Uma das grandes certezas que o prefeito Bira Vasconcelos (PT) tinha antes de assumir a prefeitura de Xapuri em janeiro deste ano era a de que não encontraria os jardins suspensos da Babilônia ou nenhuma outra maravilha do mundo - antigo ou moderno - para administrar; mas talvez não imaginasse que o bicho fosse tão feio quanto o monstrengo com o qual se deparou depois da posse.
A situação de calamidade em que encontrou o município, contudo, não é razão para que as cobranças não comecem a recair sobre a nova administração. E elas já começaram a chegar. Uma das principais reivindicações populares que acontecem no início do terceiro mês de governo municipal vem do bairro da Bolívia, um das comunidades mais tradicionais e ao mesmo tempo negligenciadas da cidade.
Depois dos quatro anos de administração desastrosa do ex-prefeito Vanderley Viana, o bairro localizado entre as margens do igarapé Braga Sobrinho e do Rio Acre talvez seja a região mais castigada pelo abandono e o descaso em Xapuri. A única rua existente no bairro está praticamente intrafegável na sua maior parte e a ponte que é o único acesso dos moradores ao centro da cidade se encontra nas condições mostradas pela fotografia acima.
Além de todas essas mazelas estruturais que assolam o bairro Bolívia, a população agora reclama da decisão da prefeitura de fechar a escola de educação infantil e o posto de saúde, ambos do município, os únicos que atendiam a comunidade. Diante da ausência da entidade que representa os moradores do bairro, uma comissão foi formada para tentar estabelecer um diálogo com a prefeitura e propor a reabertura do posto de saúde e do pré-escolar.
Na semana passada, os representantes da comissão foram recebidos pelo vice-prefeito, Eriberto Mota, e pelo chefe de gabinete do prefeito Bira Vasconcelos, Eliomar Soares de Souza. No encontro, ficou definido que o prefeito se reunirá nesta quinta-feira (5) com moradores do bairro para explicar as razões pelas quais a escola e o posto de saúde foram fechados. O novo encontro vai ser realizado na capela do bairro, a partir das 7 horas da noite.
A assessoria do prefeito explica que a razão para a paralisação do atendimento no posto de sáude no bairro Bolívia é, principalmente, a falta de profissionais médicos, problema herdado da gestão passada responsável pela precariedade do atendimento na rede básica de saúde nesse início de ano. Com a escassez de material humano especializado, a Secretaria de Saúde optou por manter as duas unidades de saúde dos bairros Sibéria e Mutirão - mais distantes - funcionando e centralizar o atendimento para as demais regiões da cidade, entre elas o bairro Bolívia, no centro de Saúde Félix Bestene Neto.
Já com relação à escola de educação infantil, a explicação da Secretaria de Educação é a de que, com a readequação promovida no ensino de 1ª a 4ª séries, que passará a ser de responsabilidade do município, as crianças em idade pré-escolar serão concentradas na Escola de Educação Infantil Latife Zaine Kalume, localizada no centro da cidade, ao lado da escola Plácido de Castro.
De qualquer forma, prefeito e comunidade terão a oportunidade de conversar abertamente nesta quinta-feira sobre as divergências de opinião a respeito destes temas. Para uma cidade que passou quatro anos sob uma verdadeira ditadura de arrogância e incompetência, já significa um grande avanço e uma espécie de batismo de fogo para Bira com relação às muitas cobranças e reivindicações que naturalmente irá receber durante o seu mandato.
Um comentário:
acho que essa desculpa de que nao tem profissionais médicos desde a gestao do ex-prefeito vanderlei viana nao cola, por que nos cinco póstos existentes no municipio haviam médicos trabalhando, so que os mesmos foram embora por que sabiam que nao iriam trabalhar na gestao petista.O prefeito Bira tomou a mesma atitude que seu colega de partido o tambem ex-prefeito Julio Barbosa ao fechar o Posto do Bairro da Bolivia. aranja outra desculpa pois essa nao cola.
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