Comissão para investigar a baderna

Um encontro ocorrido na manhã desta segunda-feira entre o prefeito Bira Vasconcelos e os vereadores definiu que uma comissão, composta por representantes da prefeitura, de todos os partidos com cadeiras na câmara e da sociedade civil organizada, será criada para fazer levantamento da situação de dilapidação em que foi encontrado o patrimônio público do município de Xapuri.

Depois disso, constatados atos lesivos contra o patrimônio, como destruição e sumiço de bens públicos, a Câmara poderá tomar medidas de responsabilização do ex-prefeito Vanderley Viana de Lima, que deixou a prefeitura entupida de lixo, entre outros desmantelos dignos do pior vandalismo. Um relatório da situação deverá também ser encaminhado ao Ministério Público Estadual.

Vanderley Viana, que segundo informações não-oficiais, está de férias no Nordeste, largou o município antes da hora, sem transmitir o cargo ao sucessor e ainda deixou um cenário de destruição e baderna nas dependências de vários prédios públicos. A desculpa de alguns partidários do ex-prefeito de que o mesmo também não recebeu a prefeitura em boas condições nada justifica.

Se realmente recebeu o município em situação igual a que deixou para o novo prefeito, deveria ele ter tomado as mesmas providências que deverão ser tomadas agora. Se assim não procedeu, havendo causa para isso, já começou daí a agir com a irresponsabilidade que caracterizou todo o seu triste mandato.

É evidente que Júlio Barbosa não deixou a prefeitura um "brinco", como se diz na gíria, e prova disso é que o povo apeou seu grupo político do poder por 4 anos, mas houve pelo menos um processo legal de transição, com a equipe de Vanderley tendo acesso a todos os órgãos da prefeitura dois meses antes da posse. A situação de quatro anos atrás, por pior que tenha sido, nem de longe pode ser comparada ao vilipêndio atual.

Nunca foi novidade para ninguém que as atitudes do grupo que acaba de deixar a prefeitura nunca primaram pelo respeito às leis e à própria população. Fizeram usufruto do bem público como se fosse de suas propriedades em detrimento da necessidade coletiva. O prefeito, como um cafetão, transformou a cidade numa reles prostituta, fazendo concessão de utilização de espaços públicos a quem bem entendesse em troca de sabe-se lá o quê.

As investigações devem ocorrer da forma mais rápida possível e os responsáveis, o prefeito ou seus seguidores, punidos exemplarmente. Os tempos são outros e exemplos igualmente vergonhosos do passado não podem servir como escudo para quem, num abominável ato de desrespeito com o município e sua população, entregou a máquina pública em pedaços e ainda esparramou sujeira por todos os cantos.