Archibaldo Antunes
Energia elétrica no Acre é artigo de luxo, certo?. E com cerca de 40% do valor pago apenas em impostos, o usufruto do serviço é coisa para gente bacana, como costuma dizer o deputado Moisés Diniz, do PCdoB.
O movimento que tenta amainar a voracidade do governo por tarifas escorchantes, responsáveis estas pela carestia das contas de luz, haverá de esbarrar na penúria dos cofres públicos.
Como a maré econômica não está pra peixe, minha opinião é que o movimento por menos tarifas e mais energia vai morrer na praia. Não bastasse o pessimismo dos que, como eu, sabem que os governos nada produzem a não ser despesas a serem pagas pela puleia, a companheirada resolveu passar o chapéu para ajudar os paraguaios. Isso mesmo, os paraguaios.
Como há certas notícias para as quais a imprensa do Acre faz ouvidos de mercador, nada foi dito sobre a aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de decreto legislativo referente ao Tratado de Itaipu, na semana passada. Pela proposta do governo federal, os repasses da União ao governo dos hermanos - relativos ao uso do excedente de energia da usina hidrelétrica de Itaipu - seriam reajustados dos atuais R$ 120 milhões para R$ 360 milhões ao ano.
Os deputados federais da base governista conseguiram aprovar na Câmara Federal o projeto por 285 votos contra 54. Perpétua Almeida (PCdoB), Sibá Machado (PT), Taumaturgo Lima (PT) e Antonia Lúcia (PSC) ajudaram a salgar a conta para os brasileiros.
É preciso lembrar que esses mesmos parlamentares votaram contra o reajuste de 15 reais do salário mínimo. E que o aumento dos repasses ao governo paraguaio se dá em um momento em que o governo federal faz cortes bilionários no Orçamento.
Como a ordem do governo é aprovar a tunga no bolso do brasileiro, espera-se que os senadores Jorge Viana e Aníbal Diniz, do PT, além de Sérgio Petecão, do PMN, confirmem mais essa caridade com o chapéu alheio.
Archibaldo Antunes é jornalista, autor do livro Amazônia dos Brabos e também blogueiro.
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