sexta-feira, 15 de abril de 2011

Fora de prioridade

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O BEA, Escritório Francês de Investigação e Análises para Segurança da Aviação Civil, informou nesta sexta-feira às famílias das vítimas do acidente com o avião da Air France que o resgate dos corpos que ainda estão no fundo do mar não será prioridade. O avião caiu no Oceano Atlântico quando ia do Rio para Paris, em 2009.

A prioridade, segundo o escritório francês, será a retirada dos destroços do avião e da caixa preta, e que algum corpo pode acabar sendo içado eventualmente junto com o que sobrou da fuselagem. Mais de 200 pessoas morreram no desastre e apenas cerca de 50 corpos foram resgatados.

No Brasil, várias famílias experimentam a terrível sensação de perder parentes de forma abrupta e não poder velar e sepultar seus corpos. Muitas também não tem ainda os atestados de óbitos de seus mortos. A notícia do achado de restos mortais entre os destroços recém encontrados reanimou uma chama de esperança já quase apagada.

A informação que agora chega surpreende e faz refletir sobre o valor que a vida humana e os mais sagrados sentimentos possuem nesse mundo em que o capital econômico é o deus. Não seria obrigação tanto moral quanto ética da empresa Air France devolver aos familiares, havendo essa possibilidade, os corpos de seus entes queridos?

Prioriza-se a recuperação das caixas pretas do avião para que se possa entender os motivos da catástrofe como maneira de que outras, semelhantes, não aconteçam e, assim, não gerem prejuízos dessa extensão para a aviação civil. A vida dos passageiros estará sempre em segundo plano ou, pior, fora de prioridade.

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