Por Josias de Souza
Habituado a produzir chistes na TV, o deputado-palhaço Tiririca (PR-SP) decidiu fazer graça também em Brasília.
Pendurou na folha de salários da Câmara dois colegas de profissão: os humoristas José Américo Niccolino e Ivan Oliveira.
Deve-se a revelação ao repórter Leandro Cólon. Ele conta que a dupla recebe o maior salário do gabinete. Coisa de R$ 8 mil, com gratificações.
Levam sobre os trabalhadores convencionais uma vantagem: os contracheques lhes chegam sem o inconveniente do derramamento de suor.
Atrações do programa “A Praça é Nossa”, Niccolino e Oliveira residem em São Paulo. E Tiririca não possui escritório na cidade.
Ouvido, Niccolino justificou as contratações –a sua e a do amigo— com um par de frases:
“A gente é bom para dar ideias”, disse. “Ele (Tiririca) escolheu a gente porque ajudamos na campanha, só por isso. Acredita que podemos dar boas ideias”.
Atribuiu-se a Niccolino e a Oliveira a autoria dos bordões que Tiririca recitou na propaganda eleitoral de 2010.
“Vote no Tiririca, pior do que está não fica", eis um deles.
"O que é que faz um deputado federal? Na realidade, não sei. Mas vote em mim que eu te conto", eis o outro.
Devagarzinho, Tiririca vai descobrindo o que faz um deputado. Em muitos casos, faz-se na Câmara o mesmo que ele fazia antes: palhaçada!
A diferença é que, quando urdida no escurinho de Brasília, longe dos holofotes, a graça de poucos converte-se em desgraça de muitos.
Financiadora da bilheteria, a plateia costuma ficar tiririca da vida sempre que é assaltada (ôps!) pela sensação de que, no circo brasiliense, pior do que está sempre fica.
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