sexta-feira, 27 de março de 2009

Caex suspende compra de castanha



Sem ter para quem vender, a Cooperativa Agroextrativista de Xapuri anunciou a suspensão da compra de castanha no município com cerca de dois meses de antecipação. Com 15 mil latas de castanha estocadas, a Caex vai beneficiar a produção na usina Chico Mendes para tentar escapar do prejuízo. "A castanha beneficiada tem mais procura", diz o presidente da entidade, Luiz Íris de Carvalho, o Licurgo, que luta para manter de pé a emblemática entidade.

Idealizada por Chico Mendes para eliminar a figura indesejada do atravessador da comercialização dos produtos extrativistas, principalmente a borracha e a castanha, a Cooperativa Agroextrativista de Xapuri foi considerada, junto com a Reserva Extrativista que leva o nome do seringueiro, o símbolo do fim do período de exploração dos seringueiros pelos seringalistas e um novo alento para quem vivia da floresta.

Vinte anos depois da morte do líder sindical, a Caex estrebucha sem poder garantir ao menos a compra da produção extrativista dos seus sócios. Nem de longe a entidade se assemelha com aquela que entre os anos de 1988 e 1989 atingiu a cifra de US$ 1,8 milhões em apoio e financiamentos de organismos internacionais, como: Cultural Survival Enterprise; Fundação Ford; Fundação Inter-Americana; WWF; BID e instituições brasileiras como o BNDES e Ibama.

O volume de recursos que abarrotava as contas da cooperativa despertaram a ganância e alimentaram uma série de administrações que dilapidaram o patrimônio da empresa. O maior golpe dos últimos anos para a já debilitada saúde financeira da Caex foi a perda dos recursos do Programa de Compra Antecipada da Castanha, disponibilizados pela Conab - Companhia Nacional de Abastecimento - em virtude de uma dívida não quitada de mais de R$ 1 milhão.

A atual administração da Caex, que tomou a direção da entidade há 3 anos, tenta reabilitar aquela que foi uma das mais importantes organizações de seringueiros do Acre, mas até mesmo a compra de borracha, o outro pilar da economia extrativista, também está sendo inexpressiva pela Cooperativa de Xapuri, que divide o que sobra da produção que é absorvida pela fábrica de preservativos masculinos Natex com outros compradores.

Um comentário:

Anônimo disse...

vc pode me direcionar para a cooperativa,estou localizado em SP- e gostaria e ver a possibilidade de compras ou representação da cooperativa junto ao mercado de São Paulo.só me comunico por mail por favor se puder atendermemfico grato.