido somente aos também empresários Pedro Leite Silva, o Pedro Tarauacá, e Luiz Fernando, o Fefa. De acordo com as informações, nem mesmo o presidente da Câmara, Ronaldo Ferraz (PMDB) conseguiu entrar.
O empresário Paulo Gean, representante de uma empresa distribuidora de medicamentos e de uma loja de material de construção na capital, diz ter R$ 30 mil empenhados no setor financeiro, cujo pagamento não foi efetuado, segundo ele, por se negar a pagar propina para o prefeito. "O prefeito me disse que só me pagaria mediante uma 'chuva' porque precisava viajar no final do ano", afirmou.
Outro empresário de Rio Branco, Uchôa Cavalcante, reclama o recebimento de cerca de R$ 90 mil em serviços de publicidade realizados para a prefeitura nos últimos 2 anos. Ele também afirma que recebeu pedido de propina do prefeito para que houvesse agilidade nos seus processos de pagamento. Uchôa afirma que também foi intimado a colaborar com a campanha à reeleição de Vanderley, em outubro passado, como forma de ser beneficiado na hora de receber os débitos.
No desespero, os dois empresários tentaram apelar à juíza da vara cível, Zenair Ferreira Bueno, e ao promotor de justiça, Mariano Jeorge, para garantir o direito de terem acesso ao setor financeiro, mas ambos encontram-se em recesso. Paulo Gean e Uchôa Cavalcante temem que os documentos que comprovam as dívidas sejam extraviados propositadamente.
O telefone do gabinete do prefeito, que dá acesso aos demais ramais, não atende. Segundo informações ainda não confirmadas, o prefeito não estaria mais em Xapuri nesta terça-feira. Teria viajado para Rio Branco de onde embarcaria para a Paraíba, acompanhado do presidente da Fundação de Cultura e Desportos, Jean Ferreira.
Os empresários Paulo Gean e Uchôa Cavalcante afirmam que o destino de Vanderley é a casa de um tal Sairo, fornecedor que teria vendido 2 milhões de reais em medicamentos para o município e entregado somente 200 mil. A denúncia é grave e, vinda de pessoas ligadas ao mundo dos fornecedores da prefeitura, merece ser devidamente apurada.
Os empresários vão além e afirmam haver um verdadeiro mar de lama dentro da prefeitura, envolvendo pagamento de propinas ao prefeito, esquema de notas frias e licitações direcionadas. Pagamentos irregulares estariam sendo efetuados à revelia da Câmara num verdadeiro rateio do que sobra de recursos públicos nos cofres da prefeitura.
Uchôa Cavalcante e Paulo Gean: Denúncias de calote e "mar de lama" na prefeitura de Xapuri.
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4 comentários:
amigo raimare esses dois sao uns sangue sugas da prefeitura queriam se aproveitar tambem vao trabalhar kkkkkkkkkkk
Com certeza, o covarde que comentou e não se identificou, deve ser um dos sangue sugas que estavam reunidos à porteiras trancadas com o Prefeito ontem.
Espetacular!
Propinas. Ninguém nunca viu a possibilidade de um agente público roubar sem o envolvimento de um agente privado (às vezes os dois se metamorfoseam no mesmo personagem).
Como pode dois "honestos" vendedores somente terem descoberto a existência de propina no último dia de governo.
Se sabiam antes, o que os impediam de terem falado.
Dá-lhe ladroagem.
Calote do Poder Municipal e Estadual, é coisa antiga, Caro Raimari. Até hoje seis de muitos que quebraram, vendendo para o poder público, com os valores superfaturados, è claro, contando com o "produto das aves poedeiras antes que viessem a lume", sacou? ´pois é, como não vieram, quebraram eles e quem lhes forneceu (alguns deixaram vários empregados na rua da amargura), e isso desembocou na Justiça Comum e Justiça do Trabalho. Nada de novo embaixo do sol.
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