Região Norte tem o maior índice nacional de presença feminina no primeiro escalão das capitais
As capitais dos estados da região Norte aparecem na liderança do ranking das 26 capitais de todo o país sobre a presença feminina nos secretariados municipais, bem acima da média nacional (19,85%). São 60 homens (68,19%) titulares das secretarias municipais contra apenas 28 mulheres (31,81%).
Também são nortistas as duas únicas capitais brasileiras com absoluto equilíbrio da presença masculina e feminina: Boa Vista (RR) e Belém (PA). Nas duas cidades, 50% dos cargos municipais de primeiro escalão são ocupados por homens e 50% ocupados por mulheres. As sete capitais nortistas totalizam 88 secretarias.
Em Belém, seis secretárias estão à frente das 12 secretarias existentes. Elas administram as áreas da Administração, Assuntos Jurídicos, Educação, Saúde, Habitação e Meio Ambiente. Em Boa Vista, as mulheres ocupam as secretarias de Desenvolvimento Social
e Trabalho, Educação e Cultura, Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas, Gestão Participativa e Cidadania, além da Saúde, no universo total de 10 secretarias.
A presença feminina no secretariado de Manaus alcança o percentual de 33,33%, distribuído nas áreas da Assistência Social e Cidadania, Cultura, Desenvolvimento Local, Educação e Finanças. Porto Velho aparece em seguida com 31,25%, tendo secretárias na Assistência Social e Educação, assim como em Agricultura e Abastecimento, Transporte de Trânsito e Regularização Fundiária e Habitação.
Macapá e Rio Branco têm três secretárias cada (27,27% e 25%, respectivamente) com mulheres em secretarias das áreas de gestão e economia: Administração e Planejamento, em Rio Branco. Palmas apresenta o menor percentual entre as capitais nortistas: 8,33%, o que corresponde a menos da metade da média nacional (19,85%). Tem apenas uma secretária na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego.
Com relação às áreas de atuação, as capitais da região Norte tem 60,71% de secretárias na área social: Assistência Social, Cultura, Educação, Saúde e Meio Ambiente, percentual um pouco acima da média nacional, de 59,49%. Na área econômica-gestão, o percentual diminui para (21,42%). No comando de outras secretarias como Assuntos Jurídicos, Habitação, Regularização Fundiária e Habitação e Transporte e Trânsito elas atingem a marca de 17,86%.
Em Xapuri, as mulheres são maioria ocupando cargos da administração municipal. Das seis secretarias existentes, quatro são ocupadas por mulheres. Na saúde, a enfermeira Maria Maciel exerce a profissão há seis anos e tenta agora compatibilizar a vida profissional com a de mãe e gestora, que assume pela primeira vez.
A secretária afirma que a presença das mulheres na atual gestão municipal de Xapuri é fruto de uma visão técnica do prefeito, por entender que as mulheres são destaques em organização, fraternidade e humanismo, características essenciais na área da saúde.
“o prefeito escolheu mulheres para a sua gestão devido o planejamento, são destaques em organização e possuem um olhar mais fraterno sobre as coisa, e na parte da saúde nós precisamos ser mais humanos, por isso eu acredito que nas mulheres essa parte seja mais aguçada”.
Xapuri tem ainda mulheres nas secretarias de Meio Ambiente, Elenira Mendes, no Planejamento, Fernanda Pinheiro de Abreu, e na Educação, Vaniscléia Nascimento. Todas essas mulheres são filhas de Xapuri e ocupam o cargo pela primeira vez.
No movimento social, a líder sindical Derci Teles de Carvalho é um dos exemplos positivos dos avanços da participação da mulher nos movimentos sociais do campo em Xapuri nos últimos 30 anos. Aos 53 anos de idade, Derci é um marco histórico no sindicalismo brasileiro, ela foi a primeira mulher a presidir um sindicato de trabalhadores rurais no Brasil, no início da década de 80.
A segunda mulher a ocupar a mesma função foi Margarida Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, assassinada covardemente em 1983, na frente do filho de apenas 10 anos de idade. O nome de Margarida Alves inspirou o movimento que levou milhares de mulheres trabalhadoras rurais do Brasil às ruas de Brasília, em 2000 e em 2003, na Marcha das Margaridas em defesa da ampliação dos direitos e conquistas das mulheres trabalhadoras rurais do país.
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