Post reproduzido do excelente Blog do Josafá, autodestruído no começo de março e ressuscitado em 1º de abril para a alegria de quem aprecia uma leitura de qualidade:
"Caminar es un peligro y respirar es una hazaña en las grandes ciudad del mundo al revés. Quien no está preso de la necesidad, está preso del miedo: unos no duermen por la ansiedad de tener las cosas que no tienen, y otros no duermen por el pánico de perder las cosas que tienen. El mundo al revés nos entrena para ver al prójimo como una amenaza y no como una promesa, nos reduce a la soledad y nos consuela con drogas químicas y con amigos cibernéticos. Estamos condenados a morirnos de hambre, a morirnos de miedo o a morirnos de aburrimiento, si es que alguna bala perdida no nos abrevia la existencia".
Eduardo Galeano, em Patas arriba: la escuela del mundo al revés (disponível aqui).
Imagem do Arte/IG.
Adendo: Wellington Menezes de Oliveira, autor dos crimes que que chocaram o país numa escola da Zona Oeste do Rio de Janeiro, na manhã de ontem, era chamado de "Al Qaeda" pelos colegas quando estudava na mesma escola. Wellington, segundo declarações de Marcio Vinicius Moraes da Silva, ex-colega dele, ao Portal R7, era "estranho e constantemente zombado, já que não gostava de interagir com outras pessoas".
Além de conferir as caras-e-bocas dos apresentadores de TV, a sociedade deveria aproveitar esse episódio para repensar a educação pública. Que geração estamos produzindo? Que tipo de educação torna as pessoas intolerantes para as diferenças - as muitas diferenças possíveis - entre os indivíduos?
Há um ano um estudo da ONG Plan Brasil afirmou que quase um terço das crianças de 5ª a 8ª série já foi vítima de agressão - no próprio ambiente escolar. Ou seja, estamos produzindo, nas escolas, uma geração de intolerantes que considera qualquer indício de pluralidade ou diferença digno de ser tratado a socos e pontapés.
Por que?
Nenhum comentário:
Postar um comentário