Está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Xapuri um projeto de lei, de autoria do vereador Erivélton Soares (PSB), que prevê alterações na legislação que regulamenta a concessão de placas de táxis no município. A principal mudança proposta é a redução da proporção de 1 placa de táxi para cada 500 habitantes para 1 placa para cada 333 habitantes.
O objetivo da mudança é legalizar as ilegalidades que começaram a ser cometidas na administração do ex-prefeito Júlio Barbosa e que na última, de Vanderley Viana, se ampliaram para uma verdadeira farra. Nada mais nada menos que 14 placas foram distribuídas de maneira ilegal, sem nenhum critério, muito menos concorrência pública nos últimos 8 anos.
Atualmente, deveriam haver apenas 29 táxis na praça de Xapuri, que tem uma população de pouco mais de 14 mil habitantes. Com a bandalheira promovida ao arrepio da lei, agora são 43 os taxistas autorizados a prestar esse tipo de serviço à população. Pior que tudo isso é que a população finda por não dispor, de forma plena, do serviço para o qual a municipalidade abusou em fornecer concessões.
Xapuri não dispõe de nenhum táxi que não seja do tipo "lotação" com rotas intermunicipais. Na cidade mesmo, se precisar de um táxi, o cidadão pagador de impostos fica de cara pra cima no meio da rua. Há uma justificativa infundada de que o tamanho da cidade não faz jus à existência de carros prestando este tipo de serviço. Ora bolas, então porque distribuíram tantas placas a torto e a direito?
Outra verdade digna de registro é que o serviço de táxi prestado em Xapuri não é bom, além de ser caro. Não existe nenhuma regulamentação, pelo menos na prática, quanto às tarifas cobradas, ficando a definição de preços e os aumentos por conta dos próprios taxistas e seu sindicato. Não é todo mundo que pode pagar R$ 30,00 para viajar num imprensado, muitas vezes sem ar-condicionado até Rio Branco. Que vá de ônibus.
Não foram poucas as vezes que passageiros reclamaram do comportamento de taxistas que jamais precisaram comprovar capacidade ou civilidade para prestar serviços ao público. Excesso de velocidade, motoristas que conversam muito durante as viagens, dizem palavrões, deixam pessoas esperando horas e horas e outras atitudes antiprofissionais que tornam a categoria mais criticada do que elogiada pelos usuários.
Mais importante do que modificar a lei para atender interesses pessoais, validar o ilegal e prosseguir na costumeira e famigerada prática do clientelismo e do assistencialismo, é zelar pelo cumprimento rigoroso da letra fria e fazer com que prevaleça unicamente o interesse da coletividade. Foi esse a mensagem que o povo deixou subentendida ao mandar embora da Câmara mais da metade dos vereadores que lá estavam na última legislatura.
A prefeitura prorrogou a validade das atuais concessões por mais 90 dias e a comissão da Câmara encarregada de analisar a matéria tem 45 dias para cumprir com o seu papel antes que a mesma vá à pauta de votação. O que é certo é que a população está cansada do mesmo e já não admite engolir mais da mesma coisa.
2 comentários:
Bom dia Raimari!
O que dizer então dos serviços prestados pela única empresa de tranportes rodoviários que atende em nosso Estado?No que diz respeito a Xapuri, tornou-se estressante e insuportável uma viagem de ônibus, tendo em vista os horários que são disponibilizados atualmente e principalmente, as condições de acomodação as quais os usuários estão sendo submetidos, além claro, da "educação, simpatia e delicadeza" dispensada pelos funcionários da empresa. Se essa situação não foi revertida, vale dar uma conferida na agência de passagens sobre como a empresa está transportando os usuários desse serviço aí em Xapuri.
Um abraço!
Valeu pela dica, Euri. Grande abraço.
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