segunda-feira, 23 de março de 2009

Calvário


Já ouvi alguém dizer que a energia elétrica no Acre é a mais cara do país. Deve ser também a mais ruim. Não bastasse a constante oscilação na tensão, que ameaça a saúde dos aparelhos eletrônicos, nos últimos dias o consumidor de Xapuri está passando por um verdadeiro calvário com o vai e vem constante da energia.

Só no domingo, dia 22, devem ter sido mais de 10 as interrupções no fornecimento. Em virtude disso, até a programação do aniversário da cidade foi prejudicada. Em casa, o cidadão pagador de impostos não podia assistir ao futebol, a um filme ou navegar na internet com tranquilidade que a "luz" apagava.

Na manhã desta segunda-feira, ouvintes do meu programa de rádio reclamavam de aparelhos queimados e outros prejuízos causados pela inconstância do fornecimento de energia. Previsto para começar a funcionar na próxima semana, o escritório do procon em Xapuri deve iniciar seu trabalho com muitas reclamações.

A gerência da Guascor - empresa espanhola que vende a energia para a Eletroacre - em Xapuri explica que a causa dos apagãos são curto-circuitos. A Eletroacre - que nos vende a peso de ouro a energia que compra da Guascor - informa que a rede de eletrificação rural é a maior responsável pelas quedas de energia na cidade. Quedas de galhos e outros incidentes mais comuns no período chuvoso são as causas dos "curtos", os vilões do apaga-apaga.

A verdade é que a despeito da alta taxa de energia que cobra dos consumidores, a Eletroacre não mantém, no município, um contingente capaz de dar conta da demanda de serviços existente. Há apenas uma equipe para atender aaos problemas da cidade e do campo. Dias atrás, um cabo de alta tensão permaneceu por mais de 40 minutos caído na rua Cel. Brandão, nas proximidades do prédio do TRE, colocando em risco a vida dos passantes.

Em breve o esforço das usinas termelétricas devem substituídas pela energia produzida pelas hidrelétricas, mais barata, dizem. Não sei qual será a vantagem para nós, pobres mortais viciados no consumo dessa droga chamada eletricidade. Será que vai melhorar a qualidade da energia? O preço vai baixar? E a alíquota do ICMS, baixa? A nós, vítimas compulsórias do sistema, resta esperar pra ver.

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